O roteiro é conhecido: trajando jeans surrados e tênis, dois nerds da Califórnia criam um site na garagem de casa, levantam alguns milhões de dólares com investidores e estabelecem a nova onda da internet. Com pequenas variações, esse script foi seguido por Yahoo!, Google e um punhado de outros empreendimentos ponto.com. Uma reedição desse clássico do Vale do Silício atende pelo nome de YouTube - em alusão ao tubo de um aparelho de TV ou de um monitor de computador pessoal -, serviço que permite a qualquer pessoa (inclusive você, you) veicular e ver vídeos na web. Alguns simplificam ainda mais e consideram YouTube, simplesmente como "você no tubo".
A ideia nasceu durante um jantar de um grupo de amigos de Chad Hurley e Steve Chen, dois ex-colegas de trabalho no PayPal, sistema de pagamento eletrônico que foi comprado pelo site de leilões eBay. Entre um gole de cerveja e outro, alguns dos presentes filmaram passagens do encontro com câmaras digitais. Depois, quando tentaram trocar os vídeos por e-mail, a diversão foi substituída pelo aborrecimento de ver as caixas postais travarem diante do peso dos arquivos. Foi o que bastou para que Hurley, então com 28 anos, e Chen, com 26, começassem a esboçar uma forma fácil de compartilhar pela internet esse tipo de conteúdo.
A solução que ambos encontraram é simples. Óbvia até. Em vez de enviar os vídeos, por que não colocá-los num site? Basta passar um endereço da web para os amigos e está resolvido o problema. Essa ideia deu origem, em fevereiro de 2005, ao YouTube. Jawed Karim, cientista de computação nascido na Alemanha, também participou da fundação.
A fundação foi em San Mateo e a sede fica em San Bruno, ambas na Califórnia. A nova ponto-com tornou-se um sucesso instantâneo somente com divulgação boca a boca. Nos Estados Unidos, a audiência chegou a 12,6 milhões de pessoas em maio de 2006, apenas um ano após o serviço ter sido testado publicamente pela primeira vez.
Os brasileiros também aderiram com entusiasmo à novidade. Segundo o Ibope/NetRating, a audiência nacional do YouTube, que era de 57.000 pessoas em dezembro de 2005, ultrapassou 1,4 milhão já em maio de 2006 - um crescimento de mais de 24 vezes em cinco meses. Esses números referiam-se somente ao acesso residencial, mas sabe-se que os vídeos disponíveis no website - geralmente curtos - também eram sucesso de público nos escritórios. Muitos funcionários não resistiam à tentação de aproveitar a conexão à internet em alta velocidade nas empresas em que trabalham para se dar um ocasional intervalo de lazer.
Nessa época (meados de 2006) já se falava na existência de potenciais interessados com dinheiro de sobra para aquisições. Hurley e Chen refutavam cada boato de venda. Paulo Castro, então diretor geral do portal Terra no Brasil avaliava que o YouTube teria melhor viabilidade econômica como serviço permanente a uma empresa maior na internet, o que permitiria diluir os custos de infra-estrutura tecnológica e de telecomunicações, além do melhor aproveitamento do relacionamento com anunciantes. Argumentava que, sozinho, o YouTube provou ser um grande sucesso, mas não um grande negócio.
Em 9 de outubro de 2006, o Google anunciou a compra do popular site de vídeos YouTube pelo valor de US$ 1,65 bilhão (R$ 3,58 bilhões). Os fundadores, Chad Hurley e Steve Chen, assim como seus 65 funcionários, passaram a trabalhar para o Google. O site de compartilhamento de vídeo continuaria operando de maneira independente, com seu nome e marca. A aquisição partiu da estratégia do Google de ampliar seu domínio na área de sites dedicados à formação de redes sociais e ao compartilhamento de vídeos, serviço este último que o Google já oferecia, mas era apenas o sétimo maior entre seus concorrentes.
Calcula-se que cerca de 34 milhões de americanos se conectavam mensalmente no YouTube, o que daria ao Google uma grande plataforma para a ampliação de seus negócios de venda de espaços publicitários na rede.
Em 5 de fevereiro de 2014, a executiva Susan Wojcicki passou a ser CEO da companhia. O YouTube teve receita de 15 bilhões de dólares em 2019. Em março de 2020, o YouTube tinha aproximadamente 1,9 bilhão de usuários. Susan Wojcicki, que ajudou a fundar o Google e foi uma das executivas mais proeminentes do Vale do Silício como CEO do YouTube, morreu em 9 de agosto de 2024, aos 56 anos de idade, de câncer no pulmão.
