O Banco de Mossoró foi fundado em 1945 na cidade do mesmo nome, a segunda maior do Rio Grande do Norte, tradicional na exploração de salinas no litoral potiguar. Na década de 1990, uma longa agonia se abateu sobre os pequenos bancos regionais, derrubados um a um pela globalização dos negócios financeiros.
O Mossoró reagiu como pôde para sobreviver. Expandiu agências para São Paulo, Rio de Janeiro e Recife e adotou o nome Banco Mossoró & Souto, num esforço para se livrar do traço provinciano e conquistar clientes nos grandes centros. Até 1995, o Grupo Ferreira Souto, grande explorador de salinas no litoral potiguar, deteve o controle do antigo Banco de Mossoró.
Nada deu certo e, em 1995, o empresário Francisco Souto viu-se obrigado a praticamente repassá-lo ao Grupo Hudson, mediante o compromisso do novo controlador de saldar a dívida de 8 milhões de reais junto ao Banco Central.
O problema é que, apesar de ter o respaldo de um grande grupo econômico, o novo HNF também não engrenou. O banco não foi liquidado pelo Banco Central. Minguou até morrer.
E, por mais que se tenha assistido às agonias de vários bancos, poucas vezes viu-se cena tão emblemática desses tempos duríssimos quanto a ocorrida na manhã da terça-feira, dia 30 de junho de 1998, em Mossoró. Reunidos com os advogados do Banco HNF, 54 ex-funcionários da instituição que brigavam na Justiça pelo pagamento de débitos trabalhistas foram ali informados de que finalmente iriam ser indenizados, só que de uma forma inusitada: em vez de dinheiro, receberiam sal, num típico "Devo não nego. Pagarei com sal".
Desativado havia dois anos e ainda às voltas com dívidas junto ao Banco Central, o HNF alega que não tinha como honrar 5 milhões de reais em indenizações com moeda corrente. Na verdade, o banco sequer dispunha de sal suficiente para quitar todos os débitos trabalhistas. Possuía apenas 30.000 toneladas do produto, herdadas do Grupo Ferreira Souto.
(Fonte: revista Exame - 15.07.1998)
O Mossoró reagiu como pôde para sobreviver. Expandiu agências para São Paulo, Rio de Janeiro e Recife e adotou o nome Banco Mossoró & Souto, num esforço para se livrar do traço provinciano e conquistar clientes nos grandes centros. Até 1995, o Grupo Ferreira Souto, grande explorador de salinas no litoral potiguar, deteve o controle do antigo Banco de Mossoró.
Nada deu certo e, em 1995, o empresário Francisco Souto viu-se obrigado a praticamente repassá-lo ao Grupo Hudson, mediante o compromisso do novo controlador de saldar a dívida de 8 milhões de reais junto ao Banco Central.
O problema é que, apesar de ter o respaldo de um grande grupo econômico, o novo HNF também não engrenou. O banco não foi liquidado pelo Banco Central. Minguou até morrer.
E, por mais que se tenha assistido às agonias de vários bancos, poucas vezes viu-se cena tão emblemática desses tempos duríssimos quanto a ocorrida na manhã da terça-feira, dia 30 de junho de 1998, em Mossoró. Reunidos com os advogados do Banco HNF, 54 ex-funcionários da instituição que brigavam na Justiça pelo pagamento de débitos trabalhistas foram ali informados de que finalmente iriam ser indenizados, só que de uma forma inusitada: em vez de dinheiro, receberiam sal, num típico "Devo não nego. Pagarei com sal".
Desativado havia dois anos e ainda às voltas com dívidas junto ao Banco Central, o HNF alega que não tinha como honrar 5 milhões de reais em indenizações com moeda corrente. Na verdade, o banco sequer dispunha de sal suficiente para quitar todos os débitos trabalhistas. Possuía apenas 30.000 toneladas do produto, herdadas do Grupo Ferreira Souto.
(Fonte: revista Exame - 15.07.1998)
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