Quando a Droga Raia, a mais antiga rede brasileira de drogarias, abriu suas portas, farmácias ainda eram escritas com ph e o farmacêutico era o responsável pela preparação artesanal da medicação prescrita pelo médico, no laboratório do próprio estabelecimento. "Aviar" uma receita, como se dizia, era uma operação que exigia além de honestidade profissional, precisão e muita habilidade.
Pois foi esta a tarefa a que se propôs o jovem imigrante Giovani Baptista Raia que no início do século passado, aos 17 anos, deixou a região da Reggia Calabria, no sul da Itália, na companhia do irmão mais velho (foram depois seguidos por outros irmãos) para tentar a sorte no Brasil.
Era o ano de 1905 quando João Baptista Raia abriu, em Araraquara, no interior de São Paulo, a Pharmacia Raia. Pilotou a empresa por 51 anos e ao falecer, em 1956, seus genros tomaram as rédeas do negócio. Durante aproximadamente uma década a empresa teve problemas e chegou a acumular prejuízos. A salvação veio quando um dos genros, Arturo Pipponzi, resolveu virar a mesa. Comprou a parte dos demais sócios e passou os dez anos seguintes reestruturando a empresa que chegou a ter 20 lojas e passou a cinco na reorganização. Quando faleceu, em 2005, após um forte crescimento da rede, a sucessão já estava encaminhada, incluindo a família De Zagottis.
Em 2006, já com aproximadamente 150 lojas a Droga Raia viu uma oportunidade de crescimento acelerado e resolveu buscar formas de se capitalizar. Ao decidir negociar com gestores de investimento fechou acordo com os fundos Gávea e Pragma o que possibilitou dobrar o número de lojas, de 2006 a 2009, para quase 300.
Em 2010 abriu o capital e em 2011, já com mais de 350 lojas, decidiu juntar-se com a Drogasil para formar uma das maiores redes de farmácias do Brasil. A ideia da fusão partiu da gestora Gávea, que era acionista das duas empresas e apresentou seus presidentes, Cláudio Roberto Ely, da Drogasil, e Antônio Carlos Pipponzi, filho de Arturo Pipponzi, da família de fundadores da Raia.
A Drogasil (*) é fruto da união de duas pequenas farmácias em São Paulo em 1935 e era considerada organizada, onde havia processos para definir a atuação de todas as áreas.
Com dificuldades para a integração, os acionistas chegaram à conclusão que deveriam colocar um executivo de fora para o comando do processo. Em julho de 2013, Marcílio Pousada foi contratado com essa missão. Para Eugênio de Zagottis, diretor de relações com investidores da RaiaDrogasil, "isso deu neutralidade ao processo. Os funcionários pararam de dizer como faziam as coisas e começaram a olhar para a frente."
Em abril de 2017, após anunciar a nova marca da corporação, RD, a RaiaDrogasil deu o último passo para o processo de fusão anunciado em 2011. A rede de farmácias, desde então, mais que dobrou o número de lojas, possui atualmente mais de 1610 unidades em 20 estados do país, atingindo um robusto market share de 12%, considerando ser um setor extremamente pulverizado.
A cúpula da empresa resolveu manter as duas marcas, Raia e Drogasil, apesar de isso implicar mais investimento em marketing, porque acredita que o público das duas redes continua diferente. Nada muda nas lojas, apenas nos escritórios da companhia.
A empresa está investindo em outras duas subsidiárias. Uma delas é a marca de farmácias populares Farmasil, que foi lançada em 2013 e tem apenas 20 lojas, com dados de meados de 2017. Outra é a 4Bio, vendedora de remédios de alta tecnologia, para tratar câncer e doenças neurológicas, por exemplo.
