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30 de out. de 2011

Banco Inco

          Durante a Segunda Guerra Mundial, as reservas de madeira começaram a se esgotar no Vale do Itajaí, em Santa Catarina e a atividade madeireira transferiu-se para Lages, na Serra Catarinense. Essa área, que era conhecida por sua reserva de araucárias, passou a ser explorada por um cultivo comercial da espécie pinus elliotti e pinus taeda, de alta produtividade. Nessa época, houve investimentos da empresa Hering novamente no ramo papeleiro, a fim de explorar a produção de papel, por meio da Companhia Fábrica de Papel de Itajaí.
          O ramo da madeira também acabou atraindo Irineu Bornhausen, que tempos depois se tornaria governador de Santa Catarina. Ele se tornou sócio da empresa Gropp S.A., que foi fundada em Rio do Sul. Bornhausen associou-se a Otto Renaux. E dessa união também houve a ideia de criação de um banco catarinense, o Banco Inco (Banco Indústria e Comércio de Santa Catarina).
          O Inco tinha sede em Itajaí. Várias pessoas da área de comércio e transporte da região do Vale do Itajaí entraram no negócio criado por Renaux e Bornhausen. O Banco Inco representou a entrada do setor têxtil no ramo financeiro de maneira explícita. Ele também foi uma tentativa de preencher um vazio financeiro bancário. O Inco, contudo, não foi o primeiro banco da região. O pioneiro foi o Banco Nacional do Comércio de Porto Alegre. O Banco do Brasil só surge na região como emprestador de recursos após a Segunda Guerra Mundial.
          Na cidade de Lages, na Serra Catarinense, a agência do Banco Inco ficava no térreo de um edifício que por muito tempo foi o único da cidade. Localizado na provável esquina mais visível da cidade, confluência das ruas Correia Pinto e Nereu Ramos, e Praça João Costa, a mais central da cidade, o edifício só não aparecia mais em fotos que a catedral diocesana. Tempos depois do fechamento do Inco, no local foi instalada uma agência do Banco Mercantil do Brasil, que, desativada, deu lugar a uma loja das Farmácias São João.
          Em 1942, o banco Inco comandava um início de processo de centralização financeira com a incorporação da Caixa/Banco Agrícola e Comercial de Blumenau, que em parte pertencia à empresa Hering, de cujo capital derivou parte do dinheiro para a sua criação. Fundada em 1936, foi incorporada pelo Inco em 1942. Esse banco já havia encampado a Caixa Agrícola, que havia sido fundada em 1907. Do capital da Hering, em associação com o capital da Renaux, saíram recursos para a compra de parte das ações do Banco de Crédito Agrícola de Bella Aliança (em Rio do Sul), que também foi incorporado pelo Inco.
          Apesar de sua aparente robustez, o Banco Inco acabou incorporado em 1968 pelo Bradesco.
(Fonte: UFES - Depto de Economia - XI Congresso Brasileiro de História Econômica / 12ª Conferência Internacional de história de empresas - 14 a 16.09.2015 - Vitória (ES) - Vanessa Follmann Jurgenfeld e Ana Lucia Gonçalves da Silva - Uma análise sobre o capital originário das grandes empresas têxteis de Blumenau e Brusque - parte).

2 comentários:

vilma disse...

Em 1969, eu fui a primeira funcionária a ser admitida no banco Bradesco em Blumenau.

vilma disse...

Em 1969, eu fui a primeira funcionária a ser admitida no banco Bradesco em Blumenau.