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2 de out. de 2011

Time Warner (Time Inc. + Warner Brothers)

Warner Brothers
          Depois que a Warner Brothers produziu o primeiro filme falado em 1927, outros fizeram o mesmo. Os estúdios, porém, não eram à prova de som, por isso as filmagens levavam muito tempo. Sam Jaffee, da RKO, sugeriu ao estúdio que se filmasse à noite, no silêncio. O sistema resultou em grande vantagem sobre a concorrência.
          O esfuziante nova-iorquino Steven J. Ross começou sua carreira na empresa do sogro, uma agência funerária. Depois, saltou para o aluguel de limusines, estacionamentos, limpeza de prédios, segurança, construção, revistas em quadrinhos, distribuição em bancas, aluguel de câmeras profissionais de filmagens, banco, livros de bolso, informática, agência de talentos em Hollywood e, finalmente, o sonho dourado, a produção de filmes. O alucinado conglomerado tinha 160 empresas de prestação de serviços até o momento em que Ross, the Boss, comprou a então decadente Warner e restaurou a sua glória.

Time-Life
          Henry Robinson Luce (1998-1967) era considerado em seu tempo o homem mais poderoso dos Estados Unidos depois dos presidentes. Jornalista puritano e inovador, filho de um pastor evangélico, passou parte de sua vida na China e, na volta, depois de Yale, concebeu e/ou celebrizou 3 pilares da imprensa contemporânea - a revista semanal de informações (Time), o quinzenário fotográfico acompanhado de grandes textos (Life) e o mensário refinado sobre economia e negócios (Fortune).
          A mais conhecida empresa jornalística dos EUA, e cujo negócio sempre foi news, notícias e informação - matérias primas altamente sofisticadas -, depois da morte de Luce fez a dramática opção pela verticalização, deu o salto para o alto. Mudou de ramo e de quilate.
          
Time Warner
          A disputa foi espetacular. Era 1989. De um lado, a Time Inc., a maior empresa editorial dos Estados Unidos, em cujo portfólio brilhavam títulos como Time, Sports Illustrated e Fortune. Do outro, a Paramount, um colosso das comunicações que fazia 5 bilhões de dólares por ano. No meio, a presa cobiçada por ambas as corporações - a Warner Brothers, dona do maior acervo de filmes do mundo. Ganhou a parada, afinal, a Time Inc., sob o comando astuto e firme de Richard Munro, o principal executivo da empresa.
          Munro fez uma carreira nota 10 na Time Inc., onde entrou em 1957. Depois de passar por várias publicações do grupo, tornou-se, em 1986, o presidente da empresa.
          A companhia que Munro passou a dirigir recebeu um nome composto, Time Warner, e o maior faturamento entre todas as empresas de comunicação do mundo.
          A fusão da Warner com a Time, entretanto, converteu-se em um caso clássico de despersonalização empresarial: a adquirida (Warner) dominou os adquirentes (Time). |Todos cresceram r todos ficaram um pouco piores. A diversificação incontrolada afetou s mstriz, corrompeu a sua grife e alterou a natureza dos seus produtos. Uma vertiginosa metamorfose do império jornalístico Time-Life no gigantesco conglomerado de entretenimento chamado Time Warner Inc.
          Aconteceu de tudo: fulminantes ascensões, humilhantes defenestrações e, sobretudo, comissões e prêmios de milhões de dólares cobrados pelos altos executivos envolvidos na transação e arbitrados pelos próprios sem consulta aos acionistas. Virou - até nos tribunais - uma caso já clássico em que os interesses dos executivos prevaleceram sobre a vontade dos acionistas. Momento supremo do capitalismo sem capitalistas, friforó empresarial à altura de um velho western classe B da Warner.
          Em 1996, a Time Warner adquire a Turner Broadcasting, do empresário Ted Turner. Seu filho Teddy cuidava das vendas de vídeos da Turner, operação que seria encampada pela Warner Bros., da Time Warner.
(Fonte: revista Exame - 25.12.1989 / 23.10.1996 / 20.11.1996 / Inovação e Mudança HSM - partes)

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