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2 de out. de 2011

Subway (fast food)

          A rede de restaurantes fast food Subway foi fundada em 1965 por Fred De Luca, aos 17 anos, enquanto ainda estudava, e seu amigo Dr. Peter Buck, em Bridgeport, Connecticut, nos Estados Unidos. De Luca, buscando dinheiro para custear uma faculdade, pediu 1.000 dólares emprestados ao vizinho Peter Buck, um amigo da família. O vizinho só emprestava o dinheiro se De Luca montasse um negócio de sanduíches tipo submarino (o pão alongado lembra, pela forma, um submarino). A empresa vendeu 312 sanduíches no primeiro dia de funcionamento.
          O nome original da empresa era Pete's Super Submarines. Três anos depois da fundação, em 1968, os co-fundadores criaram uma holding chamada Doctors Associates para supervisionar a sua franquia empresarial em crescimento e as lanchonetes foram renomeadas Subway. A rede é conhecida por seus sanduíches de 30 centímetros de comprimento.
          Em meados e 1994, a Subway tinha mais de 9.000 lojas em todo o mundo e atuação em 20 países.
          No Brasil, em 18 de outubro de 1994, foi aberta a maior loja do mundo da rede Subway, na Avenida Paulista, em São Paulo, a poucos metros da torre negra da Fiesp. Sua área era de 700 metros quadrados - 470 de loja. A maior parte das então 9.400 lanchonetes da rede no mundo não ocupava mais de 60 metros quadrados. Hoje, o local é ocupado por uma repartição federal.
          A Subway foi trazida ao Brasil pelo economista José Roberto Peixoto. Por volta de 1984, depois de uma longa carreira na IBM, ele abriu seu próprio negócio e vinha faturando alto com ele. Tinha um escritório que intermediava joint ventures entre empresas americanas e brasileiras e conquistava comissões entre um contrato e outro. Peixoto vivia com um pé em Nova York e o outro em São Paulo. Sua vida parecia estar no auge a que qualquer empreendedor sonharia chegar: viagens, dinheiro, uma casa em Connecticut, outra em São Paulo. Pois p negócio, a certo ponto, tornou-se enfadonho. Peixoto jogou tudo para cima para abraçar um novo desafio. Fechou o escritório para se dedicar inteiramente ao fast food, através da Subway, de sanduíches de 30 centímetros de comprimento, à base de frios e queijos.
          Em 1994 a Subway conquistara o título de rede de fast food que mais crescia nos Estados Unidos. "Eu me identifiquei com a história de DeLuca", disse Peixoto. "Quis repetir o sucesso da rede no Brasil" 
          Peixoto, porém, nunca teria chegado à Subway não fosse o fato de morar bem próximo à sede da Empresa, que fica em Milford, Connecticut. Certo dia, munido de uma pasta executiva recheada de dados sobre o Brasil, ele bateu à porta da rede. Foi atendido por uma assistente da assistente da diretoria internacional, senhora Terry Lips, de quem ouviu as seguintes palavras: "Você não tem nenhum chance. Chegou tarde demais e já estamos negociando com vários grandes grupos".
          Aquilo ficou longe de ser o final da linha. Peixoto deixou um cartão e pediu a oportunidade de voltar e fazer uma apresentação sobre o mercado brasileiro. De tempo em tempo, lá estava ele novamente na Subway. Aos poucos , foi sendo recebido por gente cada vez mais graduada. Boatos davam conta de que a Subway negociava, então, com grupos como a Gafisa, a Julio Bogoricin e a Ticket Restaurantes. Ocorre que a Subway buscava alguém que se dispusesse a tocar o negócio com suas próprias mãos, com dedicação em tempo integral. Peixoto, portanto, acabou sendo chamado para uma entrevista.
          Sentado à frente do primeiro escalão da empresa e também do dono, DeLuca, Peixoto foi pego por uma avalanche de perguntas. Uma delas foi quantas lojas comportava o mercado brasileiro. Peixoto não tinha esse cálculo e devolveu a pergunta. DeLuca disse-lhe que era possível inaugurar 1.000 lojas em sete anos. Peixoto considerou aquilo um exagero. Mais tarde, ele descobriu que DeLuca, na verdade, pouco sabia sobre o Brasil e se valia do desempenho da rede no Japão para projetar o crescimento brasileiro. Peixoto estudou o assunto e voltou com os número: 200 lojas em sete anos.
          Foi um ano e meio de namoro entre a rede americana e o licenciador brasileiro, que no jargão do setor tornou-se o master-franqueado da Subway para o Brasil. Isso significa que ele poderia vender franquias e seria o responsável pela seleção e treinamento dos franqueados. Todo o trabalho, porém, ainda estava começando. A primeira loja da rede seria inaugurada em outubro, na Avenida Paulista, um endereço onde já atuavam quatro McDonald's, uma Pizza Hut, uma KFC e uma Arby's, para ficar apenas em alguns exemplos de redes de franquia de fast food. Nos fundos da primeira loja, um velho casarão da Paulista, havia espaço suficiente para eventos culturais, com música ao ar livre, ou aulas de computador para crianças - projetos que ele sonha, um dia, viabilizar. "Apostei minha vida nesse negócio", disse ele.
          Com 2.222 unidades (em 2018) e uma receita estimada em cerca de R$ 2 bilhões, o Brasil é o seu quarto maior mercado, atrás apenas de Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. E, ao que tudo indica, o apetite pelo crescimento está longe de ser saciado. A empresa quer chegar ao segundo posto, considerando ainda ter muito espaço para crescer.
          No mundo, são mais de 43 mil lojas, em 112 países, considerando dados de 2018.
          O Subway é hoje (agosto de 2023) uma das maiores cadeias de restaurantes do mundo, com 37 mil pontos de venda em mais de 100 países. Mas tem perdido participação de mercado nos últimos anos nos EUA para rivais em rápido crescimento como a Panera e a Firehouse Subs, que apresentam menus mais variados e lojas mais modernas.
          Em 24 de agosto de 2023, a rede de restaurantes Subway, então ainda controlada pelas famílias fundadoras, anunciou sua venda para a empresa de private equity Roark Capital, cuja experiência com restaurantes pode ajudar a rede de sanduíches a expandir e melhorar suas lojas. Os termos do acordo não foram divulgados. Em 21 de agosto, o The Wall Street Journal informou que a Roark, com sede em Atlanta, ofereceu cerca de US$ 9,6 bilhões (R$ 47 bilhões) pelo Subway.
          Em 11 de março de 2024 a rede de lanchonetes Subway Brasil encaminhou um pedido de recuperação judicial à 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, após acumular passivos de R$ 482,7 milhões. Na prática, é a terceira marca operada pelo grupo SouthRock, do empresário Kenneth Pope, com problemas financeiros no país.
(Fonte: revista Exame - 22.06.1994 / 28.09.1994 / IstoÉDinheiro - 06.09.2018 / msn - 19.09.2018 /Estadão - 25.08.2023 / Valor - 14.03.2024 - partes)

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