A primeira loja da Carmen Steffens foi aberta em 1993. A empresa foi fundada pelo gaúcho Mário Spaniol, com uma história bem peculiar. Filho de dono de um cartório, ele nasceu na pequena São Sebastião do Caí, nos arredores de Porto Alegre. Aos 12, mudou para Novo Hamburgo, a 40 quilômetros da capital. Começou a carreira aos 15 como office boy de uma fábrica de malas (a extinta Weber). Durante um período ficou instalado na sala do presidente da companhia e ali teve contato com técnicas de vendas e administração o que acabou sendo de grande importância. Spaniol é formado em engenharia.
Cinco anos depois, deixou o emprego para abrir sua primeira empresa. Era uma representação comercial de máquinas e produtos químicos para a indústria de couro. O investimento inicial foi feito com a venda de uma casa que ganhou do pai. Mais três anos e ele se mudou para Franca para montar uma filial do negócio. Lá, mediou a venda de um curtume e, como comissão, recebeu algumas máquinas. Vendeu sua empresa e alugou um prédio comercial. Ali nascia a Couroquímica.
Já radicado em Franca então há um década, Spaniol queria porque queria produzir bolsas e sapatos femininos. Concluiu que a melhor maneira de aprender os segredos dessa indústria seria fuçando em algumas das mais badaladas fábricas de calçados do mundo, instaladas na região de Florença, na Itália. Ali estavam, por exemplo, ícones como Gucci, Prada, Miu Miu. O empresário, contudo, se questionava: "Mas quem vai abrir as portas para um brasileiro? Nós temos custos operacionais baixos, mão de obra barata. Os italianos vão ficar desconfiados". Agora, se ele se apresentasse como um alemão, um "estudioso da racionalização de processos industriais" - bem, aí, tudo ficaria mais fácil. E, eureka!, deu certo. Com seus olhos azuis, pele clara, um porte grandalhão e o domínio da língua germânica, Spaniol, entrou na Itália, visitou os nomões da moda, como se sempre tivesse morado em algum local às margens do Reno.
A partir dessa espionagem industrial básica, criou, em 1993, a marca de bolsa e sapatos femininos Carmen Steffens. O nome é uma homenagem à mãe do empresário, que aproveita para argumentar que "a gente não faz um produto ruim quando coloca o nome da mãe".
A esposa do empresário, Monalisa, assumiu o posto de estilista dois anos depois da abertura da primeira loja, em 1995. Foi meio que por acaso. Um dia, ele pediu a opinião da mulher sobre uma nova coleção. A resposta não foi nada alvissareira: ela não compraria nenhum daqueles sapatos. E deu a lógica: as vendas foram um fiasco. Segundo Spaniol, até então ele não sabia que a esposa tivesse talento para o mundo da moda.
O negócio, então, deslanchou. As vendas cresciam em ritmo acelerado e, em 2008, Spaniol agregou outra marca ao grupo: a Raphael Steffens (o nome do avô materno), a linha masculina. Em 2013, incluiu no portfólio a coleção de roupas Maison CS. E o empresário disse adeus a sua grande frustração. O curtume Couroquímica ia bem. Fornecia para grandes marcas internacionais como Hugo Boss e Timberland, mas era frustrante. Exceto alguns amigos, ninguém sabia disso.
Com o crescimento da Carmen Steffens, a indústria de Spaniol se agigantou. São 3,4 mil funcionários, em seis unidades fabris em quatro cidades. O curtume está entre os seis fornecedores mundiais que atendem à fabricante de automóveis Hyundai. As unidades de acessórios mantêm uma média de produção de 10 mil pares de sapatos por dia. Mas o diferencial de seu sistema - o tal segredo copiado dos italianos - é a capacidade de produzir uma quantidade pequena de cada modelo, aliada a uma grande diversificação de produtos. O resultado dessa diversificação são peças variadas e mais exclusivas. Segundo Spaniol, a empresa fabrica, no máximo, 4 mil sapatos iguais, contra uma média de mercado que deve girar em torno de 15 mil exemplares por peça.
A rede de bolsas e sapatos Carmen Steffens tem 505 lojas, sendo 45 delas espalhadas em grandes cidades de 18 países. A lista inclui Paris, Hollywood, Las Vegas, Orlando, Marbella, na Espanha, e Perth, na Austrália. A entrada na Itália, estava prevista para 2018.
