Total de visualizações de página

6 de out. de 2011

Diesel

          O negócio Diesel nasceu da ideia de criar uma marca de jeans com apelo global. Em 1978, o italiano Renzo Rosso criou a grife juntamente com outros sócios. O nome foi escolhido justamente por seu apelo internacional - é conhecido nos quatro cantos do mundo e a pronúncia é a mesma em todas as línguas.
          Em 1985, Rosso assumiu o controle integral da Diesel, e cinco anos depois os jeans já eram distribuídos em butiques de 36 países. Em 1986, o empresário italiano deu sua tacada mais ousada: entrou no mercado americano. Instalou sua primeira loja em Nova York, exatamente em frente à maior loja da Leci's na cidade, numa evidente provocação. O sucesso dos jeans caríssimos e com aparência de anos de uso foi tão grande que o mercado americano tornou-se o maior da empresa.
          Rosso levou pouco mais de duas décadas para transformar uma fabriqueta de calças desbotadas com apelo underground em uma das mais prestigiadas grifes do mundo, presente em 80 países, com faturamento de 1,2 bilhão de dólares e capaz de vender 14 milhões de peças por ano (dados de 2006). As roupas são usadas por estrelas de cinema como Nicole Kidman, Gwyneth Paltrow e Brad Pit e, no Brasil, por celebridades como Rodrigo Santoro, Fernanda Lima e Carolina Dieckmann.
          A estratégia de divulgação da Diesel se apoia em publicidade provocativa e emuma enorme capacidade de causar alvoroço na imprensa. (Qualquer semelhança com as antigas campanhas da grife italiana Benetton não é mera coincidência. Assim como Luciano Benetton, Rosso gosta de chocar a plateia.)


Versão II
          Segundo os fundadores da empresa, o nome Diesel foi escolhido por ser escrito e pronunciado da mesma forma em vários países.
          Quando, no começo dos anos 1980, o italiano Renzo Rosso anunciou que queria vender calças jeans nos Estados Unidos por 250 dólares, as poucas pessoas que prestaram atenção no que ele disse riram. Sua confecção, a Diesel, era pequena, não tinha caixa para investir nem um estilista famoso cuidando das criações.
          Os americanos já tinham potências como a centenária Levi's e a Calvin Klein. Além de tudo isso, o máximo que se pagava por um par de calças nas lojas chiques de Nova York era 100 dólares, o que já parecia um preço alto o bastante. O grosso das vendas no mercado americano era de calças de 10 a 20 dólares.
          Quase 20 anos depois, a Diesel ganhou respeito no mercado e muito dinheiro no mundo dos negócios. Em 2003, a empresa faturou 730 milhões de euros. Enquanto a Levi's e outras empresas tradicionais do ramo patinavam, a ex-pequena confecção italiana vinha seguidamente registrando crescimento de dois dígitos.
          Sua fórmula não mudou. A Diesel continuou vendendo um dos jeans mais caros do mercado. No Brasil, por causa do impostos, um par de calças chegava a custar 300 dólares.
          A Diesel é uma das marcas mais conhecidas de uma nova geração de grifes que abriram uma frente de negócios num setor que não via novidades havia algum tempo. Análises divulgadas nos primeiros meses de 2004 destacaram que a tendência ia além do eixo Nova-York-Londres. Só a Diesel já tinha mais de 250 lojas pelo mundo e dava sinais de crescimento consistente.
          As peças publicitárias da Diesel são dirigidas a iniciados e são do tipo rebelde. Uma delas usou modelos obesos. Vez por outra, artistas famosos fazem aparições estratégicas vestindo roupas com a etiqueta da grife. Nessa área, tudo é meticulosamente bem cuidado desde os primeiros dias. Outro apelo da marca é que as calças são todas feitas na Itália, para garantir o padrão de qualidade.
          O curioso é que, no fundo, no fundo, não existem grandes novidades nessa história. Há diversos tipos de análise para explicar o bom desempenho da marca, mas nenhuma consegue chegar a uma conclusão. Para alguns analistas, é mais um daqueles casos raros de marcas que viram religião.
          A Diesel avançou também no Brasil. O faturamento era relativamente modesto considerando como base o ano de 2004, segundo o importador. Mas alguns número impressionavam. As vendas anuais por metro quadrado na loja do shopping Iguatemi, em São Paulo, chegavam a 80.000 dólares.
(Fonte: revista Exame - 21.07.2004)

Nenhum comentário: