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6 de out. de 2011

Jornal do Brasil - JB

          O Jornal do Brasil foi fundado no Rio de Janeiro dois anos depois da proclamação da República, em 1891. Foi batizado como Jornal do Brazil.
          O jornal iniciou seu período áureo em 1959, quando promoveu uma radical mudança gráfica. Nas três décadas seguintes, ganhou peso e influência nacionais - é cantado, inclusive, em versos na "geleia geral brasileira que o Jornal do Brasil anuncia", de Gilberto Gil e Torquato Neto.
          Em 1987, publica a última das raras entrevistas longas do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade.
          O diretor executivo Manoel Francisco Nascimento Brito esteve à frente do jornal por 52 anos. Sua esposa Leda Nascimento Brito, conhecida como Dona Leda, foi proprietária do periódico. Morta em 25 de janeiro de 2017, aos 95 anos, ela é filha da condessa Maurina de Abranches Pereira Carneiro e enteada do conde Ernesto Pereira Carneiro. Tanto ela como o marido posicionaram-se contra a censura durante o regime militar.
          Walter Fontoura (1937-2017), jornalista carioca, trabalhou no Jornal do Brasil por dezoito anos (1966-1984) e, à frente da redação, montou uma equipe repleta de talentos, que incomodou insistentemente a ditadura.
          O JB, como também era chamado, teve outros jornalistas de peso, como Lula Branco Martins, que, nos anos 1990 foi repórter, redator e editor.
          No dia 4 de dezembro de 2002, foi assinado um contrato que iria mudar o modelo de gestão das empresas de comunicação do país. De um lado, o jornal O Dia. Do outro, o Jornal do Brasil e a revista Forbes Brasil. Não se tratava de uma fusão entre as empresas, pois não houve toca de ações nessa operação. Os acionistas - as holdings Arca, do lado de O Dia, e CBM, do lado do JB e Forbes - continuaram controlando seus respectivos veículos e marcas. As empresas iniciaram um processo de enxugamento de despesas através da otimização de várias áreas que poderiam ser compartilhadas. Assim, cada veículo manteve sua identidade editorial e suas marcas.
          Nelson Tanure, investidor em empresas-problema assumiu a marca da família Nascimento Brito em 2001, por sessenta anos, renováveis por mais trinta. àquela altura, o jornal já ia de mal a pior, assolado por crises financeiras, cortes de equipamentos e baixa circulação. O JB impresso capengou até 2010, quando se tornou exclusivamente digital - e sem nenhum expressão.
          Na cidade que, aos domingos, o levava para ler na praia, insubstituível como o mate e o biscoito Globo, a decadência do jornal foi uma tristeza só.
          Em fevereiro de 2017, Nelson Tanure passa a marca Jornal do Brasil para o empresário Omar Peres, também conhecido pelo apelido, Catito, estrela do ramo gastronômico no Rio de Janeiro.
O novo dono, que arrendou a marca por quarenta anos, teria planos ambiciosos: retornar com a edição impressa da publicação.
          No domingo, dia 25 de fevereiro de 2018, a edição impressa do Jornal do Brasil ressurge nas bancas com os mesmo logotipo e tamanho do original. Sua volta, agora, com uma equipe de jornalistas veteranos, muitos com o nome ligado ao velho JB - o cartunista Ziraldo, 85 anos, é diretor de arte -, empolgou os nostálgicos.
          O jornal circulará no Rio e em Brasília. Catito admite que a volta do JB às bancas é temporária - "calculo cinco anos" - e visa justamente recuperar o brilho e a credibilidade de antigamente para aplicá-los à versão digital.
(Fonte: revista Veja - 01.02.2017 / 05.04.2017 / 12.07.2017 / O Antagonista - 26.02.2018 / revista veja - 07.03.2018 - partes)

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