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6 de out. de 2011

Gazeta do Povo

          Fundado em fevereiro de 1919, o jornal Gazeta do Povo, fundado em Curitiba, teve como seu primeiro assinante o curitibano Mário Caron, nascido em março de 1889. Caron carregou ao longo da vida, o reconhecimento de ser o primeiro assinante da Gazeta. Seu gesto influenciou gerações de descendentes que, até hoje, lembram-se com carinho do valor que o patriarca dava à educação, à cultura e à liberdade de expressão.
          Parem as máquinas! Em 31 de maio de 2017, a frase de efeito poderia ter sido proferida na sede do jornal Gazeta do Povo, o principal diário de Curitiba. Mas, ao contrário do uso do mais batido jargão da imprensa, quando alguém descobre um erro na edição que está sendo impressa, nesse caso seria em definitivo.
           O periódico virou notícia porque decidiu substituir sua edição em papel pela versão digital. Com isso, transformou Curitiba na primeira grande capital brasileira a deixar de possuir um diário com 100.000 leitores ou mais por semana. A Gazeta do Povo tomou esse rumo porque decidiu apostar tudo na era virtual. Para tanto, conta com investimentos na casa dos 23 milhões de reais.
           Ao mesmo tempo que inova no cenário nacional, a Gazeta, integrante do Grupo Paranaense de Comunicação - também detentor de emissoras afiliadas à Rede Globo -, mira-se em modelos internacionais para realizar a transição do seu negócio. Vale-se sobretudo, de experiências realizadas nos Estados Unidos, mercado que serve de farol para as mudanças no setor. Em 1997, 12% dos americanos consumiam notícias on-line. Em 2017, 81%.
           Sem a Gazeta do Povo em papel, que tem 360.000 leitores semanais, a capital paranaense vai mexer com esses números - nas bancas da cidade, o jornal de maior circulação será o Tribuna do Paraná, com 80.000 leitores de segunda a domingo.
           O consultor americano Rick Edmonds, do The Poynter Institute, referência nos Estados Unidos em análise de negócios de mídia, fez uma previsão taxativa: "Para os jornais, é inevitável a migração do impresso para o digital. Em cinco anos, não serão mais vistos muitos diários nas bancas". Edmonds ressalta, entretanto, que isso não significará o fim das marcas tradicionais. "Os ingredientes para o sucesso continuarão a ser o conteúdo de qualidade somado à forte identidade editorial. Os que mantiverem esses valores, durante a passagem para esta era digital, continuarão fortes", completou o consultor.
           Aos curitibanos, uma certeza: não mais verão, aos domingos, a foto colorida e chamativa, em sua primeira página.
(Fonte: revista Veja - 03.05.2017 / Gazeta do Povo - 25.02.2021 - partes)

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