Weg

           Com raízes na Europa, os fundadores da Weg cedo apresentaram vocação para a internacionalização. Criada em 1961, inicialmente como Eletromotores Jaraguá – referência a Jaraguá do Sul, cidade que até hoje abriga sua matriz -, alguns anos depois a empresa recebeu o nome atual, Weg, aproveitando as iniciais dos nomes dos fundadores. Os três amigos fundadores se juntaram e tomaram a primeira letra do nome de cada um para formar a marca. O primeiro era o eletricista Werner Ricardo Voigt, descendente de alemães, nascido em Schroeder (SC). Outro, o bancário Eggon João da Silva. O mecânico Geraldo Werninghaus, falecido em 1999 num desastre de automóvel, era o terceiro dos sócios. Weg também quer dizer “caminho” em alemão. Os fundadores implantaram na Weg uma cultura voltada para o crescimento - e, poucos anos depois, começaram a fazer os primeiros negócios fora do país. No início, a coisa era tosca. Um dos sócios colocava motores no porta-malas do carro e fazia visitas a comerciantes do Uruguai, da Argentina e do Chile para oferecer a mercadoria. Foi só o começo.

           Na década de 1970 começou a internacionalização da empresa, quando Eggon, falecido em 2015, que foi criado falando alemão, e Werner decidiram visitar uma feira na Alemanha atrás de tecnologia para os motores que fabricavam. Levaram alguns produtos da empresa para mostrar lá. Na volta, em vez de tecnologia, trouxeram as encomendas que resultaram nas primeiras exportações em larga escala. Em 1989 Décio da Silva, filho de Eggon, assume o cargo de presidente executivo da Weg.

          No início de 1992, depois de fechar 1991 com prejuízo de 8,5 milhões de dólares, a direção da Weg estabeleceu 1.100 metas saneadoras. Começam com uma simples economia de energia no local de trabalho, passam pelo aumento das exportações e chegam à previsão de faturamento de 270 milhões de dólares em 1993, volume de vendas que a Weg não registrava desde 1989. Para transformar as metas em realidade, a empresa montou um extenso programa. Em um ano, foram lançadas seis novas linhas de produtos, a maioria para atender a exigências dos clientes externos, mais preocupado  com itens como economia e proteção ao meio ambiente.

          Uma novidade saiu da Weg Química, fabricante de resinas e vernizes. A empresa desenvolveu, uma tinta industrial em pó, lançada em junho de 1993. Sem solventes, a tinta não agride o meio ambiente e começou a tomar espaço das tintas líquidas na Europa e nos Estados Unidos. Para dar apoio às exportações, o grupo criou duas empresas, a Weg Electric Motors, nos Estados Unidos e a Weg Europe, na Bélgica. Na América Latina, a Weg fz uma associação com a Corradi, da Argentina o que representou entrada firme no mercado daquele país.

          Dentre as medidas para se tornar mais produtiva, a Weg transferiu a fábrica de equipamentos para automação industrial de Florianópolis para a sede, em Jaraguá do Sul, o que eliminou gastos com transporte de materiais. O número de funcionários também se rendeu às exigências da produtividade e caiu de 7.335 em 1991 para 6.300 em setembro de 1993.

          A Weg está no México desde 2000 e contabiliza cinco unidades fabris no país: duas em Huehuetoca, produtoras de motores elétricos e transformadores, uma em Tizayuca, especializada na fabricação de transformadores, e duas em Atotonilco de Tula, onde a Companhia possui fábricas voltadas para a produção de motores elétricos, de painéis elétricos e tintas em pó industriais.

          Em 2008, Décio da Silva passa o comando para o executivo Harry Schmelzer Junior, então diretor regional da Europa. Werner falece em 1 de junho de 2016, aos 85 anos.

          Em 2 de dezembro de 2020, a WEG comunicou ao mercado que concluiu a aquisição da fábrica de transformadores da companhia Transformadores e Serviços de Energia das Américas, na cidade de Betim, em Minas Gerais. A operação foi aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A operação, sem valor divulgado, foi anunciada pela companhia em janeiro de 2020. A fábrica tem 32,5 mil metros quadrados de área construída e conta com equipamentos e instalações de alta tecnologia, de acordo com a companhia. A WEG afirma que a aquisição proporciona um bom posicionamento para investimentos em infraestrutura, que devem ocorrer no país nos próximos anos.

          Apesar de estar listada na Bolsa desde 1971, quase dois terços da Weg continuam a pertencer, direta e indiretamente, aos familiares de Werner Ricardo Voigt, Eggon João da Silva e Geraldo Werninghaus.
          Hoje a Weg é um dos principais players globais na fabricação de motores elétricos, exportando para mais de 100 países, com fábricas em 12 países nas Américas, Europa, Ásia e África e escritórios em mais 18. Suas filiais e assistência técnica alcançam os cinco continentes. A empresa tem aproximadamente 32.000 funcionários.

          Em 14 de setembro de 2021, a Weg anunciou que assinou contrato para a aquisição da Balteau Produtos Elétricos, empresa de transformadores para instrumentos e conjuntos de medição, em Itajubá, Minas Gerais. De acordo com a empresa, a Balteau é especializada na cadeia de produção para transformadores de corrente e de potencial capacitivo até 550 quilovolts (kV), transformadores de potencial indutivo até 145 kV e conjuntos de medição até 36 kV, produtos que a Weg não tem em seu portfólio atualmente. Em 24 de janeiro de 2022, o Cade aprova compra de indústria de transformadores Balteau pela WEG. A operação vai permitir complementação de portfólio da WEG como fornecedora de produtos e soluções para projetos de infraestrutura de geração, transmissão e distribuição de energia, segundo a empresa.