Em 26 de fevereiro de 2019, após dois meses de negociação, o grupo RD (Raia Drogasil) assinou acordo para aquisição da rede Onofre de farmácias. A empresa é controlada pela americana CVS Health, que adquiriu a varejista em 2013. Com isso o grupo estrangeiro deixa o mercado brasileiro, um setor controlado por empresas brasileiras e em sua ampla maioria, familiares. A Raia Drogasil pagou pela rede de farmácias apenas um valor simbólico, considerando que teria que absorver um negócio com prejuízo operacional. Com a operação, a Raia Drogasil planeja usar a estrutura da Onofre para expandir sua operação de venda on-line. Este é o principal diferencial da Onofre — quase metade das vendas anuais da Onofre vêm do site. No momento do negócio a rede Onofre tinha 50 lojas, sendo 47 no estado de São Paulo, duas no Rio de Janeiro e uma em Minas Gerais, e vendas brutas de R$ 479,4 milhões em 2018. Em 20 de maio de 2019, o Cade aprovou a compra da Onofre.
Pois foi esta a tarefa a que se propôs o jovem imigrante Giovani Baptista Raia que no início do século passado, aos 17 anos, deixou a região da Reggia Calabria, no sul da Itália, na companhia do irmão mais velho (foram depois seguidos por outros irmãos) para tentar a sorte no Brasil.
Era o ano de 1905 quando João Baptista Raia abriu, em Araraquara, no interior de São Paulo, a Pharmacia Raia. Pilotou a empresa por 51 anos e ao falecer, em 1956, seus genros tomaram as rédeas do negócio. Durante aproximadamente uma década a empresa teve problemas e chegou a acumular prejuízos. A salvação veio quando um dos genros, Arturo Pipponzi, resolveu virar a mesa. Comprou a parte dos demais sócios e passou os dez anos seguintes reestruturando a empresa que chegou a ter 20 lojas e passou a cinco na reorganização. Quando faleceu, em 2005, após um forte crescimento da rede, a sucessão já estava encaminhada, incluindo a família De Zagottis.
Em 2006, já com aproximadamente 150 lojas a Droga Raia viu uma oportunidade de crescimento acelerado e resolveu buscar formas de se capitalizar. Ao decidir negociar com gestores de investimento fechou acordo com os fundos Gávea e Pragma o que possibilitou dobrar o número de lojas, de 2006 a 2009, para quase 300.
Em 2010 abriu o capital e em 2011, já com mais de 350 lojas, decidiu juntar-se com a Drogasil para formar uma das maiores redes de farmácias do Brasil. A ideia da fusão partiu da gestora Gávea, que era acionista das duas empresas e apresentou seus presidentes, Cláudio Roberto Ely, da Drogasil, e Antônio Carlos Pipponzi, filho de Arturo Pipponzi, da família de fundadores da Raia.
A Drogasil (*) é fruto da união de duas pequenas farmácias em São Paulo em 1935 e era considerada organizada, onde havia processos para definir a atuação de todas as áreas.
Com dificuldades para a integração, os acionistas chegaram à conclusão que deveriam colocar um executivo de fora para o comando do processo. Em julho de 2013, Marcílio Pousada foi contratado com essa missão. Para Eugênio de Zagottis, diretor de relações com investidores da RaiaDrogasil, "isso deu neutralidade ao processo. Os funcionários pararam de dizer como faziam as coisas e começaram a olhar para a frente."
Em abril de 2017, após anunciar a nova marca da corporação, RD, a RaiaDrogasil deu o último passo para o processo de fusão anunciado em 2011. A rede de farmácias, desde então, mais que dobrou o número de lojas, possui atualmente mais de 1610 unidades em 20 estados do país, atingindo um robusto market share de 12%, considerando ser um setor extremamente pulverizado.
A cúpula da empresa resolveu manter as duas marcas, Raia e Drogasil, apesar de isso implicar mais investimento em marketing, porque acredita que o público das duas redes continua diferente. Nada muda nas lojas, apenas nos escritórios da companhia.
