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31 de out. de 2011

B3 (ex-BM&F Bovespa + Cetip)

          B3 é o nome da empresa resultante da fusão entre BM&F Bovespa e Cetip aprovada em março de 2017 pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômia (Cade) depois de quase um ano de análise pela autarquia, com ressalvas para que a B3 garanta a competição e o acesso de concorrentes à sua infraestrutura.
          A confusão com relação ao nome foi tão grande que, no dia seguinte ao anúncio, a empresa foi obrigada a soltar um comunicado avisando que seu nome não era "B ao cubo". B3 significa Brasil, Bolsa, Balcão e o mercado vai ter que se acostumar com (mais) um nome "pitoco" de empresa como EY (ex-Arthur Young), PwC (ex-PriceWaterhouseCoopers), BT (ex British Telecom), BP (British Petroleum) ou 3G, este, um pouco mais identificável como "grupo dos três". Os dois nomes tradicionais BM&FBovespa, assim como Cetip, serão aposentados.
          A B3 é uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro no mundo. E atua na criação e administração de sistemas de negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para ações, taxa de juro, títulos de empresas, moedas e mercadorias.
          A companhia nasce com receita anual de aproximadamente 3,6 bilhões de reais, sendo a maior Bolsa da América Latina e a quinta do mundo em valor de mercado e com atividades em ações, derivativos e renda fixa.
          A empresa passou a ter como presidente Gilson Finkelsztain, então presidente da Cetip, a partir de 1º de maio de 2017, conforme anúncio feito pela bolsa em 29 de março de 2017. O então presidente da BM&F Bovespa, Fernando Pinto, não faria parte da nova empresa, o que não deixa de ser um pouco estranho, para dizer o mínimo, considerando que ele foi um dos idealizadores da fusão das duas companhias. De fato, ele foi o mentor da fusão desde meados de 2015, quando teve a primeira conversa com Finkelsztain sobre o assunto.
          O conselho de administração tem nomes de peso no mercado financeiro como Pedro Parente (ex-Petrobras), e integrantes com perfil mais ativista como Florian Bartunek (gestora Constellation) e Guilherme Affonso Ferreira (Teorema Gestão de Ativos).
          O processo de integração total entre BM&FBovespa e Cetip levará entre 12 e 18 meses, afirmou Gilson Finkelsztain, atual diretor de integração.
          Após a fusão entre BM&FBovespa e Cetip, em 2017, o regulador antitruste CADE estabeleceu que a B3 deveria disponibilizar sua infraestrutura de mercado para terceiros e que, caso não houvesse acordo entre as partes, a arbitragem seria o foro para eventuais discussões.
          A remuneração da diretoria e conselho de administração bem que poderia ser mais bem explicada ao mercado. O modelo (de remuneração) da bolsa vinha sendo alvo de questionamentos de um grupo de acionistas, entre eles, as gestoras Constellation e Teorema, que agora ganham assentos no conselho.
          Com dados de agosto de 2017, a BMF&Bovespa tem 592.386 CPFs cadastrados. São 22.652 CNPJs cadastrados, incluindo fundos e empresas. Além disso, para títulos públicos, só o Tesouro Direto possui 1.485.238 CPFs cadastrados. A Cetip possui 5 milhões de investidores cadastrados investindo em debêntures, CDBs, DIs, LFs e LCIs.
          Em 19 de outubro de 2021, a B3, bolsa de valores sediada em São Paulo, informou que foi fechado o contrato de compra que firma a aquisição de 100% do capital social da Neoway. O valor pago é de R$ 1,8 bilhão.
          A Neoway é uma das maiores empresas de análise e inteligência artificial para negócios da América Latina, oferecendo serviços que geram produtividade e precisão na tomada de decisão em vendas e marketing, crédito, prevenção a fraudes, compliance e inteligência jurídica. Os trabalhos são feitos em aproximadamente 20 grandes setores, incluindo financeiro, automotivo e transporte, bens de consumo, cobrança e recuperação, construção civil, óleo e gás, saúde e tecnologia.
          Segundo a compradora, a aquisição da Neoway está em linha com a estratégia da B3 de desenvolver produtos de dados e analytics para os mercados financeiro e de capitais, bem como de crédito e varejo, atendendo tanto clientes financeiros quanto clientes de outros mercados.
          “A aquisição (da Neoway) trará capabilities de ciência de dados e analíticas complementares às da B3, contribuindo para aumentar a capilaridade de produtos de dados existentes e time-to-market de lançamentos futuros, além do fortalecimento da engenharia e modelagem de dados via capital intelectual e uma plataforma bem estabelecida. A gestão da Neoway acontecerá com grande independência para preservar sua flexibilidade e forte cultura de inovação”, informou, em nota.
          Em fins de outubro de 2021, a B3 informou que recebeu uma multa no valor de 204,3 milhões de reais da Receita Federal, referente à amortização, para fins fiscais, do ágio gerado da combinação com a Bovespa em maio de 2008. A B3 disse que vai recorrer.
          Também na última semana de outubro de 2021, a B3 informou que recebeu uma multa de R$ 1,172 bilhão da Receita Federal, que envolve o cômputo das variações cambiais positivas do investimento no CME Group, em virtude da venda dessa fatia que a companhia promoveu em 2016.
          Em 2022, a B3 adquiriu a Neurotech, confirmando sua estratégia de avançar em tecnologia e análise de dados.
(Fonte: relatório Empiricus - 30.03.2017 / jornal Valor - 31.03.2017 / Empiricus / Agência Estado - 19.10.2021 / Capital Aberto - 30.10.2021 / Valor - 30.10.2021 / 07.02.2023 - partes)

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