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6 de out. de 2011

Dia % (supermercados)

           A rede espanhola de supermercados DIA (Distribuidora Internacional de Alimentos) foi fundada em 1979, ano em que foi inaugurada a primeira loja em Madrid. Por meio de um agressivo ritmo de expansão conquistou seu espaço em mais 3 países: Argentina, Brasil e Portugal, estando entre as redes de distribuição que mais crescem no mundo.
          Em 1984, foi criada a marca corporativa da empresa com o primeiro produto da marca DIA chegando paralelamente às prateleiras: um amaciante.
          Em 1983, o DIA expande sua atuação internacional, chegando a Portugal. Em 1997, inaugura sua primeira loja na Argentina.
          No Brasil, chegou em 2001 como a primeira e única franquia de supermercados no país. A rede de supermercados é considerada "low-cost", com o conceito de oferecer produtos mais baratos com estrutura mais enxuta.
           O DIA pertencia à rede francesa Carrefour, mas em 2011 as operações foram separadas, com a abertura de capital do Dia na bolsa espanhola. Depois, em 2014, o Carrefour comprou a operação do Dia na França por EUR 800 milhões.
          O Dia é o terceiro maior grupo supermercadista da Espanha, porém, gradativamente vem perdendo espaço para concorrentes locais e internacionais.
          Desde 2017 o grupo Dia passa por sérias dificuldades econômicas e já chegou a perder 90% do seu valor de mercado.
          Em 8 de fevereiro de 2019 a rede Dia informa em comunicado que abriu uma investigação para esclarecer "eventos" que levaram a "certos ajustes contábeis" em seus resultados no mundo em 2017. O jornal Valor apurou com duas fontes a par do assunto que a investigação afeta o Brasil. Os números da subsidiária local foram novamente examinados em outubro de 2018 por uma equipe de auditores forenses da EY. A investigação é sobre uma possível fraude fiscal na subsidiária brasileira. A atual auditoria da empresa é a KPMG.
          Também no início de fevereiro de 2019, o fundo de investimentos LetterOne, controlado pelo bilionário russo Mikhail Fridman, ofereceu € 417 milhões (aproximadamente R$ 1,74 bilhão) para assumir a rede Dia. A companhia já é dona de 29% da rede, sendo que a maior parte das ações foi adquirida em 2018, a € 4 por ação. A LetterOne quer adquirir o resto por € 0,67 por papel.
          Em meados de maio de 2019, a rede comunicou à Comissão de Valores Mobiliários da Espanha que sua oferta pública de aquisição de ações (OPA) teve como resultado final a ampliação da fatia do fundo LetterOne, que passou a deter 69,76% das suas ações. No mesmo ano, chegou a 74%. Mikhail Fridman, co-fundador do grupo L1, atua como principal investidor.
          Em 27 de maio de 2019, através de anúncios em jornais, o Dia% informa que deixará de operar com vendas online no Brasil a partir do dia 31. A rede está passando por um processo de transformação, onde a ênfase é para o encolhimento, desde 2018. A empresa decidiu fechar a operação na Bahia e encerrar as atividades da sua cadeia Minipreço no país. As informações estão nas notas explicativas do balanço do primeiro semestre, publicado em meados de setembro de 2019.
          Os pilares da marca são preço, proximidade e produtos de marca própria.
          Com muitas lojas sendo fechadas e algumas inaugurações, a rede Dia passa de 1172 lojas em dezembro de 2018 para 898 lojas em junho de 2019. As vendas brutas no Brasil foram de EUR 1,6 bilhão em 2018.
          Em fins de 2020, o Dia contratou Enéas Pestana, ex-presidente do GPA, para reformular o negócio. Mas o trabalho não foi concluído. A empresa precisou reformular o conceito de suas lojas, que careciam de instalações mais modernas. Também precisava melhorar a força da sua marca.
          Um plano de recuperação foi montado em 2020, quando a rede fechou lojas no Brasil e começou a mudar a equipe de gestão. No início de 2022, quando chegou a hora de injetar dinheiro para reestruturar as lojas, a gestão global da DIA disse que o foco estava no mercado espanhol.
          A rede Dia e seus franqueados mantém mais de 7,4 mil lojas na Espanha, Portugal, Brasil e Argentina. No Brasil são quase 800 lojas presentes em São Paulo e Minas Gerais, que contam com 7.000 funcionários e cinco centros de distribuição. A matriz fica em São Paulo. No mundo, são 40.000 colaboradores.
          A empresa fechou 129 lojas no país durante 2022, encerrando o ano com 608 lojas no Brasil.
          Em agosto de 2023, o DIA informou que a rede passaria por um período de transição no Brasil para tornar o modelo de negócio mais rentável.
          No início de novembro de 2023, então com 600 lojas, segundo o jornal Valor, DIA vai vender suas operações brasileiras, consideradas deficitárias e de baixo desempenho no país. O consultor financeiro Lazard foi contratado para encontrar um investidor para o negócio. As negociações estão em um estágio inicial.
Em 14 de março de 2024, o grupo espanhol Distribuidora Internacional de Alimentacion (Dia), controlador da rede de supermercados que opera no Brasil, informou que as atividades da empresa serão reestruturadas no país. Em comunicado enviado ao regulador do mercado espanhol, a empresa afirma que a decisão é "consequência dos persistentes resultados negativos do DIA Brasil" e foi aprovado "um processo de reestruturação" com o "fechamento de 343 lojas e três centros de distribuição". Em nota enviada à imprensa, a empresa ressaltou que vai concentrar suas atividades na região de São Paulo, onde continuará operando 244 lojas, "onde o negócio tem uma maior rentabilidade e a concentração de lojas permite capitalizar a rede logística e a redução de custos". No comunicado a investidores, assinado pelo diretor financeiro Guillaume Marie Didier Gras, o grupo explica que a medida "permitirá alocar recursos a mercados mais rentáveis ​​e com maior potencial de crescimento, como Espanha e Argentina, onde atualmente a Companhia alcançou posição relevante com uma estratégia focada na distribuição local de alimentos".
          Em 21 de março de 2024, a operação brasileira da rede de supermercados Dia entrou com um pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) por conta de uma dívida total de pouco mais de R$ 1,1 bilhão — deste montante, R$ 268 milhões são passivos com bancos. Fornecedores são os principais credores do grupo.
(Fonte: site da empresa / homemcerveja - 13.10.2015 / IstoÉDinheiro - 06.02.2019 / Valor - 12.02.2019 / Estadão - 27.05.2019 / Valor - 20.09.2019 / 23.02.2023 / 01.11.2023 / 15.03.2024 / 21.03.2024 - partes)

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