O Banco Central "convidou" a portuguesa Caixa Geral de Depósitos (CGD) a participar do leilão de privatização do banco Meridional. Os portugueses toparam, mas foram surpreendidos pela inesperada investida do banqueiro Júlio Bozano, que arrematou o banco por 265 milhões de reais.
Temendo ficar sem par, a Caixa ouviu a "sugestão" do BC e comprou o combalido Bandeirantes, do banqueiro Gilberto Faria. "O governo ficou satisfeito", disse um ex-diretor do BC. "O banco foi saneado sem a necessidade de usar dinheiro público."
Temendo ficar sem par, a Caixa ouviu a "sugestão" do BC e comprou o combalido Bandeirantes, do banqueiro Gilberto Faria. "O governo ficou satisfeito", disse um ex-diretor do BC. "O banco foi saneado sem a necessidade de usar dinheiro público."
O Bandeirantes surgira em 1971, num desdobramento do Banco da Lavoura, fundado em 1925.
Os filhos do fundador Clemente Faria dividiram o Banco da Lavoura em Banco Bandeirantes e Banco Real, que posteriormente foram vendidos para Caixa Geral de Depósitos (hoje Itaú-Unibanco) e ABN (hoje Santander). O Bandeirantes ficou com Gilberto Faria e o Real com Aloísio Faria.
Por volta de 1995, o Banco Bandeirantes comprou o controle acionário do Banorte. Logo em seguida passou à procura de outro banco, de preferência com forte atuação nos estados do sul do país. Assim, o Bandeirantes atingiria seu objetivo de tornar-se um banco de presença nacional. Com o reforço no mercado nordestino, graças à com pra do Banorte, restaria fincar os pés no Sul.
Depois de muito sofrer em terras brasileiras, porém, os portugueses da Caixa Geral de Depósitos conseguiram passar adiante seu problemático investimento no país, o Banco Bandeirantes.
No princípio, o banco português, animado com a globalização, partiu para (re)descobrir o Brasil. Depois veio a revelação. Após descobrirem que a vida não é fácil, os controladores passaram a despejar caminhões de dinheiro no banco. No fim, surgiu a penitência: como seu dinheiro e sua experiência não foram suficientes para dominar o mercado brasileiro, os portugueses tiveram de vender o banco para concorrente local.
A Caixa Geral de Depósitos injetou pelo menos 500 milhões de dólares para sanear o Bandeirantes.
Na segunda-feira, 3 de julho de 2000, o Unibanco anunciou formalmente a compra de 98% das ações do Banco Bandeirantes. O pagamento foi feito em ações do Unibanco.
A transação não fez o Unibanco subir de posição na lista dos bancos privados nacionais, mas criou um impasse entre os maiores do setor. Com a venda do Bandeirantes, a Caixa Geral de Depósitos teria um assento no Conselho de Administração do Unibanco. O banco português, porém, já tinha cadeira no conselho do Itaú, do qual era acionista, gerando conflito de interesses.
(Fonte: revista Exame - 17.01.1996 / 12.07.2000 / 15.10.2003 - partes)
Depois de muito sofrer em terras brasileiras, porém, os portugueses da Caixa Geral de Depósitos conseguiram passar adiante seu problemático investimento no país, o Banco Bandeirantes.
No princípio, o banco português, animado com a globalização, partiu para (re)descobrir o Brasil. Depois veio a revelação. Após descobrirem que a vida não é fácil, os controladores passaram a despejar caminhões de dinheiro no banco. No fim, surgiu a penitência: como seu dinheiro e sua experiência não foram suficientes para dominar o mercado brasileiro, os portugueses tiveram de vender o banco para concorrente local.
A Caixa Geral de Depósitos injetou pelo menos 500 milhões de dólares para sanear o Bandeirantes.
Na segunda-feira, 3 de julho de 2000, o Unibanco anunciou formalmente a compra de 98% das ações do Banco Bandeirantes. O pagamento foi feito em ações do Unibanco.
A transação não fez o Unibanco subir de posição na lista dos bancos privados nacionais, mas criou um impasse entre os maiores do setor. Com a venda do Bandeirantes, a Caixa Geral de Depósitos teria um assento no Conselho de Administração do Unibanco. O banco português, porém, já tinha cadeira no conselho do Itaú, do qual era acionista, gerando conflito de interesses.
(Fonte: revista Exame - 17.01.1996 / 12.07.2000 / 15.10.2003 - partes)
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