Erguida nos anos 1980 pelo falecido “rei da soja” Olacyr de Moraes como a maior indústria de cana do mundo da época, a Usinas Itamarati foi referência no setor na década de 1980.
A Usinas Itamarati é tanto resultado da expansão do setor sucroalcooleiro promovida pelo Proálcool como fruto da ambição do empresário Olacyr de Moraes. Ele foi um dos principais responsáveis por tornar a soja a vedete do agronegócio brasileiro, abrindo lavouras no Cerrado que o tornaram o maior produtor de grãos do mundo - a coroa foi perdida depois para a família Maggi.
No agronegócio, ele ainda ficou conhecido por fomentar pesquisas em algodão, que impulsionaram a cultura no Centro-Oeste. Mas foi em outros setores que Olacyr fez seu nome. Sua ascensão como empresário veio da construtora Constran e do Banco Itamarati nas décadas de 1950 e 1960. Seu ocaso veio com a Ferronorte na década de 1990 com uma dívida bilionária. No início do século XXI, sua atenção voltou-se para a mineração, sobretudo para as terras raras. Apesar das novas empreitadas, o empresário passou por diversas pressões de credores da Constran, comprada posteriormente pela empreiteira UTC.
Antes de Olacyr falecer, em 2015, seus negócios já sofriam com o elevado endividamento. Em 2018, a Companhia Agrícola do Parecis (Ciapar) foi vendida à Amaggi por cerca de R$ 1 bilhão.
Em 2019, a Itamarati enfim mudou de mãos, após oito anos à venda e trocas de gestão. No primeiro trimestre, um grupo de investidores reunidos pelo fundo de private equity CVCIB Holdings, do sócio Paulo Caldeira, concluiu a aquisição de R$ 2 bilhões em dívidas financeiras da empresa, conversíveis em ações.
Meses depois, o fundo promete duas levas de investimentos no total de R$ 500 milhões em novas tecnologias rumo à diversificação.
A nova fase da companhia, rebatizada de UISA (Usina Itamarati S.A.), prevê a instalação de uma unidade de processamento de milho para produção de etanol e farelo para ração, uma fábrica de leveduras para nutrição animal, uma planta de biogás, além de aportes para aumentar a moagem de cana e ampliar a cogeração de energia. A reformulação é guiada pelo executivo José Arimatea Calsaverini, que assumiu a presidência da companhia ainda quando Ana Cláudia de Moraes, filha de Olacyr, era a dona.
Apesar da forte pegada em etanol e energia, a UISA pretende manter a liderança do mercado de açúcar da região Norte com as marcas Itamarati e Guanabara.
Com base em Nova Olímpia, a noroeste de Cuiabá, a UISA tem números expressivos: 6,3 milhões de toneladas de cana de capacidade de moagem/safra; R$ 732 milhões de faturamento na safra 2018/2019; 84 mil hectares de terra e 2,2 mil funcionários.
(Fonte: jornal Valor - 04.11.2019)
A Usinas Itamarati é tanto resultado da expansão do setor sucroalcooleiro promovida pelo Proálcool como fruto da ambição do empresário Olacyr de Moraes. Ele foi um dos principais responsáveis por tornar a soja a vedete do agronegócio brasileiro, abrindo lavouras no Cerrado que o tornaram o maior produtor de grãos do mundo - a coroa foi perdida depois para a família Maggi.
No agronegócio, ele ainda ficou conhecido por fomentar pesquisas em algodão, que impulsionaram a cultura no Centro-Oeste. Mas foi em outros setores que Olacyr fez seu nome. Sua ascensão como empresário veio da construtora Constran e do Banco Itamarati nas décadas de 1950 e 1960. Seu ocaso veio com a Ferronorte na década de 1990 com uma dívida bilionária. No início do século XXI, sua atenção voltou-se para a mineração, sobretudo para as terras raras. Apesar das novas empreitadas, o empresário passou por diversas pressões de credores da Constran, comprada posteriormente pela empreiteira UTC.
Antes de Olacyr falecer, em 2015, seus negócios já sofriam com o elevado endividamento. Em 2018, a Companhia Agrícola do Parecis (Ciapar) foi vendida à Amaggi por cerca de R$ 1 bilhão.
Em 2019, a Itamarati enfim mudou de mãos, após oito anos à venda e trocas de gestão. No primeiro trimestre, um grupo de investidores reunidos pelo fundo de private equity CVCIB Holdings, do sócio Paulo Caldeira, concluiu a aquisição de R$ 2 bilhões em dívidas financeiras da empresa, conversíveis em ações.
Meses depois, o fundo promete duas levas de investimentos no total de R$ 500 milhões em novas tecnologias rumo à diversificação.
A nova fase da companhia, rebatizada de UISA (Usina Itamarati S.A.), prevê a instalação de uma unidade de processamento de milho para produção de etanol e farelo para ração, uma fábrica de leveduras para nutrição animal, uma planta de biogás, além de aportes para aumentar a moagem de cana e ampliar a cogeração de energia. A reformulação é guiada pelo executivo José Arimatea Calsaverini, que assumiu a presidência da companhia ainda quando Ana Cláudia de Moraes, filha de Olacyr, era a dona.
Apesar da forte pegada em etanol e energia, a UISA pretende manter a liderança do mercado de açúcar da região Norte com as marcas Itamarati e Guanabara.
Com base em Nova Olímpia, a noroeste de Cuiabá, a UISA tem números expressivos: 6,3 milhões de toneladas de cana de capacidade de moagem/safra; R$ 732 milhões de faturamento na safra 2018/2019; 84 mil hectares de terra e 2,2 mil funcionários.
(Fonte: jornal Valor - 04.11.2019)
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