          Em 18 de julho de 2022 a Weg informou que fez uma joint venture com o Grupo Cevital, conglomerado com sede na Argélia, para produção e venda de motores elétricos para lavadoras de roupa, com foco inicial no mercado da Argélia e norte da África. A nova empresa WEG Algeria Motors SpA terá participação de 51% pelo Grupo WEG e 49% pelo Grupo Cevital e vai operar na cidade de Setif. O Grupo Cevital, fundado em 1971, atua por meio de suas subsidiárias em diversos setores como agricultura, varejo, serviços e indústria, incluindo a produção e distribuição de eletrodomésticos, com presença em diversas regiões como Europa, Oriente Médio, Norte da África e Ásia-Pacífico.
          Em 1de agosto de 2022, a Weg anunciou que chegou a um acordo com a italiana Gefran para a aquisição da sua unidade de controle de movimento (“motion control”), por 23 milhões de euros. De acordo com a empresa, a unidade é responsável pelo desenvolvimento e produção de inversores de frequência, conversores de corrente contínua e aplicações especiais de servoconversores.

          Em 5 de julho de 2023, a Weg e a Alupar firmam uma parceria para a geração de energia por meio da Central Geradora Eólica AW Santa Régia de titularidade da Eólica do Agreste Potiguar II S.A., controlada pela Alupar, para o consumo pelas unidades produtivas da WEG. Alupar e WEG firmam essa parceria para explorar um complexo eólico localizado na cidade de Jandaíra, no Estado do Rio Grande do Norte, que terá capacidade instalada de 37,8 MW e garantia física de 21,7MW médios, dos quais cerca de 15 MWmédios serão anualmente entregues à WEG sob o regime de autoprodução por equiparação.

          A Weg anunciou em 25 de agosto de 2023 a compra de um novo terreno na cidade de Atotonilco de Tula, estado de Hidalgo, no México, pelo valor de US$ 40 milhões. Localizado em frente ao maior parque fabril da companhia no país, o terreno possui 640.000 metros quadrados de área total e faz parte da estratégia de longo prazo para o aumento gradual da capacidade produtiva e expansão da empresa no país. Com a aquisição do novo terreno a empresa soma mais de 1.200.000 m2 de área no México, onde conta atualmente com cerca de 4.000 colaboradores.

          A Weg informou, em 25 de setembro de 2023, que suas controladas indiretas no exterior celebraram com a Regal Rexnord um contrato para aquisição dos negócios de motores elétricos industriais e geradores no valor de US$ 400,0 milhões. A aquisição vai ser realizada pela WEG Electric Corp e pela WEG Holding B.V., sociedades detidas pela WEG Equipamentos Elétricos S.A., controlada direta. Esta transação visa os negócios de motores elétricos industriais e geradores, vendidos pelas marcas Marathon, Cemp e Rotor, do segmento operacional Industrial Systems da Regal Rexnord, empresa com sede nos Estados Unidos e listada da Bolsa de Valores de Nova York. A receita operacional líquida destes negócios em 2022 foi de US$ 541,5 milhões. Alinhada com a estratégia de crescimento contínuo e sustentável, expansão internacional e diversificação das operações industriais do Grupo WEG, esta transação incluí a aquisição de dez fábricas em sete países (Estados Unidos, México, China, Índia, Itália, Países Baixos e Canadá), filiais comerciais em onze países, e uma equipe de aproximadamente 2.800 colaboradores no mundo.

          Em 24 de outubro de 2023,  a WEG anunciou acordo para a aquisição de uma participação de 45% na alemã Bewind, empresa especializada em engenharia e desenvolvimento de tecnologias para aerogeradores e seus componentes. “A aquisição faz parte da estratégia da Weg de crescimento nas soluções de geração de energia dentro dos negócios de geração, transmissão e distribuição de energia (GTD)”, afirmou a companhia em comunicado ao mercado.

          Em 8 de dezembro de 2023, a Weg anunciou a saída de Harry Schmelzer Júnior do cargo de CEO. Schmelzer atuou por mais de quatro décadas na empresa, sendo 16 na presidência. Ele permanecerá como CEO até 31 de março de 2024. O substituto escolhido foi Alberto Yoshikazu Kuba, atual diretor superintendente da divisão de Motores Elétricos Industriais. Kuba é engenheiro eletricista nascido em 1979, tendo passado os últimos 21 anos na WEG, onde atuou na área de vendas de motores industriais no Brasil e na China, antes de se tornar diretor superintendente. Kuba assumiu o comando da empresa em 1º de abril de 2024.

          Em 12 de setembro de 2024, a Weg anunciou a aquisição da Volt Eletric Motors, fabricante turca de motores elétricos industriais e comerciais e subsidiária do Grupo Saya. O valor do negócio foi de US$ 88 milhões.

(Fonte: revista Forbes Brasil / Weg em Revista n.49 / revista Exame - 29.09.1993 / revista Veja 08.06.2016 / revista Exame - 22.06.2016 / ValorInvest - 14.10.2020 / 14.09.2021 / Valor - 24.01.2022 / Abraasca - 25.07.2022 / Valor - 01.08.2022 / InfoMoney - 25.08.2023 / SM-Space Money - 25.09.2023 / Infomoney - 25.10.2023 / Exame/Bloomberg - 08.12.2023 / Estadão - 13.09.2024 - partes)