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6 de out. de 2011

Cristal (Tronox)












A fábrica brasileira da Cristal está na Estrada do Coco (Foto: Divulgação / Cristal)
          A Cristal tem unidades nos Estados Unidos, Inglaterra, China, França, Arábia Saudita, Austrália e no Brasil. São sete fábricas de TiO2 (titânio) distribuídas nesse países, exceto China. Nos Estados Unidos são duas.
          A Cristal está no Brasil desde 1970 e conta com uma mina localizada na Paraíba, uma fábrica na Bahia (antiga Tibrás) e um escritório comercial em São Paulo para atender a América Latina.
          Para analisar a participação da Cristal no mercado de dióxido de titânio é preciso pensar no mercado com e sem a China. Os chineses têm o maior volume de fabricação e são responsáveis por dois terços da produção mundial. Do outro lado, há as companhias americanas e europeias atuando nesse mercado. Olhando somente o tamanho das empresas individualmente, a Cristal Global é a segunda colocada e detém em torno de 12% do mercado mundial.
          Desde 1 de outubro de 2016, após um processo de incorporação, a mina da Cristal no Brasil passou a assumir a razão social Cristal Pigmentos do Brasil S.A., em substituição a Cristal Mineração do Brasil Ltda, que deixa de existir. A mudança se deve à incorporação da mineradora à Cristal Pigmentos do Brasil S.A., com o objetivo de simplificar a estrutura corporativa. A título de comunicação da marca ao mercado, e unicamente para este fim, está mantida para a unidade mineradora o nome fantasia “Cristal Mineração”.
          Em 22 de fevereiro de 2018, a Cristal Pigmentos do Brasil informou que sua controladora indireta, a Saudi Arabia’s National Industrialization (Tasnee), vendeu os negócios de dióxido de titânio (TiO2) da companhia para o grupo norte-americano Tronox. A Saudi irá receber US$ 1,67 bilhão, além de 24% de participação acionária na união das duas companhias.
          Os acionistas da Tronox passaram a deter 76% da nova sociedade, enquanto os acionistas da Cristal ficaram com os outros 24%. Tom Casey, CEO do grupo americano achou a combinação altamente sinérgica das empresas Tronox e Cristal, que traria um valor significativo para os acionistas, clientes e funcionários da empresa.
          Com uma produção verticalmente integrada de dióxido de titânio (TiO2) e químicos inorgânicos, a Tronox minera e processa minério de titânio (ilmenita), zirconita, dentre outros, e produz pigmento de dióxido de titânio e materiais de titânio de alta pureza. Os produtos adicionam brilho e durabilidade a tintas, plásticos, papéis e outros produtos do dia-a-dia.
          O transação criou a maior companhia de TiO2 do mundo, com base nas vendas de produtos químicos de titânio e na capacidade nominal. A Tronox opera três plantas de pigmentos de TiO2, nos Estados Unidos, Holanda e Austrália, além de operar minas na África do Sul e na Austrália. Possui ainda um centro de pesquisa e desenvolvimento e opera uma divisão de eletrólitos e especialidades químicas nos Estados Unidos. O grupo conta com aproximadamente 3.400 funcionários em todo o mundo.
          No Brasil, o negócio da Cristal, agora parte da Tronox, é realizado em três unidades: a Mina do Guaju, em Mataraca – Paraíba; a fábrica de TiO2 em Camaçari – Bahia; e o escritório comercial na capital de São Paulo, que atende a demanda de clientes da América Latina. A planta da Bahia utiliza como principal matéria-prima o minério de Titânio, ou ilmenita, retirado da mina do Guaju. Além da ilmenita, a Mina do Guaju também produz os minérios zirconita, cianita e rutilo.
          A Cristal possui uma mina própria de ilmenita, que é um tipo de minério de ferro do qual se extrai o dióxido de titânio. Dessa forma, o processo produtivo da empresa é integrado verticalmente, o que possibilita uma menor dependência do preço do minério de ferro importado.
          Para entender o que é o minério, basta examinar um punhado de areia da praia: nele, encontra-se grãos de diversas cores. O mais preto de todos é a ilmenita, que é trazida da mina da Paraíba para a planta da Bahia e transformado em um pigmento branco (TiO2) usado para dar cor, brilho e poder de cobertura a uma vasta gama de produtos como tintas, plásticos, papéis, borrachas e muitos outros. O pigmento produzido na Bahia, ou trazido de outras plantas da Cristal no mundo, é comercializado no Brasil e em toda a América Latina pelo escritório comercial da empresa localizado em São Paulo.
          Existem duas rotas de produção para a produção de tinta. A chamada “rota cloro” – com pigmento mais finos – é utilizada para automóveis, fogões e geladeiras. Esses produtos demandam uma cobertura perfeita e compacta, com brilho à prova d’água. Por exemplo, um carro utiliza essas tintas especiais porque é importante manter a identidade visual do fabricante. A “rota sulfato”, em termos de volume, é dominada pelos produtores chineses. Os mercados de construção civil e de plásticos são os principais compradores desse tipo de produto. A maior parte (90%) dos produtos da Cristal usa cloro. Com exceção dos chineses, 80% dos produtores de tintas estão na “rota cloro”. Os chineses, por sua vez, utilizam o sulfato na fabricação, ou seja, focam no abastecimento do mercado de construção civil e de plástico.
          A fábrica brasileira da Cristal está localizada no Km 20 da Estrada do Coco (BA 099), em Camaçari, próximo à localidade de Arembepe. Ocupa uma área de 837 hectares e é a única fábrica com produção integral do pigmento em toda a América Latina. Produz pigmento de dióxido de Titânio pelo processo sulfato, no qual utiliza ácido sulfúrico para extrair o TiO2 do mineral de titânio (ilmenita). O pigmento bruto é então transformado em produto final com características de performance específicas para cada aplicação. Essa transformação é feita através de um processo que envolve tratamento de superfície com vários produtos químicos e combinações de moagem e micronização.
          Os produtos, em geral, têm características de commodities [o preço do produto não depende do fabricante]. Por causa da relevância da China no comércio internacional, os preços são influenciados pelo mercado chinês.
(Fonte: site da empresa / bahiadevalor.com - 22.02.2018)

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