A empresa está investindo em outras duas subsidiárias. Uma delas é a marca de farmácias populares Farmasil, que foi lançada em 2013 e tem apenas 20 lojas, com dados de meados de 2017. Outra é a 4Bio, vendedora de remédios de alta tecnologia, para tratar câncer e doenças neurológicas, por exemplo.
Em 26 de fevereiro de 2019, após dois meses de negociação, o grupo RD (Raia Drogasil) assinou acordo para aquisição da rede Onofre de farmácias. A empresa é controlada pela americana CVS Health, que adquiriu a varejista em 2013. Com isso o grupo estrangeiro deixa o mercado brasileiro, um setor controlado por empresas brasileiras e em sua ampla maioria, familiares. A Raia Drogasil pagou pela rede de farmácias apenas um valor simbólico, considerando que teria que absorver um negócio com prejuízo operacional. Com a operação, a Raia Drogasil planeja usar a estrutura da Onofre para expandir sua operação de venda on-line. Este é o principal diferencial da Onofre — quase metade das vendas anuais da Onofre vêm do site. No momento do negócio a rede Onofre tinha 50 lojas, sendo 47 no estado de São Paulo, duas no Rio de Janeiro e uma em Minas Gerais, e vendas brutas de R$ 479,4 milhões em 2018. Em 20 de maio de 2019, o Cade aprovou a compra da Onofre.
O comando da Raia Drogasil disse em 28 de outubro de 2020, que começa teste piloto de seu “marketplace” (shopping virtual), com dois vendedores inicialmente. A empresa ainda informou que comprou participação na Manipulaê, site de pesquisa de preços de itens manipulados em farmácias pelo país. A operação foi feita por meio de debêntures conversíveis com opção de controle ou aquisição integral. Essa iniciativa está dentro da estratégia de ampliar a área de atuação da empresa, considerando as discussões em torno de criar novas atuações das farmácias no país, algo que já vem sendo debatido pela Abrafarma, a associação do setor, há alguns anos. Ainda está sendo testado um novo modelo de loja com conceito completo de serviços oferecidos pela companhia
A RaiaDrogasil tem 2,3 mil lojas espalhadas em 23 estados brasileiros.
(Fonte: jornal Gazeta Mercantil - 23.01.2004 / revista Capital Aberto - Maio 2010 - Pág. 38 / jornal Valor international edition - 18.04.2017 / Melhores & Maiores de Exame - 2017 / Valor - 26.02.2019 / Forbes - 20.05.2019 / Valor - 28.10.2020 - partes)
A RaiaDrogasil tem 2,3 mil lojas espalhadas em 23 estados brasileiros.
(Fonte: jornal Gazeta Mercantil - 23.01.2004 / revista Capital Aberto - Maio 2010 - Pág. 38 / jornal Valor international edition - 18.04.2017 / Melhores & Maiores de Exame - 2017 / Valor - 26.02.2019 / Forbes - 20.05.2019 / Valor - 28.10.2020 - partes)
(*) Drogasil
Em 1943, a Drogasil incorpora a Drogafarma.
Nos primeiros anos da década de 1990, a Drogasil era uma das maiores e mais tradicionais redes de farmácias do país, mas, dia após dia, as famílias controladoras da empresa viam a participação de mercado diminuir e os prejuízos aumentarem. Em 1994, as perdas chegaram a 6.2 milhões de reais.
No final de 1994 a empresa passou a ser comandada pelo Patrimônio, banco de investimento associado ao Salomon Brothers. O comando ficou sob a responsabilidade do executivo Alexandre Saigh, do Patrimônio, recrutado para liderar a rede. Em junho de 1994 o banco adquirira 23% das ações da empresa em mãos de 52 pessoas, quase todos herdeiros dos fundadores da rede. Logo depois, a Nomura, maior corretora de valores do mundo, comprou 5% da companhia.
