A Chapecó Alimentos (Frigorífico Chapecó) iniciou suas atividades em 1952, na cidade de Chapecó, no oeste do estado de Santa Catarina. A Chapecó foi, por um bom tempo, uma espécie de "terceira marca", atrás de Sadia e Perdigão. Seara, Aurora e outras não tinham a penetração que têm hoje.
Foi fundada pelo gaúcho de Encantado, Plínio Arlindo De Nês, nascido em 1921, e que chegou ainda pequeno a Santa Catarina. Ficou presidente até 1988, quando passou para o conselho de administração até 1991.
Se o Plínio, pai, criou a Atlético Clube Chapecó, que depois viria a ser substituído pela Chapecoense, o filho, Plínio Arlindo De Nês Filho, esteve ainda mais ligado ao esporte. Em 1978 era vice-presidente da Chapecoense. Depois, bancou a formação de um dos melhores times de vôlei do país na década de 1990, campeão Sul-Americano, com jogadores como Giba, Carlão, Giovani, Weber e Milinkovik. Viu no esporte uma forma de o Frigorífico Chapecó fortalecer sua marca e elevar o nome da cidade onde viveu a partir dos seis anos (nasceu em Faxinal dos Guedes).
Plínio De Nês Filho viveu a crise que levou o Frigorífico Chapecó à falência. Na empresa da família, foi diretor, vice-presidente e presidente. Não por mera coincidência, com a quebra da empresa, a Chapecoense sumiu dos holofotes por mais de uma década. Viu que a vinculação da marca com o esporte não é tudo. No futebol, temos casos clássicos. A Parmalat, nos anos 1990, depois de fazer o Palmeiras colecionar títulos, foi à bancarrota. O banco Excel-Econômico, do aprendiz de banqueiro Ezequiel Nasser (sobrinho do banqueiro José Safra), quebrou sem que o banqueiro tivesse a certeza de que os corintianos tenham aberto uma mísera conta depois de ter exposto o nome do banco na camisa do time. Mais recentemente, a Caixa Econômica Federal, patrocinadora de vários times de futebol considerados populares, ou seja, de grandes torcidas, em 25 de fevereiro de 2016, tem seu nome estampado nos jornais, por não ter honrado financiamentos imobiliários já aprovados e cujos valores da entrada já foram pagos pelos mutuários há vários meses.
Nos anos 1980, a Chapecó passou por uma situação no mínimo constrangedora. A família Brandalise, proprietária da rival Perdigão, entrou na Chapecó com a aquisição de 33% do capital. Plínio De Nês, proprietário da Chapecó, teve de conviver com a situação, até conseguir, em 1993, diluir a participação da rival, via forte aumento de capital.
A Chapecó atuava em todo o mercado brasileiro e, no auge, chegou a ter 5 mil funcionários, abatia 490 mil aves e 5 mil suínos por dia. Possuía 3 mil produtores integrados. Exportava para mais de 50 países. A rede possuía oito unidades industriais.
Foi fundada pelo gaúcho de Encantado, Plínio Arlindo De Nês, nascido em 1921, e que chegou ainda pequeno a Santa Catarina. Ficou presidente até 1988, quando passou para o conselho de administração até 1991.
Se o Plínio, pai, criou a Atlético Clube Chapecó, que depois viria a ser substituído pela Chapecoense, o filho, Plínio Arlindo De Nês Filho, esteve ainda mais ligado ao esporte. Em 1978 era vice-presidente da Chapecoense. Depois, bancou a formação de um dos melhores times de vôlei do país na década de 1990, campeão Sul-Americano, com jogadores como Giba, Carlão, Giovani, Weber e Milinkovik. Viu no esporte uma forma de o Frigorífico Chapecó fortalecer sua marca e elevar o nome da cidade onde viveu a partir dos seis anos (nasceu em Faxinal dos Guedes).
Plínio De Nês Filho viveu a crise que levou o Frigorífico Chapecó à falência. Na empresa da família, foi diretor, vice-presidente e presidente. Não por mera coincidência, com a quebra da empresa, a Chapecoense sumiu dos holofotes por mais de uma década. Viu que a vinculação da marca com o esporte não é tudo. No futebol, temos casos clássicos. A Parmalat, nos anos 1990, depois de fazer o Palmeiras colecionar títulos, foi à bancarrota. O banco Excel-Econômico, do aprendiz de banqueiro Ezequiel Nasser (sobrinho do banqueiro José Safra), quebrou sem que o banqueiro tivesse a certeza de que os corintianos tenham aberto uma mísera conta depois de ter exposto o nome do banco na camisa do time. Mais recentemente, a Caixa Econômica Federal, patrocinadora de vários times de futebol considerados populares, ou seja, de grandes torcidas, em 25 de fevereiro de 2016, tem seu nome estampado nos jornais, por não ter honrado financiamentos imobiliários já aprovados e cujos valores da entrada já foram pagos pelos mutuários há vários meses.
