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6 de out. de 2011

Caltabiano

          Rosário Caltabiano foi um dos maiores negociadores de automóveis do país na década de 1920. Em 1927, vendeu um Cadillac ao então presidente Washington Luiz. Seu filho, Francisco Caltabiano, fundou a primeira loja Caltabiano e iniciou o filho Bruno Caltabiano, nascido em 1944, na carreira de vendedor de carros.
          Em 2000, Bruno deixou o comando de sua empresa na mão de seus sucessores, os filhos João, nascido em 1981 e Pedro, nascido em 1978. Na mesma época, a Caltabiano passou a contar também com um novo parceiro estratégico, o grupo de revenda de automóveis americano MacLarthy, um dos maiores dos Estados Unidos, que comprou 51% da empresa.
          Na mão dos herdeiros e com o apoio dos americanos, o império de revendas só cresceu. A Bruno cabia o papel do consultor informal da empresa. O grupo Caltabiano se tornou uma das principais concessionárias do país e encerrou 2007 com 14 lojas em cinco estados. Duas lojas da Toyota, duas da GM, duas da Land Rover, uma loja da Chrysler/Mercedes-Benz, uma da Hyundai, uma da Nissan e uma da Subaru formavam o grupo, que beirava o faturamento de 1 bilhão de reais.
          Até 17 de julho de 2007, Bruno poderia ser considerando um homem realizado. Mas a família e o grupo Caltabiano foram colhidos por uma tragédia de proporções inimagináveis. João e Pedro estavam a bordo do Airbus A320 que fazia o voo TAM 3054, de Porto Alegre a São Paulo, e se espatifou em um prédio da companhia aérea ao lado da pista  do Aeroporto de Congonhas. Os dois haviam viajado para a capital gaúcha para fechar a compra de uma revenda Volkswagen.
          Bruno tomou, segundo ele, uma das decisões mais acertadas de sua vida e logo em seguida foi para o escritório continuar o trabalho que os filhos estavam fazendo. Apesar de quase oito anos afastado do comando, os filhos o mantiverem a par do dia-a-dia dos negócios. A decisão de voltar ao trabalho acabou funcionando como uma válvula de escape para o empresário. "Quanto mais tempo me ocupo com as revendas, menos tempo tenho para pensar na falta que eles fazem."
          Além de manter os planos dos filhos e dos sócios americanos, o empresário se dedicou a outra tarefa: preparar um novo sucessor. A escolha nesse caso recaiu sobre sobre o genro, Marcelo Castro, responsável pela área de tecnologia da informação da companhia.
(Fonte: revista Exame - 25.03.2008)
          

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