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4 de out. de 2011

RBS

          O grupo empresarial RBS - Rede Brasil Sul, foi fundado em 1957/1958, no Rio Grande do Sul, pelo empresário Maurício Sirotsky Sobrinho.
          A empresa criou e ou comprou marcas jornalísticas como Zero Hora, Rádio Gaúcha e RBS TV. Além dos negócios de comunicação, o grupo é proprietário da e.Bricks, empresa de investimento digital com atuação no Brasil e nos Estados Unidos.
          Em maio de 1979, a RBS desembarcou em Santa Catarina, onde criou as emissoras da RBS TV em Florianópolis, Blumenau, Joinville, Centro-oeste, Chapecó e Criciúma. Ainda não foi dessa vez que a Serra Catarinense foi contemplada com uma afiliada da Rede Globo. Criou/adquiriu os jornais Diário Catarinense, Hora de Santa Catarina, A Notícia e Jornal de Santa Catarina (estes dois últimos, mais independentes que os demais) e as rádios CBN Diário, além das emissoras da Itapema e Atlântida em Santa Catarina.
          Em fevereiro de 1993, o grupo RBS compra o jornal Pioneiro, na cidade de Caxias do Sul, na serra gaúcha. Isso aumentou as dificuldades para o empresário Paulo Triches, dono da Enxuta, manter seu jornal, o Folha de Hoje, principal rival. A Rede Brasil Sul comanda os jornais Zero Hora, de Porto Alegre, Diário Catarinense, de Florianópolis, e Jornal de Santa Catarina, de Blumenau. Triches, que investiu 1,5 milhão de dólares par montar a Folha de Hoje em 1988, ainda amargava prejuízos com o jornal.
          No início de 2003, o executivo Pedro Parente, ex-chefe da Casa Civil do governo Fernando Henrique Cardoso, assumiu a principal função executiva do grupo gaúcho. Ele se deparou com um cenário complicado. A alta do dólar encarecia a aquisição do papel-jornal (principal insumo da empresa), quase todo importado. O endividamento atingia 170 milhões de dólares. Principalmente pelo êxito na renegociação da dívida, e corte de custos que resultaram no apelido "Pedro, mãos de tesoura", em 2005 o grupo já conseguiu números saudáveis.
          O grupo, comandado por Nelson Sirotsky, como presidente, controlava 55 veículos de comunicação, entre emissoras de rádio e televisão, jornais, além de portais na internet. Parente provou que, mesmo tendo até então trabalhado apenas no serviço público, podia dar conta do recado. Uma de suas funções no governo foi justamente renegociaras dívidas dos estados e gerir a crise do apagão.
          Seu principal desafio dali para frente era ajudar a RBS a crescer. Como afiliada da Rede Globo, a RBS tinha sua atuação geográfica restrita a Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mas a intenção era expandir. Um passo significativo já tinha sido dado: foi a compra da emissora de rádio paulista Nossa FM, em novembro de 2005, o que marcou a entrada do grupo no estado de São Paulo.
          Em 7 de março de 2016, foi anunciado, em Florianópolis, o fechamento do acordo entre os acionistas da RBS e os empresários Lírio Parisotto e Carlos Sanchez, juntamente com outros investidores, para a transferência de controle das operações de televisões, rádios e jornais que atuam sob a marca RBS em Santa Catarina. O início da tratativa do negócio teria ocorrido três anos antes e, nos últimos meses, as conversas foram retomadas. O negócio é considerado um dos maiores no ramo de mídia no Brasil nos últimos anos.
          Realizado na redação do Diário Catarinense, o anúncio teve a presença de representantes de diferentes gerações de acionistas da RBS: Nelson Sirotsky, o primeiro a comandar as operações da empresa em Santa Catarina; Pedro Sirotsky, que também esteve à frente da RBS no estado, e o presidente do grupo, Eduardo Sirotsky Melzer. No encontro, os novos proprietários, Parisotto e Sanchez, explicaram as razões da aquisição e se comprometeram a manter a independência editorial. Eles também anunciaram o nome de Mario Neves, atual diretor-geral da RBS TV Santa Catarina, como novo presidente das operações no estado. Já a RBS não dá a mínima ideia do por quê do negócio, apenas informa que vai concentrar seus negócios no estado natal da empresa.
          A aquisição surgiu a partir de uma associação dos novos proprietários para o desenvolvimento de negócios de mídia em Santa Catarina. Lírio Parisotto atua na área de mídia por meio de sua empresa Videolar e no setor de petroquímica a partir da Innova. Carlos Sanchez amplia o processo de diversificação de seus negócios, a partir do Grupo NC.
(Fonte:  revista Exame - 03.03.1993 / 30.08.2006 / jornal DC - Diário Catarinense - 07.03.2016 - partes)

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