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30 de out. de 2011

Banco Bamerindus

          Quem não lembra desse jingle, um dos mais lembrados na década de 1990? “O tempo passa, o tempo voa e a Poupança Bamerindus continua numa boa!“. O Banco Mercantil e Industrial do Paraná, também conhecido como Bamerindus, foi fundado em 1929, por Avelino A. Vieira, em plena crise mundial. Com o nome Bamerindus o banco opera desde 1952 e se tornou um dos maiores bancos da América Latina nos anos 1970 e 1980. Já nos anos 1990, porém, o Bamerindus começou a entrar em colapso.
          Em abril de 1992, o Bamerindus lança o Programa Funcionário Acionista. Foram vendidas 400 milhões de ações ordinárias escriturais para 10 mil novos funcionários acionistas. Isso equivalia a 7% do capital da Bamerindus S.A. Participações - Empreendimentos, empresa holding do Grupo Bamerindus, que passou a pertencer aos funcionários (os 7%).
          Entre 1990 e 1992, o grupo Bamerindus investiu na Inpacel, uma indústria de celulose localizada em Arapoti, no Paraná, que consumiu grande quantidade de capital. Foram investidos 606 milhões de dólares, com 40% financiados pelo BNDES. O funcionamento a plena carga só aconteceria em 1995, por certo, tarde demais para ajudar a tirar o banco do sufoco.
          Em dezembro de 1992, a Bamerindus Seguros fecha um acordo para montar uma seguradora na Argentina. A associação foi feita com a Bernardino Rivadávia, a quinta maior cooperativa do país com faturamento anual de 100 milhões de dólares. A Bernardino Rivadávia, formada por caminhoneiros, entraria com 35% do capital da seguradora. Os restantes 65% ficariam com o Bamerindus.
          O ano de 1992 foi particularmente positivo para a seguradora do Bamerindus, comandada pelo executivo José Luiz Osti Muggiati, nascido em 1944 e então com 25 anos de Bamerindus. Lançou, por exemplo, o primeiro seguro indexado ao dólar, o Vida Cash. Cuidou, também, de entrar no mercado de saúde, o que mais crescia no país. Noutra inovação, mandou instalar em oito aeroportos terminais nos quais os clientes contratavam, sozinhos, seguros de viagem e bagagem.
          Por conta da situação delicada da marca no início dos anos 1990, o Banco Bamerindus foi integrado ao Proer em 1994. Esse foi o programa do governo criado para evitar que o Brasil passasse por uma grave crise econômica na época. Em 1993, José Eduardo de Andrade Vieira, controlador do banco, era ministro da Indústria e Comércio do governo Itamar Franco.
          Em outubro de 1996, não estava descartada uma solução caseira para o Bamerindus. Entre as alternativas negociadas com o Banco Central (BC), estava a transferência do controle do senador Andrade Vieira para um grupo de antigos executivos do banco paranaense. Encabeçavam a velha-guarda o mais tarde presidente do conselho de administração do Bamerindus, Maurício Schulman, e o presidente executivo, Jair Mocelin.
          Essa saída, considerada menos traumática internamente, contaria com o acesso a linhas de crédito especiais do BC. Numa segunda etapa, posterior a um trabalho de reorganização e venda de ativos, seriam procurados novos sócios para o banco.
          Às vésperas do Natal de 1996, o senador José Eduardo Andrade Vieira ainda aguardava uma solução do Banco Central para o saneamento do Bamerindus.
          Em 1997, o Bamerindus começou a ter cada vez mais dificuldades para obter recursos no mercado. Não sobreviveu. Naquele mesmo ano, Andrade Vieira viu seu banco encerrar suas atividades, ser incorporado pelo BC e deixar um buraco estimado em R$ 5,7 bilhões. Teve a sua situação totalmente exposta à vergonha ao ter sido vendido em 1997 pela quantia simbólica de R$ 1.
          Quem aporta no Brasil em 1997, assumindo as operações do banco Bamerindus, é o Banco HSBC. Trouxe consigo um histórico a um só tempo impressionante e assustador, pelo menos na ótica dos concorrentes. Estava em nada menos do que 78 países - era, provavelmente, o mais internacional de todos os bancos do mundo.
          O HSBC (Brasil) montou sua operação em Curitiba (a sede do Bamerindus) e herdou uma carteira de aproximadamente 2,9 milhões de clientes pessoas físicas e aproximadamente 312 mil clientes pessoas jurídicas, estando presente em 565 municípios brasileiros, com 933 agências, 457 postos de atendimento bancários, 949 postos de atendimento eletrônicos e 2.000 ambientes de autoatendimento, com 5.153 caixas automáticos.
          Em 1999, a marca Bamerindus deixou oficialmente de existir.
          No dia 3 de agosto de 2015, a subsidiária brasileira do HSBC é comprada pelo Bradesco, por 18 bilhões de reais. O banco inglês, em particular, tinha problemas para resolver em outras paragens. E, sai do Brasil, território reconhecidamente inóspito para bancos de varejo estrangeiros.
(Fonte: Wikipedia / revista Exame - 23.05.1992 / 22.07.1992 (anúncio publicitário) / 23.12.1992 - 23.10.1996 / IstoÉDinheiro - 23.03.2011 / revista Exame - 19.08.2015 / Desafio Mundial msn - 29.07.2018 - partes)

Banco Bamerindus





Por conta da situação delicada da marca no início dos anos 1990, o Banco Bamerindus foi integrado ao Proer em 1994. Esse foi o programa do governo criado para evitar que o Brasil passasse por uma grave crise econômica na época.

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