(Fonte: revista Época Negócios - novembro 2015)
Cinco anos depois, deixou o emprego para abrir sua primeira empresa. Era uma representação comercial de máquinas e produtos químicos para a indústria de couro. O investimento inicial foi feito com a venda de uma casa que ganhou do pai. Mais três anos e ele se mudou para Franca para montar uma filial do negócio. Lá, mediou a venda de um curtume e, como comissão, recebeu algumas máquinas. Vendeu sua empresa e alugou um prédio comercial. Ali nascia a Couroquímica.
Já radicado em Franca então há um década, Spaniol queria porque queria produzir bolsas e sapatos femininos. Concluiu que a melhor maneira de aprender os segredos dessa indústria seria fuçando em algumas das mais badaladas fábricas de calçados do mundo, instaladas na região de Florença, na Itália. Ali estavam, por exemplo, ícones como Gucci, Prada, Miu Miu. O empresário, contudo, se questionava: "Mas quem vai abrir as portas para um brasileiro? Nós temos custos operacionais baixos, mão de obra barata. Os italianos vão ficar desconfiados". Agora, se ele se apresentasse como um alemão, um "estudioso da racionalização de processos industriais" - bem, aí, tudo ficaria mais fácil. E, eureka!, deu certo. Com seus olhos azuis, pele clara, um porte grandalhão e o domínio da língua germânica, Spaniol, entrou na Itália, visitou os nomões da moda, como se sempre tivesse morado em algum local às margens do Reno.
A partir dessa espionagem industrial básica, criou, em 1993, a marca de bolsa e sapatos femininos Carmen Steffens. O nome é uma homenagem à mãe do empresário, que aproveita para argumentar que "a gente não faz um produto ruim quando coloca o nome da mãe".
A esposa do empresário, Monalisa, assumiu o posto de estilista dois anos depois da abertura da primeira loja, em 1995. Foi meio que por acaso. Um dia, ele pediu a opinião da mulher sobre uma nova coleção. A resposta não foi nada alvissareira: ela não compraria nenhum daqueles sapatos. E deu a lógica: as vendas foram um fiasco. Segundo Spaniol, até então ele não sabia que a esposa tivesse talento para o mundo da moda.
O negócio, então, deslanchou. As vendas cresciam em ritmo acelerado e, em 2008, Spaniol agregou outra marca ao grupo: a Raphael Steffens (o nome do avô materno), a linha masculina. Em 2013, incluiu no portfólio a coleção de roupas Maison CS. E o empresário disse adeus a sua grande frustração. O curtume Couroquímica ia bem. Fornecia para grandes marcas internacionais como Hugo Boss e Timberland, mas era frustrante. Exceto alguns amigos, ninguém sabia disso.
Com o crescimento da Carmen Steffens, a indústria de Spaniol se agigantou. São 3,4 mil funcionários, em seis unidades fabris em quatro cidades. O curtume está entre os seis fornecedores mundiais que atendem à fabricante de automóveis Hyundai. As unidades de acessórios mantêm uma média de produção de 10 mil pares de sapatos por dia. Mas o diferencial de seu sistema - o tal segredo copiado dos italianos - é a capacidade de produzir uma quantidade pequena de cada modelo, aliada a uma grande diversificação de produtos. O resultado dessa diversificação são peças variadas e mais exclusivas. Segundo Spaniol, a empresa fabrica, no máximo, 4 mil sapatos iguais, contra uma média de mercado que deve girar em torno de 15 mil exemplares por peça.
A rede de bolsas e sapatos Carmen Steffens tem 505 lojas, sendo 45 delas espalhadas em grandes cidades de 18 países. A lista inclui Paris, Hollywood, Las Vegas, Orlando, Marbella, na Espanha, e Perth, na Austrália. A entrada na Itália, estava prevista para 2018.
(Fonte: revista Época Negócios - novembro 2015)
4 comentários:
Adoro sapatos.Uma propaganda na Internet gerou curiosidade e a pesquisa da história de vida e negócios dessa Empresa que então conheci são admiráveis !
Orgulho gaúcho! Parabéns!
Sempre ameii a marca,mesmo sem conhecer a tragetoria,hoje que conheço me sinto privilegiada, por usar uma marca tão bem conceituada e com uma história tão linda.Parabés ao fundador e nossa grande e maravilhosaaaaa estilista que nós proporciona nos sentirmos lindas,elegantes e ao mesmo tempo sem ser vulgar.
Amanda moreira da Silva
Sempre fui cliente dessa loja aqui em Santos depois que vi e fiquei sabendo que teria uma gerente com o nome PAMERA melgaço envolvida com tráfico de drogas , homicídio e foragida da Bahia em ilhéus nunca mas coloquei meus pés lá .
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