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5 de out. de 2011

Mary Kay

           Na década de 1960 a texana Mary Kay Ash funda a empresa de cosméticos Mary Kay, nos EUA. Mary Kay é o apelido de Mary Kathlyn Wagner, que aos 45 anos resolveu criar a própria empresa de cosméticos. Antes de iniciar o negócio, entretanto, trabalhou como vendedora porta a porta de livros. Viu um dos homens que treinou ser promovido no lugar dela e resolveu sair de cena e escrever um livro para ajudar outras mulheres a tocarem os próprios negócios. O livro acabou por despertar nela o desejo de desenvolver um projeto para chamar de “seu”.  
          A subsidiária brasileira foi criada em 1998 e em 2014 colocou no peito a medalha de bronze, atrás da chinesa e da matriz americana. No mundo, a companhia faturou 4 bilhões de dólares em 2014.
           Já são 440.000 mulheres em todo o país. Alguns fatores explicam o poder de atração da Mary Kay sobre boa parte desse exército de vendedoras. Um deles é o mesmo que outras empresas de venda direta oferecem: trabalho sem chefe e flexibilidade de horários. O lema criado pela fundadora da marca é exaustivamente repetido pela empresa: Deus, família e carreira. Mas, ainda que tempo livre para Deus e a família contem, o que mais faz brilhar os olhos dessas mulheres é, de fato, outra coisa. Os ganhos das vendedoras que chegam a 40% do produto.
          Quem agrega novos vendedores à marca ganha mais. É um modelo similar ao seguido por outras empresas de venda direta, como as americana Amway (vide origem da marca Amway neste blog) e Herbalife.
           A Mary Kay propõe um plano de carreira para as vendedoras, com 16 níveis, de acordo com os resultados. As promoções são anunciadas no evento anual da companhia, que reúne quase 20.000 de suas revendedoras, com direito a coroação de rainhas e princesas (respectivamente, a primeira e a segunda colocada em vendas em categorias de senioridade) e depoimentos de revendedoras que ganham até 200.000 reais mensais. O clímax desses encontros é a entrega de prêmios, como viagens internacionais e carrões cor-de-rosa. Na versão americana, as melhores revendedoras recebem um Cadillac (vide origem da marca Cadillac neste blog). No Brasil, o modelo atualmente distribuído é o Cruze, da Chevrolet e aproximadamente 1.100 já foram distribuídos.
           Há desafios pelo caminho para a Mary Kay. Um deles é ampliar a participação da marca em outras categorias, além da maquiagem, segmento em que se concentram as vendas no Brasil, e um dos menos rentáveis. Outro é manter a rede motivada à medida que a equipe se multiplica. Nos Estados Unidos, revendedoras insatisfeitas já se uniram para alardear que pouquíssimas atingem independência financeira, e não faltam relatos das que se endividam com caixas encalhadas em casa. Aqui, por enquanto, para as 1.100 contempladas com o carro rosa restam 438900 outras dispostas a vender muito batom para conquistá-lo - e essa não é uma boa notícia para a concorrência.
(Fonte: revista Exame - 17.02.2016 / Claudia - 18.08.2016 - partes)

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