Nos anos 1980, a Chapecó passou por uma situação no mínimo constrangedora. A família Brandalise, proprietária da rival Perdigão, entrou na Chapecó com a aquisição de 33% do capital. Plínio De Nês, proprietário da Chapecó, teve de conviver com a situação, até conseguir, em 1993, diluir a participação da rival, via forte aumento de capital.
A Chapecó atuava em todo o mercado brasileiro e, no auge, chegou a ter 5 mil funcionários, abatia 490 mil aves e 5 mil suínos por dia. Possuía 3 mil produtores integrados. Exportava para mais de 50 países. A rede possuía oito unidades industriais.
O ano de 1994 foi considerado bom para a Chapecó, com receita em relevante evolução e retorno ao lucro.
Em 1997 o BNDES assumiu o comando geral da empresa com o apoio do Banco do Brasil e do Banco Bozzano Simonsen.
Em julho de 1999, o BNDES firmou acordo com o grupo argentino Macri, de Francisco "Franco" Macri, pai do presidente argentino eleito em novembro de 2015, Mauricio Macri. O grupo argentino, através da Alimbras, assumiu o controle da empresa. A dívida somava 285 milhões de dólares. Para se ter uma ideia da morosidade para fechamento de negócio de empresa com problemas, no início de novembro de 1997, o grupo Macri já estava praticamente fechando negócio para a compra da Chapecó, quando faltavam apenas alguns detalhes de ordem burocrática.
Mesmo com essa dívida, num panorama traçado em meados de agosto de 1999, o grupo Macri tinha tudo para levantar a empresa. Pelo menos nas aparências. Tinha, só no Brasil, um faturamento de 650 milhões de dólares e 15.600 funcionários, distribuídos em empresas como Sideco do Brasil (serviços públicos e infra-estrutura), Enterpa Ambiental e Sasa (limpeza urbana) e um leque de empresas no setor de massas e biscoitos: Adria, Zabet, Isabela e Basilar. As quatro marcas, hoje, estão no portfólio da gigante M. Dias Branco. Para a revista Exame, Macri chegou a confirmar planos ambiciosos: "Dentro de três anos, pensamos em chegar a um faturamento de pelo menos 1 bilhão de dólares com a Chapecó".
Em 2003 a empresa enfrentou falta de capital de giro e milhares de frangos morreram. A Chapecó parou de pagar os fornecedores. Como resultado da crise chegou a demitir 4.700 funcionários. As unidades foram paralisadas. Não encontrando novo comprador, a Chapecó optou por arrendar as unidades frigoríficas - nas cidades de Chapecó, Xaxim, Santa Rosa (RS), Cascavel (PR) e Amparo (SP).
Em janeiro de 2004 a Chapecó entrou com pedido de concordata e em 29 de abril de 2005, teve sua falência decretada. Segundo a juíza Rosane Portella Wolf, que decretou a falência das empresas Indústria e Comércio Chapecó e Chapecó Companhia Industrial de Alimentos, apesar de o BNDES ter assumido o comando geral da empresa, com a apoio dos bancos do Brasil e Bozzano Simonsen, no início de 1997, as medidas gerenciais não foram suficientes para reverter a crise da empresa que se agravou ainda mais.
Em 2004, já dando destino à massa falida da Chapecó Alimentos é feito o arrendamento do Frigorífico Chapecó II para a Aurora. Em 2013 é feito o arrendamento do Frigorífico de Xaxim para a Aurora.
Franco Macri responde a processo junto à justiça brasileira sobre empréstimo contraído com o BNDES para comprar a Chapecó em 1998 através de sua empresa Alimbras. A dificuldade principal para a cobrança, resume-se ao fato de o controle da Alimbras ter sido transferido para outra empresa de Macri, com sede no Uruguai. Em entrevista ao jornal Valor em janeiro de 2007, Macri argumentou que o banco não teria dado o suporte necessário.
