O Bar da Dona Onça foi fundado em 2008 e oito meses depois, para se adaptar ao aumento da clientela, teve sua capacidade aumentada. Foi inaugurado aos pés do Edifício Copan. Assim como A Casa do Porco Bar, aberta em outubro de 2015, a uma quadra da Praça da República, fazem parte de uma pequena relação de restaurantes que surpreendem e são sucesso não apenas pela comida. Esses estabelecimentos transformam pontos decadentes do centro em locais badalados.
Inaugurado já com o salão lotado, a casa tem o porco como principal ingrediente. O misto de bar e restaurante oferece desde sushi feito com papada de porco até uma interpretação mais delicada do virado à paulista.
Ambos foram fundados pelos chefs Jefferson e Janaina Rueda. Ela, com um gênio indomável, tinha recebido o apelido de "Dona Onça" dos amigos, que usou para batizar sua primeira empreitada gastronômica no centro.
A heterogeneidade do público é visível. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de vez em quando estaria por lá, assim como o banqueiro Pedro Moreira Salles, um dos controladores do banco Itaú. O menu heterogêneo da frequência inclui também uma das transformistas pioneiras da capital, Eloina dos Leopardos, executivos e artistas (Fafá de Belém, por exemplo), recatadas e periguetes, famosos e anônimos de todos os naipes e procedências.
O visual calculadamente despretensioso que põe na mesma panela cimento queimado, madeira rústica, ferro aparente e couro, influência direta de endereços modernos do Brooklyn, em Nova York: a cozinha de onde saem invenções como sushi de papada de porco e arroz de sardinha.
Tudo isso é obra e a cara de quem está por trás desses fenômenos gastronômicos - o casal de chefs Jefferson e Janaina Rueda. Jefferson veio de São José do Rio Pardo para a capital com o objetivo de fazer estágio para se formar em gastronomia. Passados vinte anos, ainda cultiva o sotaque caipira no discurso e nas receitas. Sua mulher Janaina é filha de uma hostess de boate e de um gerente de loja de discos, nasceu no Brás e nunca mais se afastou do centro. Antes de encostar a barriga no fogão e ganhar muito dinheiro com isso, vendeu sapatos e trabalhou como corretora de imóveis, entre outras ocupações.
Para agradar aos filhos, o chef Jefferson criou um cachorro-quente feito com salsicha artesanal, sem corante nem conservante. A pedida foi parar no cardápio do A Casa do Porco Bar. Virou hit e em fevereiro de 2018 ganhou um endereço próprio, pertinho do A Casa do Porco Bar. Trata-se do Hot Pork (Rua Bento Freitas, 454). O embutido é feito exclusivamente de carne suína, e o pão é bem macio. Ketchup de maçã, mostarda fermentada no tucupi, maionese e picles de cebola-roxa completam a pedida.
O destino de Janaina e Jefferson cruzou em 2003. Ela atuava como consultora de vendas da Pernod Ricard, grupo proprietário de diversos vinhos e destilados, como a vodca Absolut. Parte do trabalho envolvia rodar a capital para oferecer o catálogo da empresa a estabelecimentos como o italiano Pomodori, no Itaim, que na época era comandado por Jefferson. Papo vai, papo vem, os olhos azuis da moça encantaram-se com o jeito matuto do chef. E ele retribuiu.
(Fonte: revista Veja São Paulo - 15.06.2016 / 07.03.2018 - partes)
Inaugurado já com o salão lotado, a casa tem o porco como principal ingrediente. O misto de bar e restaurante oferece desde sushi feito com papada de porco até uma interpretação mais delicada do virado à paulista.
Ambos foram fundados pelos chefs Jefferson e Janaina Rueda. Ela, com um gênio indomável, tinha recebido o apelido de "Dona Onça" dos amigos, que usou para batizar sua primeira empreitada gastronômica no centro.
A heterogeneidade do público é visível. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de vez em quando estaria por lá, assim como o banqueiro Pedro Moreira Salles, um dos controladores do banco Itaú. O menu heterogêneo da frequência inclui também uma das transformistas pioneiras da capital, Eloina dos Leopardos, executivos e artistas (Fafá de Belém, por exemplo), recatadas e periguetes, famosos e anônimos de todos os naipes e procedências.
O visual calculadamente despretensioso que põe na mesma panela cimento queimado, madeira rústica, ferro aparente e couro, influência direta de endereços modernos do Brooklyn, em Nova York: a cozinha de onde saem invenções como sushi de papada de porco e arroz de sardinha.
Tudo isso é obra e a cara de quem está por trás desses fenômenos gastronômicos - o casal de chefs Jefferson e Janaina Rueda. Jefferson veio de São José do Rio Pardo para a capital com o objetivo de fazer estágio para se formar em gastronomia. Passados vinte anos, ainda cultiva o sotaque caipira no discurso e nas receitas. Sua mulher Janaina é filha de uma hostess de boate e de um gerente de loja de discos, nasceu no Brás e nunca mais se afastou do centro. Antes de encostar a barriga no fogão e ganhar muito dinheiro com isso, vendeu sapatos e trabalhou como corretora de imóveis, entre outras ocupações.
Para agradar aos filhos, o chef Jefferson criou um cachorro-quente feito com salsicha artesanal, sem corante nem conservante. A pedida foi parar no cardápio do A Casa do Porco Bar. Virou hit e em fevereiro de 2018 ganhou um endereço próprio, pertinho do A Casa do Porco Bar. Trata-se do Hot Pork (Rua Bento Freitas, 454). O embutido é feito exclusivamente de carne suína, e o pão é bem macio. Ketchup de maçã, mostarda fermentada no tucupi, maionese e picles de cebola-roxa completam a pedida.
O destino de Janaina e Jefferson cruzou em 2003. Ela atuava como consultora de vendas da Pernod Ricard, grupo proprietário de diversos vinhos e destilados, como a vodca Absolut. Parte do trabalho envolvia rodar a capital para oferecer o catálogo da empresa a estabelecimentos como o italiano Pomodori, no Itaim, que na época era comandado por Jefferson. Papo vai, papo vem, os olhos azuis da moça encantaram-se com o jeito matuto do chef. E ele retribuiu.
(Fonte: revista Veja São Paulo - 15.06.2016 / 07.03.2018 - partes)
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