Em março de 1996, o grupo holandês Vendex vendeu 32% da Drogasil para o Latin America and Interprise Fund, fundo de investidores com sede em Miami, nos Estados Unidos. Dos 4 clãs controladores da empresa, apenas 2 ficaram. Juntas, as famílias Galvão e Pires detinham na ocasião 40% do negócio. Mas, por meio de um acorde de acionistas, entregaram a administração da rede ao banco Patrimônio.
Foi aí que os problemas começaram a aparecer. Perda de foco com a insistência no caminho da diversificação. Além das farmácias, a rede contava com 13 supermercados e 48 drugstores, uma mistura de drogaria e mercearia. Havia também um laboratório e um atacadista de medicamentos.
O laboratório da empresa, responsável pelos medicamentos de marca própria da rede, foi vendido em setembro de 1995 para a Cristália, empresa farmacêutica de Itapira, no interior de São Paulo. A expansão ficou por conta da rede de farmácias.
No início de 1996, a Drogasil comprou 26 pontos-de-venda do Drogão uma das maiores redes de drogarias de São Paulo. no final daquele ano, havia 117 unidades em funcionamento. O negócio de atacado foi mantido.
Em 10 de agosto de 2021, o conselho de administração da Raia Drogasil aprovou, sem restrições, a aquisição de 100% da Cuco Health, plataforma digital que auxilia na aderência de pacientes ao tratamento, considerado um dos principais problemas de saúde, segundo a própria empresa.
Em 23 de dezembro de 2021, a Raia Drogasil anunciou que investiu, por meio do seu fundo RD Ventures, ao comprar 100% da Amplimed, 6,5% da Labi e 12,5% da Conecta Lá, como forma de acelerar sua estratégia de digitalização em saúde. Os valores das transações não foram divulgados.“Essas startups seguirão como empresas independentes e sob a gestão dos seus fundadores, mas serão progressivamente conectadas ao ecossistema da RD, que já inclui Vitat, Manipulaê, Healthbit, Cuco Health, 4Bio e Stix”, diz a companhia. A Amplimed desenvolve softwares de prontuário médico e oferece serviços de gestão de clínicas e consultórios via assinatura. A startup tem mais de 20 mil profissionais cadastrados, que atendem em mais de 3 mil clínicas em 450 cidades do Brasil. Já a Labi é focada em exames laboratoriais, testes, check-ups e vacinas de baixo custo. Fundada em 2017, possui 24 unidades em 10 cidades, além de operação domiciliar, onde já realiza mais de 120 mil exames por mês. A Raia detém opções para investimentos futuros adicionais. Por fim, a Conecta Lá é um consolidador e integrador de pequenos vendedores para conectá-los em grandes lojas e oferece serviços como catalogação de produtos, fluxo de pedidos, logística e geração de informações. A Raia detém direito de preferência para elevar sua participação até 20% e na compra do código da sua plataforma.
A rede tem cinco marcas próprias, que faturam R$ 1,2 bilhão (dados de 2023): Needs, de produtos essenciais para o dia a dia, responde por pouco mais de 80%. O grupo conta também com a Nutrigood, voltada a alimentação saudável; Natz, focada em suplementos e vitaminas; a Caretech, de equipamentos de saúde como termômetro e medidor de pressão, além de produtos Raia e Drogasil.
Em 28 de janeiro de 2022, a Raia Drogasil, presente em todos os estados brasileiros, inaugurou sua loja de número 2.500, localizada em Alta Floresta, no Mato Grosso. No final de setembro de 2023, a rede tinha 2868 lojas abertas.
A RaiaDrogasil fechou 2023 com
2.920 farmácias no Brasil
todo. É o maior negócio
de farmácia do país, representando aproximadamente 15% do
mercado de farmácias.
A estratégia digital, que teve início em
2019, tem mais de
125 mil pedidos por dia.
(Fonte: revista Exame - 22.07.1992 / 18.12.1996 / Elevenfinancial - 11.08.2021 / Valor - 23.12.2021 / Eleven Financial - 28.01.2022 / Estadão - 26.03.2024 - partes)
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