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1 de out. de 2011

Yduqs (ex-Estácio)

          No final da tarde da segunda-feira, dia 15 de agosto de 2016, os acionistas da companhia de educação Estácio aprovam e fusão com a rival Kroton. Logo após, o executivo Pedro Thompson assumiu como presidente da companhia durante o processo de compra pela Kroton, num mandato tampão até o fim do processo.
          A aprovação (ou não) da fusão pelo Cade foi demorada. Em abril de 2017 ainda não havia um veredito.
          Finalmente, em julgamento encerrado pouco antes das 21 horas do dia 28 de junho de 2017, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) rejeitou a fusão entre a Estácio e a Kroton, por cinco votos a um: “Estaríamos formando aqui uma empresa quase cinco vezes maior que a segunda colocada”, disse o conselheiro Gilvandro de Araújo, ao propor a rejeição do negócio. A Kroton pagaria 5,5 bilhões de reais pela companhia.
          Thompson, o jovem presidente não havia se contentado com a simples tarefa de cumprir um mandato tampão, realizou mudanças na estratégia da empresa e enfrentou resistência de funcionários.
          No processo de captação de novos alunos, a empresa elevou os preços dos cursos em uma mudança drástica de postura. O objetivo é deixar de atrair os alunos com perfil de evasão ou inadimplência, focando em uma base menor, mas mais efetiva de estudantes. Thompson ainda implementou um controle rígido de gastos, que incluiu o fechamento de três campi no Rio de Janeiro.
Os resultados de Thompson fizeram com que ele continuasse à frente da companhia após a negativa do Cade e a mudança de acionistas.
          Em setembro de 2017, após comprar a participação do empresário Chaim Zaher e com a diminuição de participação do fundo Oppenheimer, o fundo americano Advent se tornou o maior acionista da companhia e ganhou direito a duas cadeiras no conselho da empresa. “Os conselheiros têm apoiado o Pedro e o Advent reconhece que, mesmo sendo novo, ele tem feito um bom trabalho”, diz um executivo da empresa.
          Em março de 2018, com um investimento de R$ 355 milhões, o Advent aumentou sua participação na Estácio de 10,5% para 13,5%.
          Em julho de 2019, o grupo criou uma holding, batizada de Yduqs, para diversificar sua operação e ter mais flexibilidade, por exemplo, para adquirir ativos com perfil diferente das instituições que levam a marca Estácio. Queira ou não, o nome do fundador da cidade do Rio de Janeiro, Estácio de Sá, inicialmente homenageado, passa para um segundo plano. No bolsa de valores o ticker muda para YDUQ3.
          Em 12 de setembro de 2019, a Yduqs adquiriu a totalidade do centro universitário UniToledo, de Araçatuba, no interior de São Paulo, por R$ 102,5 milhões. A transação envolve um adicional de cerca de R$ 15 milhões caso a UniToledo consiga credenciamento para ensino à distância, cujo pedido já está em andamento no Ministério da Educação (MEC). Fundada em 1966, a UniToledo é um centro universitário com 5,3 mil alunos matriculados em 25 cursos presenciais de graduação e 18 cursos de pós-graduação. Ela fará parte do braço de novos negócios da companhia carioca. A UniToledo tem uma mensalidade superior e é a primeira instituição do grupo carioca a ter sua marca preservada. Até então, todas as escolas adquiridas tiveram suas bandeiras revertidas para Estácio.
          Dois anos após quase ter sido vendida para a Kroton, a Yduqs (ex- Estácio) fechou a aquisição de 100% da Adtalem Brasil, grupo educacional americano que no país é dono de 12 instituições como Ibmec e Damásio, por R$ 1,9 bilhão. Trata-se de uma das maiores transações do setor e marca um salto para a companhia carioca. Com a aquisição, a Yduqs passa a ter uma receita líquida combinada de R$ 4,5 bilhões e quase 700 mil alunos, o que representa um incremento de 102 mil matrículas de uma só vez num momento em que o crescimento orgânico na graduação presencial tem sido uma das principais dificuldades para o setor devido à crise econômica e redução do Fies, programa de financiamento estudantil do governo. As marcas das instituições de ensino da Adtalem serão mantidas dentro da estratégia da Yduqs de atuar com novos públicos e de outras faixas de renda. A empresa vai criar nova divisão para abrigar o Ibmec e os cursos de medicina da Estácio. Essa área será administrada separadamente e liderada pelo atual presidente do Ibmec, Thiago Sayão, para evitar conflitos ou receios por parte de alunos e professores de que uma das faculdades mais tradicionais de negócios será massificada e perder o status premium.
          No final de 2019 a Yduqs tinha 570,3 mil alunos em sua base de alunos. O segmento de graduação à distância tinha para 214,6 mil alunos.
          No início de junho de 2020, a Yduqs Participações fechou um acordo para adquirir o Athenas Grupo Educacional. Fundado no começo da década de 1990, o Grupo Athenas é formado por cinco instituições localizadas em Rio Branco, Ji-Paraná (RO), Rolim de Moura (RO), Pimenta Bueno (RO) e Caceres (MT). Conta com a participação de 9 mil alunos e um portfólio de 67 cursos de graduação, cursos técnicos superiores (CST) e programas de pós-graduação na modalidade ensino à distância (EAD). O valor do negócio foi de R$ 120 milhões. A aquisição foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no começo de julho.
          No início de maio de 2021, a Yduqs decidiu reunir suas 14 faculdades de medicina em uma empresa separada, batizada de Idomed.
          Na manhã do dia 18 de junho de 2021, a Yduqs anunciou por meio de fato relevante a aquisição da sua primeira Edtech, a Qconcursos. A companhia atua no segmento de lifelong learning com operação 100% digital. Além disso, conta com 412 mil alunos pagantes, mais 1,4 milhão de alunos não pagantes e 17 milhões de usuários cadastrados. Os valores da transação não foram divulgados.
(Fonte: Exame.com - 26.10.2017 / jornal Valor - 04.04.2018 / 21.10.2019 / ElevenFinancial - 13.03.2020 / 13.06.2020 / 18.06.2021- partes)

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