Em 2006, a Petrobras decidiu comprar da empresa belga Astra Oil 50% de uma refinaria de Petróleo nos Estados Unidos, numa localidade próxima à cidade de Houston, Texas - Pasadena.
A compra da refinaria Pasadena foi aprovada pelo conselho de administração da Petrobras, na época presidido pela então ministra da Casa Civil do presidente Lula, Dilma Rousseff, que concordou em pagar 360 milhões de dólares para ficar com a metade da empresa. Logo depois, soube-se que algo horrendamente errado tinha acontecido no negócio: descobriu-se que a mesmíssima refinaria, na verdade uma montanha de ferro velho, tinha sido comprada pela Astra Oil um ano antes, em 2005, por pouco mais de 42 milhões de dólares - isso mesmo, quase nove vezes menos do que a Petrobras pagou para ficar com a metade da refinaria, carinhosamente (ou jocosamente?) chamada de ruivinha, tendo em vista que suas instalações estavam tomadas pela ferrugem.
Como se não bastasse o desprezo grosseiro pelos rudimentos das práticas comerciais adotados pelo governo, em 2007, a Astra Oil, valendo-se do que constava no contrato, exigiu que a Petrobras comprasse os outros 50% da refinaria - o que a estatal-orgulho do Brasil topou fazer em 2012 por espantosos 820 milhões de dólares. Resultado final: quase 1,2 bilhão de dólares saíram do bolso da população brasileira e foram direto para o bolso da Astra Oil.
Como é possível que a maior empresa brasileira tenha feito um negócio tão estúpido assim? Após manter um silêncio de oito anos inteiros sobre a catástrofe, depois de um artigo de O Estado de S.Paulo de março de 2014, Dilma Rousseff desatou subitamente a falar. Em nota oficial, a então presidente disse que foi enganada pelos executivos da estatal - só assinou a compra em 2006 porque recebeu um relatório "técnica e juridicamente falho" e com omissões graves a respeito de cláusulas do contrato que, se fossem conhecidas, "seguramente não seriam aprovadas pelo conselho". Dirigentes da Petrobras, anonimamente, garantem que Dilma teve todas as informações a seu dispor.
Em janeiro de 2019, foi anunciada que a venda da refinaria de Pasadena para a Chevron estava passando pelas fases finais de transição. No início de abril, porém, foi interrompida sem explicações sobre o motivo. Um dia antes do acontecimento, todas as unidades na área de refinaria do local deixaram de funcionar para que a nova chefia pudesse assumir o local no primeiro dia de abril. Na semana de anterior a bandeira do Brasil e da Petrobras já haviam sido retiradas, assim como uma placa com o logo da estatal que ficava na frente da Pasadena Refining System Inc (PRSI). No início de maio (2019), a Petrobras informou que finalizou, por meio de sua subsidiária Petrobras America Inc. (PAI), a venda de 100% de suas ações nas empresas que compõem o sistema de refino de Pasadena, nos Estados Unidos, para a empresa Chevron U.S.A. Inc. (Chevron). A Chevron pagou para a PAI US$ 467 milhões (cerca de R$ 1,8 bilhão).
(Fonte: revista Exame - 02.04.2014 / IstoÉDinheiro - 03.04.2019 / 02.05.2019 - partes)
Em janeiro de 2019, foi anunciada que a venda da refinaria de Pasadena para a Chevron estava passando pelas fases finais de transição. No início de abril, porém, foi interrompida sem explicações sobre o motivo. Um dia antes do acontecimento, todas as unidades na área de refinaria do local deixaram de funcionar para que a nova chefia pudesse assumir o local no primeiro dia de abril. Na semana de anterior a bandeira do Brasil e da Petrobras já haviam sido retiradas, assim como uma placa com o logo da estatal que ficava na frente da Pasadena Refining System Inc (PRSI). No início de maio (2019), a Petrobras informou que finalizou, por meio de sua subsidiária Petrobras America Inc. (PAI), a venda de 100% de suas ações nas empresas que compõem o sistema de refino de Pasadena, nos Estados Unidos, para a empresa Chevron U.S.A. Inc. (Chevron). A Chevron pagou para a PAI US$ 467 milhões (cerca de R$ 1,8 bilhão).
(Fonte: revista Exame - 02.04.2014 / IstoÉDinheiro - 03.04.2019 / 02.05.2019 - partes)
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