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30 de out. de 2011

BankBoston / Fleet

          O Boston, fundado em 1784, é o banco mais antigo dos Estados Unidos. 
          Em 1996, a presidência mundial do Banco do Boston, nos Estados Unidos, foi assumida pelo goiano Henrique Meirelles, transformando-se provavelmente no executivo brasileiro mais bem colocado e mais bem pago do mundo. A chegada ao topo consumiu 20 anos da vida profissional de Meirelles, 12 deles como presidente da filial brasileira do Banco de Boston. Nesse período, os ativos do banco foram multiplicados por 45: de 100 milhões de dólares, em 1984, para 4,5 bilhões em 1996. No Rio, em 1992, num investimento par modernização de suas agências, a unidade da |Avenida Rio Branco foi a primeira no país a seguir o modelo da sede do banco, na Nova Inglaterra. Lá foi construída uma plataforma de gerentes que dão atendimento privativo aos clientes.
          Banco regional com forte atuação no estado de Massachusetts e na América Latina, o BankBoston não conseguiu prosseguir seu voo solo na era das megafusões bancárias. Em operação anunciada no dia 12 de março de 1998, acabou vendido para o Fleet Financial Group, um de seus maiores concorrentes em sua região de origem, a Nova Inglaterra, por 16 bilhões de dólares.
          O novo banco, batizado de Fleet Boston Corp., passou a ser então o oitavo maior banco dos Estados Unidos, com ativos de 180 bilhões de dólares.
          Embora a operação tenha sido anunciada no Brasil como uma fusão, foi o Fleet, na verdade, que incorporou o Boston. Os acionistas do Fleet passaram a controlar 62% do novo banco. Os outros 38% ficaram com os acionistas do Boston. O chairman e presidente do novo banco passou a ser o ex-chairman do Fleet, Terrence Murray. Chad Gifford, chairman do Boston, ficou como principal executivo do conglomerado.
          Robert Higgins, então presidente do Fleet, passou a responder pela área de varejo nos Estados Unidos. O brasileiro Henrique Meirelles, ex-presidente do BankBoston continuou no banco, como responsável pela área de finanças corporativas nos Estados Unidos, pelo banco de investimento, pela corretora, pela empresa de gestão de recursos do grupo e pela área internacional, que inclui as operações no Brasil.
          No Brasil, o banco aportou em 1947. Nos anos 1990, quando tinha sede na Rua Líbero Badaró no centro velho de São Paulo, o Banco de Boston criou uma grande expectativa com sua participação ativa na recuperação do centro da cidade com robustos investimentos próprios. Em setembro de 1999, não resistiu ao canto da sereia. Iniciou a construção de um outro prédio para sua sede na zona sul da cidade, para onde, aparentemente, 10 entre 10 empresas querem ir. Para não queimar o filme com o pessoal do Movimento Viva Centro, o Boston prometeu manter na região a área de processamento de dados e algumas unidades de negócios, como a de crédito imobiliário.
          Em 29 de abril de 2002, então sob o comando de Geraldo Carbone na presidência, não só passou para a nova sede, como abandonou sua participação na empreitada do centro da cidade. O novo edifício, na Avenida Dr. Chucre Zaidan, 246, onde passaram a funcionar todas as áreas de negócio do banco, recebeu investimentos a ordem de R$ 370 milhões, em dinheiro da época. Localizado num terreno de 16 mil metros quadrados, com 28 andares, sendo cinco destinados à locação, com 40 mil metros quadrados de área construída em granito cinza claro, alumínio, aço inox e vidro, com 19 elevadores programáveis, o edifício, executado pela Hochtief do Brasil,  era considerado um dos mais inteligentes da América Latina.
          Em outubro de 2003, o FleetBoston Financial Corp. é adquirido pelo Bank of America Corp. (BofA), num acordo avaliado inicialmente em US$ 47 bilhões, que tragou o último grande banco de Boston, que fizeram da cidade um centro financeiro desde os primeiros dias da República.
          Em maio de 2006, quatro anos depois de o presidente Geraldo Carbone ter afirmado, quando da inauguração da nova sede: "O porte da obra é mais uma demonstração do nosso comprometimento de longo prazo com o Brasil, onde estamos há 55 anos e para onde viemos para ficar", o BankBoston vende suas operações no Brasil, por US$ 2,2 bilhões, para o grupo Itaúsa. O Itaúsa ainda exerceu, no terceiro trimestre de 2006, a opção de adquirir as unidades do BankBoston no Chile e no Uruguai e outros ativos relacionados a clientes da América Latina - inclusive a unidade de Private Banking de Miami. A participação de grupo BofA no Banco Itaú subiu para cerca de 7,8 por cento.
(Fonte: revista Exame - 28.10.1992 / 01.01.1997 / 24.03.1999 / 02.06.1999 / PiniWeb - 08.05.2002 / CBS News 27.10.2003 - partes)

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