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4 de out. de 2011

Real (Chás Real)

          A Chás Real é uma empresa familiar fundada em 1834 e é considerada a indústria mais antiga em atividade no Brasil.
          Essa longa caminhada começou quando José Caetano Munhoz, um descendente de espanhóis, fundou em Curitiba um engenho de erva mate. Cerca de trinta anos depois, o imigrante italiano Francisco Fasce Fontana comprou esse engenho, que passou por várias gerações, mas ainda pertence à mesma família.
          Durante as primeiras décadas do século XX, o hábito do consumo do mate, antes restrito aos estados do sul na forma de chimarrão, espalhou-se por todo o Brasil. Nos anos 1920, fora lançado o primeiro chá mate do Brasil.
          Na década de 1960, a Chás Real introduziu no mercado o chá mate em saquinhos. E em 1979, lançou uma nova linha de produtos, os chás de ervas, frutas e flores. Essa novidade foi tão bem aceita, que mudou toda a orientação da empresa, uma vez em que, com o passar dos anos, a procura desses produtos aumentou consideravelmente. Isso contribuiu com a especialização da empresa em cuidado e manuseio de plantas saudáveis.
          Hoje, com mais de 185 anos, o Chás Real concretiza a ideia de levar aos consumidores em todo Brasil, o que há de mais sofisticado em chás com sabores surpreendentes que transformam a milenar experiência de beber chá em algo cada vez mais delicioso.
          Na época do ciclo da erva-mate, a Chás Real ajudou o início da industrialização do estado do Paraná. No entanto, não há como agarrar este passado e negligenciar o que vem pela frente. O futuro é construído no presente e a melhoria deve sempre ser contínua. Hoje, a economia paranaense e brasileira é muito mais sofisticada do que em 1834. O papel de impulsionar o crescimento econômico já foi cumprido. A sociedade pós-moderna valoriza cada vez mais a qualidade de vida e o bem-estar. É esse o rumo a ser seguido e é justamente essa a "Missão", que indica a razão pela qual a Chá Real existe e como agirá para atingir a "Visão" proposta.
          Ildefonso Pereira Correia (Barão do Serro Azul), além de um visionário, foi o maior produtor e exportador de erva-mate do Paraná no século XIX. Seu engenho apresentava uma série de avanços técnicos e inovações. Foi presidente da Câmara Municipal de Curitiba, deputado e vice-presidente da Província. Em 1890 fundou a Associação Comercial do Paraná.
          Recebeu o título de Barão do Serro Azul em 1888, graças à sua contribuição no desenvolvimento econômico e cultural do Paraná. Participou da Revolução Federalista em 1893. Levou suas convicções até as últimas conseqüências, pagando para os maragatos não destruírem a cidade de Curitiba. Sumariamente acusado de traição foi assassinado em 1894, no Km 65 da estrada de ferro Paranaguá – Curitiba, local marcado por uma cruz.
          Seus últimos dias de vida são contados no filme “O Preço da Paz”, dirigido por Paulo Morelli.
O antigo nome do Chá Mate Real (Matte Ildefonso) foi dado em sua homenagem.
          O chá é consumido na China há mais de 4000 anos. São muitas as versões, ou lendas, sobre sua origem. A mais famosa delas data de 2737 a.C. e conta que o imperador Shen Nung tinha o hábito de ferver a água antes de bebê-la. Certo dia, folhas de uma árvore próxima, caíram dentro do recipiente com água fervendo. Essas folhas eram da planta atualmente chamada de Camelia sinensis. Tomado por grande curiosidade ele provou o resultado daquela mistura, e descobriu o que todos conhecem hoje: uma bebida refrescante e revigorante.
          As primeiras notícias de contato dos europeus com a erva datam de 1541. Documentos espanhóis falam a respeito de uma bebida tomada pelos nativos da região de Guaíra, no oeste do atual estado do Paraná, consumida como um verdadeiro “vício”. No inicio da ocupação espanhola houve algumas tentativas de proibição da erva mate. Os jesuítas chegaram, em certa época, a apelidar a bebida de “erva do diabo” uma vez que, por ser estimulante, a erva mate teria supostas propriedades afrodisíacas. No entanto, os próprios soldados espanhóis, não resistindo à tentação de provar a bebida, acabaram se tornando entusiastas da erva mate e levaram o hábito às casas coloniais espanholas. A partir de então, o costume começou a se generalizar e se expandiu pelo Rio da Prata, atravessou as Cordilheiras, e chegou até o Peru, a Bolívia e o Chile.
          Durante os séculos XVII e XVIII, os jesuítas, que antes combatiam a bebida, passaram a estimular o seu plantio. Nas encostas do rio Paraná, criaram comunidades de índios guaranis com o objetivo de catequização. Esses agrupamentos ficaram conhecidos como Missões. Algumas delas chagaram a ter mais de 10.000 habitantes. Nas Missões, plantava-se erva mate e criava-se gado. Em 1.768, o rei da Espanha, insatisfeito com o tipo de colonização que vinha sendo feita, expulsou a Companhia de Jesus de toda a América Espanhola. As comunidades foram logo abandonadas ou destruídas pelos bandeirantes.
          Durante mais de cem anos a erva mate foi o principal alicerce da economia do Paraná. As grandes mudanças e melhoramentos da infra-estrutura, que alteraram a fisionomia social paranaense, aconteceram em virtude do avanço do setor ervateiro. A primeira ferrovia, a estrada que liga Curitiba ao porto de Paranaguá, só foi construída em função da necessidade de melhorar o escoamento da produção destinada à exportação. Essa obra é considerada até hoje como uma grande proeza de engenharia, pois, contando apenas com os recursos técnicos da época (entre 1880 e 1885), cruza o relevo muito acidentado da Serra do Mar. A segunda estrada de ferro, entre Guaíra e Porto Mendes, nas margens do Rio Paraná, também surgiu em decorrência do ciclo da erva mate.
          Nos dias de hoje, já no início do século XXI, a relevância econômica da erva mate, evidentemente, já não é a mesma para a economia paranaense. A estrutura econômica se diversificou, novas regiões do estado foram desbravadas e ocupadas, o que trouxe grande crescimento demográfico. No entanto, as primeiras sementes da industrialização e do desenvolvimento do Paraná, foram plantadas pelos industriais e comerciantes de erva mate do século XIX. A Chás Real tem muito orgulho de ter sido parte fundamental desse processo.
          O chá Mate Real é produzido por Moinhos Unidos do Brasil - Mate S.A., no bairro Botiatuba, em Almirante Tamandaré, no Paraná.
(Fonte: site da Chás Real)

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