A Chapecó figura como um exemplo de empresa de capital aberto, que, com sua falência, não restou um mísero centavo para devolver a seus acionistas, cujas ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, literalmente viraram pó.
A Chapecoense (futebol) teve mais sorte, está viva até hoje.
(Fonte: UnoChapecó-Acervo Digital-Ceom / Wikipedia / site Aurora / revista Exame - 07.12.1994 / 26.02.1997 / 19.11.1997 / 25.08.1999 / Diário Catarinense - 20.01.2015 / jornal Valor International - 10.12.2015 / jornal Diário Catarinense - 08.03.2017 - partes)
Em 1997 o BNDES assumiu o comando geral da empresa com o apoio do Banco do Brasil e do Banco Bozzano Simonsen.
Em julho de 1999, o BNDES firmou acordo com o grupo argentino Macri, de Francisco "Franco" Macri, pai do presidente argentino eleito em novembro de 2015, Mauricio Macri. O grupo argentino, através da Alimbras, assumiu o controle da empresa. A dívida somava 285 milhões de dólares. Para se ter uma ideia da morosidade para fechamento de negócio de empresa com problemas, no início de novembro de 1997, o grupo Macri já estava praticamente fechando negócio para a compra da Chapecó, quando faltavam apenas alguns detalhes de ordem burocrática.
Mesmo com essa dívida, num panorama traçado em meados de agosto de 1999, o grupo Macri tinha tudo para levantar a empresa. Pelo menos nas aparências. Tinha, só no Brasil, um faturamento de 650 milhões de dólares e 15.600 funcionários, distribuídos em empresas como Sideco do Brasil (serviços públicos e infra-estrutura), Enterpa Ambiental e Sasa (limpeza urbana) e um leque de empresas no setor de massas e biscoitos: Adria, Zabet, Isabela e Basilar. As quatro marcas, hoje, estão no portfólio da gigante M. Dias Branco. Para a revista Exame, Macri chegou a confirmar planos ambiciosos: "Dentro de três anos, pensamos em chegar a um faturamento de pelo menos 1 bilhão de dólares com a Chapecó".
Em 2003 a empresa enfrentou falta de capital de giro e milhares de frangos morreram. A Chapecó parou de pagar os fornecedores. Como resultado da crise chegou a demitir 4.700 funcionários. As unidades foram paralisadas. Não encontrando novo comprador, a Chapecó optou por arrendar as unidades frigoríficas - nas cidades de Chapecó, Xaxim, Santa Rosa (RS), Cascavel (PR) e Amparo (SP).
Em janeiro de 2004 a Chapecó entrou com pedido de concordata e em 29 de abril de 2005, teve sua falência decretada. Segundo a juíza Rosane Portella Wolf, que decretou a falência das empresas Indústria e Comércio Chapecó e Chapecó Companhia Industrial de Alimentos, apesar de o BNDES ter assumido o comando geral da empresa, com a apoio dos bancos do Brasil e Bozzano Simonsen, no início de 1997, as medidas gerenciais não foram suficientes para reverter a crise da empresa que se agravou ainda mais.
Em 2004, já dando destino à massa falida da Chapecó Alimentos é feito o arrendamento do Frigorífico Chapecó II para a Aurora. Em 2013 é feito o arrendamento do Frigorífico de Xaxim para a Aurora.
Franco Macri responde a processo junto à justiça brasileira sobre empréstimo contraído com o BNDES para comprar a Chapecó em 1998 através de sua empresa Alimbras. A dificuldade principal para a cobrança, resume-se ao fato de o controle da Alimbras ter sido transferido para outra empresa de Macri, com sede no Uruguai. Em entrevista ao jornal Valor em janeiro de 2007, Macri argumentou que o banco não teria dado o suporte necessário.
A Chapecó figura como um exemplo de empresa de capital aberto, que, com sua falência, não restou um mísero centavo para devolver a seus acionistas, cujas ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, literalmente viraram pó.
A Chapecoense (futebol) teve mais sorte, está viva até hoje.
(Fonte: UnoChapecó-Acervo Digital-Ceom / Wikipedia / site Aurora / revista Exame - 07.12.1994 / 26.02.1997 / 19.11.1997 / 25.08.1999 / Diário Catarinense - 20.01.2015 / jornal Valor International - 10.12.2015 / jornal Diário Catarinense - 08.03.2017 - partes)
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