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6 de out. de 2011

EBX - MMX

          A MMX Mineração e Metálicos S.A. empresa de mineração do grupo EBX de Eike Batista, foi criada em 2005. Eike Batista tinha em mãos nada mais que um punhado de licenças de exploração de minério de ferro nos estados do Mato Grosso, Minas Gerais e Amapá. Ele criou a MMX prometendo torná-la um mini-Vale.
          O preço da tonelada do minério de ferro alcançou 85 dólares em 2007, ante os 65 dólares quando da fundação da empresa. Dada a falta de ativos de minério de ferro no mundo e a conhecida vantagem do Brasil nesse mercado, Eike criou uma alternativa para quem quisesse investir nesse segmento.
          Surfou então a onda do mercado de capitais brasileiro. Até 2005, Eike tinha fama de prometer planos ambiciosos, mas não transformá-lo em realidade. A oportunidade de abrir o capital de suas empresas deu a ele a chance de faturar com sua especialidade: a venda de projetos. No dia da abertura do capital da MMX, em meados de 2006, a companhia não produzia um grama de minério de ferro. Mesmo assim, seus planos conquistaram os investidores, que pagaram 1,1 bilhão de reais por 32% das ações.
          Em 2006, ingressou no grupo o carioca Luiz Rodolfo Landim, após quase três décadas de carreira na Petrobras. Landim entrou como diretor de relações com investidores da MMX. Com a abertura de capital, um ano depois, o preço de suas ações quadruplicou.
          Entre o fim de 2007 e o início de 2008, a companhia comprou por cerca de 350 milhões de dólares a AVG Mineração, da família Valadares Gontijo, e a Minerminas, do empresário mineiro Cândido Moreira Jardim. Três anos depois, adquiriu o direito de explorar por 30 anos a mina Pau de Vinho, da Usiminas. Batizadas de Unidade de Serra Azul, essas operações produziam 5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Eike queria alcançar 29 milhões de toneladas por ano e anunciou investimentos de 4,8 bilhões de reais.
          Em janeiro de 2008, poucos meses depois do IPO, Batista fez o negócio de sua vida. A mineradora inglesa Anglo American comprou parte da MMX, num negócio que movimentou 5,5 bilhões de dólares. Junto com Landim, outros 26 executivos embolsaram 440 milhões de dólares no início de 2008. A Landim coube o montante de cerca de 44 milhões de dólares. "Foi um episódio simbólico", disse Paulo Gouvêa, então diretor de finanças do grupo EBX. "Depois dele não perdemos um funcionário sequer, mesmo com um assédio feroz por parte da concorrência." Landim, que foi o líder na execução da venda, ainda teve outra surpresa: ao receber o pagamento, descobriu que Eike aumentara o valor de seu bônus em 26 milhões de dólares - totalizando 70 milhões.
          Em 2011, a MMX atingiu 11 milhões de toneladas de extração de minério de ferro.
          A MMX teve que comprar um porto para escoar a produção.
          Em outubro de 2014, a queda do preço do minério, a crise de confiança do grupo X e a dívida de 440 milhões de reais levaram a MMX a pedir recuperação judicial. Foram demitidos cerca de 300 dos 420 operários da companhia. "Era o sonho de muita gente enriquecer com o Eike, mas virou pesadelo", disse David Carvalho da Silva, então com 25 anos, que era operário da MMX.
          Em novembro de 2016, a MMX faz pedido de proteção à Justiça contra credores.
          Em 25 de novembro de 2020, a MMX informou que, dentro do seu processo de recuperação judicial, foi declarada pela justiça a nulidade do distrato do contrato de exploração da Mina Emma, parte da Unidade Produtiva Isolada (UPI) de Corumbá. A decisão restaura os direitos de exploração da MMX sobre a Mina Emma, que têm prazo de duração até 2064.
(Fonte: Exame - 12.03.2008 / 10.09.2008 / Melhores & Maiores - Exame - julho de 2012 / 24.12.2014 / ValorInveste - 25.11.2020 - partes)

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