O Bar Brahma de Curitiba foi fundado em 20 de abril de 1999. Foi criado anexo à fábrica da Brahma que funcionava no local, na Avenida Presidente Getúlio Vargas, 234, no Rebouças, antigo bairro industrial da capital. A casa tinha capacidade para 160 pessoas sentadas. Seu proprietário era o empresário paranaense João Guilherme Leprevost, nascido em 1975. A ideia de abrir o boteco dentro da fábrica foi do próprio Leprevost, para aproveitar um espaço que já tinha sido até cocheira, na época em que a cerveja era entregue em carroças.
Com o sinal verde da Ambev, partiu-se em busca de uma identidade para o lugar. "Faltavam bons bares à moda antiga em Curitiba", disse Leprevost. "O nosso veio resgatar a tradição dos botequins." A decoração da casa exibia peças antigas: fotos, engradados, canecas e até "bolachas" (suportes para copos), boa parte com a marca da Brahma.
Leprevost já tinha experiência em casas noturnas. Ele fundou a danceteria Kony's, o Plattea Café e o restaurante Divino Mestre, todos em Curitiba. Quando percebeu o potencial do novo negócio, vendeu sua participação nos outros três.
Hoje muito comum entre as cervejas artesanais, o Bar Brahma, junto à fábrica de Curitiba, teria sido o primeiro do Brasil.
Apesar de não estar localizado em locais mais apinhados de bares como o Largo da Ordem ou o Batel, por exemplo, o Bar Brahma foi um dos primeiros na cidade a instituir a tradição de happy hour.
Hoje muito comum entre as cervejas artesanais, o Bar Brahma, junto à fábrica de Curitiba, teria sido o primeiro do Brasil.
Apesar de não estar localizado em locais mais apinhados de bares como o Largo da Ordem ou o Batel, por exemplo, o Bar Brahma foi um dos primeiros na cidade a instituir a tradição de happy hour.
Nos dia 2 de agosto de 2001, Leprevost fez uma peregrinação por bares de São Paulo. Sentava, tomava um chope, dava uma olhada no ambiente e ia embora. O mesmo ritual se repetiu em 17 bares. Começou no início da tarde e se estendeu até a meia-noite. Seu roteiro "etílico", como ele mesmo disse, foi para se atualizar sobre o que havia de melhor nos bares paulistanos.
A Ambev desativou a fábrica em novembro de 2015, quando abriu outra unidade na cidade de Ponta Grossa a aproximadamente 100 quilômetros da capital paranaense. Mas o bar permaneceu. O terreno continuou sendo usado por alguns meses para abrigar um centro de distribuição e o setor comercial da cervejaria e toda a área foi doada pela Ambev, em abril de 2016, para o governo do estado, conforme protocolo de intenções assinado em 2013.
Ele era o único bar do Brasil com a certificação ISO 9001, sendo referência em oferecer o melhor em qualidade aos seus clientes. Recebeu o certificado ISO 9002 em julho de 2000. Também ganhou destaque internacional nos anos em que Curitiba foi sede do FIA WTCC – World Touring Car Championship e quando foi ponto de encontro escolhido pelos lutadores do UFC Curitiba.
Ele era o único bar do Brasil com a certificação ISO 9001, sendo referência em oferecer o melhor em qualidade aos seus clientes. Recebeu o certificado ISO 9002 em julho de 2000. Também ganhou destaque internacional nos anos em que Curitiba foi sede do FIA WTCC – World Touring Car Championship e quando foi ponto de encontro escolhido pelos lutadores do UFC Curitiba.
Sua clientela era bem diversificada e incluía empresários e políticos. Entre eles, nos primeiros anos do bar, o governador Jaime Lerner e o senador Roberto Requião, inimigos de longa data. "Por sorte nunca se encontraram", diz Leprevost, aliviado.
Desde o dia 25 de julho de 2018, a boemia curitibana não é mais a mesma. Agora, quem passa pela esquina da Getúlio Vargas com a João Negrão vê um cenário diferente do que o que ali esteve nos últimos 19 anos. Os fumantes que compartilhavam as calçadas se foram e já não se vê a recepção amigável aos clientes que chegavam. O Bar Brahma, tradicional reduto da vida noturna curitibana, não está mais ali.O bar reuniu, naquele clima ameno do dia da inauguração, desde os funcionários das fábricas vizinhas, até empresários que desejavam um local para o Happy Hour. Aliás, a diversidade da clientela sempre foi um dos marcos do Bar Brahma. Se a intenção era tomar um chope gelado, comer os petiscos tradicionais ou apenas acompanhar o futebol do balcão do bar, todos eram bem-vindos.
Com o fechamento da casa, restam as lembranças nas mentes saudosas dos que eram frequentadores assíduos. Em 19 anos de história, não faltam lembranças sobre títulos conquistados no futebol paranaense, nacional e mundial, amizades criadas entre um chope e outro, disputas entre bebedores de caipirinha e até mesmo casamento entre funcionários do bar.
A boa notícia foi que quem estava saudoso pôde ter uma parte do Bar Brahma para guardar de recordação. Nos dias 1, 2 e 3 de dezembro de 2018, o Bar Brahma fez, na Usina 5, um bazar para vender todos os utensílios e móveis. Foi possível comprar canecas, copos, louças e toda a decoração do bar. Além disso, o bazar foi uma ótima oportunidade para proprietários de bares e restaurantes que desejassem adquirir equipamentos e utensílios de cozinha, por exemplo.
Segundo Leprevost, proprietário do bar e organizador do bazar, a intenção principal foi evitar que objetos com tanto valor afetivo para ex-funcionários e clientes fossem esquecidos em algum depósito: “Nós queremos que toda a história que esses objetos representam possa continuar acontecendo nas casas dos frequentadores do bar e até mesmo em outros bares da cidade. O bar fechou, mas o afeto que nutrimos pela sua história é eterno”.
(Fonte: revista Exame - 22.08.2001 / jornal Tribuna do Paraná - 04.11.2015 / jornal Gazeta do Povo online - 20.04.2017 / Curitiba Cult - 30.11.2018 - partes)
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