O empresário Edgar Corona, nascido em 1956, é o criador do Grupo Bio Ritmo. O negócio começou em 1996 com uma academia homônima em Santo Amaro e, com essa marca, são 21 unidades na capital, com dados de outubro de 2016. Mas foi a versão low cost (baixo custo, em inglês) do empreendimento, a Smart Fit (algo como "saudável de forma inteligente"), inaugurada em 2009, que acabou fazendo sucesso maior, com mensalidades sensivelmente em conta para uma boa parcela da população.
No lançamento, poucos acreditaram na capacidade de alguém conseguir competir em pé de igualdade com as pequenas salas de ginástica dos bairros, que já tinham tradição de cobrar menos. Além disso, se fosse bem-sucedida, a marca popular poderia roubar público da própria Bio Ritmo.
A fórmula copiou modelos como o da Planet Fitness, empresa americana sediada em Newington, no Estado de New Hampshire, e atualmente com 1.000 unidades nos Estados Unidos. Se não é campeão de originalidade, Corona teve os méritos de ser o primeiro a apostar na ideia por aqui e de trabalhar incansavelmente para viabilizar este projeto. Sua escalada até o topo do mercado fitness, quase quebrou por duas vezes, deu cotoveladas nos concorrentes e virou inimigo número 1 dos sindicatos e associações de professores de educação física, que se mostram inconformados com a perda de espaço. O motivo? Na Smart Fit, parte dos profissionais malhados que costuma ficar zanzando pelo salão para orientar os alunos foi substituída por monitores de TV. Esses aparelhos passam tutoriais e dicas de como fazer os exercício. Foi uma das medidas tomadas para economizar e garantir uma operação enxuta.
No lançamento, poucos acreditaram na capacidade de alguém conseguir competir em pé de igualdade com as pequenas salas de ginástica dos bairros, que já tinham tradição de cobrar menos. Além disso, se fosse bem-sucedida, a marca popular poderia roubar público da própria Bio Ritmo.
A fórmula copiou modelos como o da Planet Fitness, empresa americana sediada em Newington, no Estado de New Hampshire, e atualmente com 1.000 unidades nos Estados Unidos. Se não é campeão de originalidade, Corona teve os méritos de ser o primeiro a apostar na ideia por aqui e de trabalhar incansavelmente para viabilizar este projeto. Sua escalada até o topo do mercado fitness, quase quebrou por duas vezes, deu cotoveladas nos concorrentes e virou inimigo número 1 dos sindicatos e associações de professores de educação física, que se mostram inconformados com a perda de espaço. O motivo? Na Smart Fit, parte dos profissionais malhados que costuma ficar zanzando pelo salão para orientar os alunos foi substituída por monitores de TV. Esses aparelhos passam tutoriais e dicas de como fazer os exercício. Foi uma das medidas tomadas para economizar e garantir uma operação enxuta.
Com dados de outubro de 2016, a Smart Fit tem 265 unidades no Brasil (53 delas na cidade de São Paulo). Tornou-se a maior rede do gênero não só aqui, mas também de toda a América Latina. Possui outros 100 endereços em países como México, Chile, Peru e República Dominicana. No total, soma mais de 1 milhão de alunos e representa 80% da receita do Grupo Bio Ritmo. Sua filha Carolina Corona é diretora da Smart Fit no México e seu filho Diogo Corona é diretor da Smart Fit no Brasil. A esposa Soraya Corona é diretora do grupo.
Enquanto vários donos de academia constroem músculos e barrigas de tanquinho para transformar o próprio corpo em propaganda do negócio, Corona parece tão distante da imagem de "muso fitness" quanto Arnold Schwarzenegger da figura de um intelectual. Isso não significa que não se cuide. O empresário malha três vezes por semana, em sessões de trinta minutos que misturam musculação e corridas curtas. Seu plano original de carreira passava longe desse universo. Diplomado em engenharia pela Faap, trabalhou por mais de duas décadas em um negócio criado por seu avô paterno, José Corona: a Usina Bonfim, de açúcar e álcool na região de Jaboticabal, a 340 quilômetros de São Paulo. Seu objetivo de se tornar presidente do negócio acabou frustrado quando o conselho da companhia resolveu profissionalizar a gestão, afastando a família do comando. Corona, "cavalo muito bravo para ficar sentado, disputando poder", segundo suas palavras, pediu para sair.
Assim, aos 40 anos, viu-se desempregado. Para virar o jogo, tirou do papel um antigo projeto de uma escola de natação. Essa ideia foi rascunhada em meio a uma roda de amigos regada a caipirinha numa das praias de Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo. A primeira Bio Ritmo, no bairro de Santo Amaro, foi construída ao redor das atividades de uma piscina. Aos poucos, Corona a transformou em uma academia completa. No começo, pagou o preço da inexperiência, com erros básicos até no lay out dos chuveiros. Quando iniciou a expansão do negócio, abrindo uma unidade na Avenida Paulista, bateu de frente com os medalhões do mercado na época (Cia Athletica, Competition, Fórmula, Raia 4 e Runner).
Em duas ocasiões, quase foi à falência. Em 1997, sem dinheiro e sem clientes, arriscou tudo fazendo um empréstimo de 50.000 reais para espalhar sete outdoors pela cidade. Em 2007, o negócio enfrentou outro sufoco, quando um problema em um software de gestão gerou tamanho descontrole nas contas que quase afundou a companhia.
Mesmo com esses percalços, a Bio Ritmo conseguiu se firmar como uma das maiores redes do ramo. No processo de criação da Smart Fit, Corona também bancou alguns riscos. Um ano depois da inauguração da primeira unidade, ele vendeu imóveis e pegou novos empréstimos para financiar a expansão da marca. Mas não conseguiu captar dinheiro suficiente. A salvação apareceu em 2010. O Patria, um dos maiores fundos de investimentos do país, comprou 50% do Grupo Bio Ritmo, com um aporte inicial de 70 milhões de reais. Depois, a empresa de Corona recebeu outros 450 milhões de reais, montante que inclui recursos do Patria, do Fundo Soberano de Singapura e de outros sócios minoritários.
Em setembro de 2017, o Grupo BioRitmo dá mais um passo na diversificação. De olho na tendência das microgyms (espécie de academia-butique), Edgard Corona inaugura uma nova marca, a Race Bootcamp. Misto de treino funcional e corrida, sua primeira unidade ficará no Itaim.
Em fevereiro de 2018, a Smart Fit chega ao Chile com a aquisição da O DOS (02), então com 15 unidades.
Considerando números do final do terceiro trimestre de 2018, a Smart Fit tem uma base de 2 milhões de clientes e 588 academias. No final de junho de 2021 a Smart Fit tinha 992 unidades com 2,3 milhões de clientes.
Enquanto vários donos de academia constroem músculos e barrigas de tanquinho para transformar o próprio corpo em propaganda do negócio, Corona parece tão distante da imagem de "muso fitness" quanto Arnold Schwarzenegger da figura de um intelectual. Isso não significa que não se cuide. O empresário malha três vezes por semana, em sessões de trinta minutos que misturam musculação e corridas curtas. Seu plano original de carreira passava longe desse universo. Diplomado em engenharia pela Faap, trabalhou por mais de duas décadas em um negócio criado por seu avô paterno, José Corona: a Usina Bonfim, de açúcar e álcool na região de Jaboticabal, a 340 quilômetros de São Paulo. Seu objetivo de se tornar presidente do negócio acabou frustrado quando o conselho da companhia resolveu profissionalizar a gestão, afastando a família do comando. Corona, "cavalo muito bravo para ficar sentado, disputando poder", segundo suas palavras, pediu para sair.
Assim, aos 40 anos, viu-se desempregado. Para virar o jogo, tirou do papel um antigo projeto de uma escola de natação. Essa ideia foi rascunhada em meio a uma roda de amigos regada a caipirinha numa das praias de Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo. A primeira Bio Ritmo, no bairro de Santo Amaro, foi construída ao redor das atividades de uma piscina. Aos poucos, Corona a transformou em uma academia completa. No começo, pagou o preço da inexperiência, com erros básicos até no lay out dos chuveiros. Quando iniciou a expansão do negócio, abrindo uma unidade na Avenida Paulista, bateu de frente com os medalhões do mercado na época (Cia Athletica, Competition, Fórmula, Raia 4 e Runner).
Em duas ocasiões, quase foi à falência. Em 1997, sem dinheiro e sem clientes, arriscou tudo fazendo um empréstimo de 50.000 reais para espalhar sete outdoors pela cidade. Em 2007, o negócio enfrentou outro sufoco, quando um problema em um software de gestão gerou tamanho descontrole nas contas que quase afundou a companhia.
Mesmo com esses percalços, a Bio Ritmo conseguiu se firmar como uma das maiores redes do ramo. No processo de criação da Smart Fit, Corona também bancou alguns riscos. Um ano depois da inauguração da primeira unidade, ele vendeu imóveis e pegou novos empréstimos para financiar a expansão da marca. Mas não conseguiu captar dinheiro suficiente. A salvação apareceu em 2010. O Patria, um dos maiores fundos de investimentos do país, comprou 50% do Grupo Bio Ritmo, com um aporte inicial de 70 milhões de reais. Depois, a empresa de Corona recebeu outros 450 milhões de reais, montante que inclui recursos do Patria, do Fundo Soberano de Singapura e de outros sócios minoritários.
Em setembro de 2017, o Grupo BioRitmo dá mais um passo na diversificação. De olho na tendência das microgyms (espécie de academia-butique), Edgard Corona inaugura uma nova marca, a Race Bootcamp. Misto de treino funcional e corrida, sua primeira unidade ficará no Itaim.
Em fevereiro de 2018, a Smart Fit chega ao Chile com a aquisição da O DOS (02), então com 15 unidades.
Considerando números do final do terceiro trimestre de 2018, a Smart Fit tem uma base de 2 milhões de clientes e 588 academias. No final de junho de 2021 a Smart Fit tinha 992 unidades com 2,3 milhões de clientes.
Em março de 2022 a Smart Fit tinha um total de 1.090 unidades em operação, atendendo 3,3 milhões de clientes. Em 31 de dezembro de 2023, totalizava 1.438 academias e o número de clientes chegou a 4,45 milhões.
No início de maio de 2024, a Smart Fit anunciou a aquisição da Latam Gym, que detém participação de 10% na Smartfit Peru, por 88 milhões de novos sóis peruanos (R$ 119,8 milhões).
(Fonte: revista Veja São Paulo - 02.11.2016 / 28.06.2017 / Exame.com 06.02.2018 / Valor - 16.11.2018 / 08.07.2021 / 12.05.2022 / 14.03.2024 / 03.05.2024 - partes)
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