(Fonte: revista Exame - 05.07.2006 / Wikipédia / Portal Terra Brasil - 10.10.2006 / Estadão - 11.08.2024 - partes)
A ideia nasceu durante um jantar de um grupo de amigos de Chad Hurley e Steve Chen, dois ex-colegas de trabalho no PayPal, sistema de pagamento eletrônico que foi comprado pelo site de leilões eBay. Entre um gole de cerveja e outro, alguns dos presentes filmaram passagens do encontro com câmaras digitais. Depois, quando tentaram trocar os vídeos por e-mail, a diversão foi substituída pelo aborrecimento de ver as caixas postais travarem diante do peso dos arquivos. Foi o que bastou para que Hurley, então com 28 anos, e Chen, com 26, começassem a esboçar uma forma fácil de compartilhar pela internet esse tipo de conteúdo.
A solução que ambos encontraram é simples. Óbvia até. Em vez de enviar os vídeos, por que não colocá-los num site? Basta passar um endereço da web para os amigos e está resolvido o problema. Essa ideia deu origem, em fevereiro de 2005, ao YouTube. Jawed Karim, cientista de computação nascido na Alemanha, também participou da fundação.
A fundação foi em San Mateo e a sede fica em San Bruno, ambas na Califórnia. A nova ponto-com tornou-se um sucesso instantâneo somente com divulgação boca a boca. Nos Estados Unidos, a audiência chegou a 12,6 milhões de pessoas em maio de 2006, apenas um ano após o serviço ter sido testado publicamente pela primeira vez.
Os brasileiros também aderiram com entusiasmo à novidade. Segundo o Ibope/NetRating, a audiência nacional do YouTube, que era de 57.000 pessoas em dezembro de 2005, ultrapassou 1,4 milhão já em maio de 2006 - um crescimento de mais de 24 vezes em cinco meses. Esses números referiam-se somente ao acesso residencial, mas sabe-se que os vídeos disponíveis no website - geralmente curtos - também eram sucesso de público nos escritórios. Muitos funcionários não resistiam à tentação de aproveitar a conexão à internet em alta velocidade nas empresas em que trabalham para se dar um ocasional intervalo de lazer.
Nessa época (meados de 2006) já se falava na existência de potenciais interessados com dinheiro de sobra para aquisições. Hurley e Chen refutavam cada boato de venda. Paulo Castro, então diretor geral do portal Terra no Brasil avaliava que o YouTube teria melhor viabilidade econômica como serviço permanente a uma empresa maior na internet, o que permitiria diluir os custos de infra-estrutura tecnológica e de telecomunicações, além do melhor aproveitamento do relacionamento com anunciantes. Argumentava que, sozinho, o YouTube provou ser um grande sucesso, mas não um grande negócio.
Em 9 de outubro de 2006, o Google anunciou a compra do popular site de vídeos YouTube pelo valor de US$ 1,65 bilhão (R$ 3,58 bilhões). Os fundadores, Chad Hurley e Steve Chen, assim como seus 65 funcionários, passaram a trabalhar para o Google. O site de compartilhamento de vídeo continuaria operando de maneira independente, com seu nome e marca. A aquisição partiu da estratégia do Google de ampliar seu domínio na área de sites dedicados à formação de redes sociais e ao compartilhamento de vídeos, serviço este último que o Google já oferecia, mas era apenas o sétimo maior entre seus concorrentes.
Calcula-se que cerca de 34 milhões de americanos se conectavam mensalmente no YouTube, o que daria ao Google uma grande plataforma para a ampliação de seus negócios de venda de espaços publicitários na rede.
Em 5 de fevereiro de 2014, a executiva Susan Wojcicki passou a ser CEO da companhia. O YouTube teve receita de 15 bilhões de dólares em 2019. Em março de 2020, o YouTube tinha aproximadamente 1,9 bilhão de usuários. Susan Wojcicki, que ajudou a fundar o Google e foi uma das executivas mais proeminentes do Vale do Silício como CEO do YouTube, morreu em 9 de agosto de 2024, aos 56 anos de idade, de câncer no pulmão.
(Fonte: revista Exame - 05.07.2006 / Wikipédia / Portal Terra Brasil - 10.10.2006 / Estadão - 11.08.2024 - partes)
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