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30 de out. de 2011

Banco Credit Suisse

          O banco Credit Suisse foi fundado em 1856.
          Em 1997, foi admitido no banco Antonio Quintella, carioca, nascido em 1966, quando o Credit Suisse, no Brasil, não passava de um escritório de representação.    
          Em 1998, o Credit Suisse comprou o banco Garantia, do empresário Jorge Paulo Lemann.      Quando Quintella assumiu o banco, o Credit Suisse era uma cópia piorada do velho Garantia - um banco dominado pelos operadores de mesa, especialistas em comprar e vender títulos.
          Quintella percebeu que, com a estabilidade e o crescimento econômico, a maior fonte de receitas do banco seria a assessoria a empresas em aberturas de capital ou fusões, e não a mesa. Anteviu, em 2003, que uma onda de aberturas de capital estava a caminho. E, para isso, seria necessário transformar a cultura do banco.
          Em 2004, contratou um veterano do Garantia e outro workaholic assumido, José Olympio Pereira, para chefiar a área. Ambos mantiveram traços fundamentais do Garantia, como a competição interna e a remuneração atrelada ao desempenho individual.
          Com um estilo de trabalho infernal, Quintella transformou o Credit Suisse numa máquina de ganhar dinheiro no Brasil.
          A recompensa, sem dúvida, veio, como os fantásticos bônus acumulados pelos funcionários do banco demonstram - mas o histórico do lado dos investidores é mais duvidoso. Dezenas de empresas que foram à bolsa de 2004 a 2010 deram retornos sofríveis (esse pecado, vale dizer, é compartilhado por diversos bancos que protagonizaram a farra dos IPOs em 2006 e 2007).
          A agressividade da equipe de Quintella deu origem à polêmica estratégia dos empréstimos pré-IPO, que engordavam as empresas antes da ida à bolsa e acabavam, em alguns casos, por sufocá-las depois. Por fim, Quintella carregará em seu currículo a operação mais escandalosa da história recente do mercado de capitais brasileiro, a abertura de capital da Agrenco, coordenada pelo Credit Suisse - e que levou seus controladores à prisão por suposta fraude e transformou o dinheiro dos investidores em pó.
          Em 2006, Quintella tornou o Credit Suisse uma das mais importantes gestoras de recursos do país com a aquisição da Hedging-Griffo. O Credit Suisse pagou 635 milhões de reais por 50% das ações mais uma. Somente em novembro de 2007, dez meses após o anúncio do negócio, a venda foi aprovada pelo Banco Central - e os sócios puderam brindar, na sede do banco de investimento localizado na avenida Faria Lima, então novo coração financeiro de São Paulo, o nascimento oficial do Credit-Suisse Hedging-Griffo.
          Os resultados colhidos em 2007 mostraram, em grande medida, por que a butique era considerada uma das joias do mercado brasileiro. Sua área de private, uma das maiores do país, era ambicionada por vários grandes bancos de investimento. Para o Credit Suisse, antes quase irrelevante nesse mercado, a operação encaixava como uma luva. De janeiro a outubro daquele ano, já atuando em conjunto com o 
Credit Suisse, a Hedging-Griffo viu o volume total de ativos sob sua administração passar de 20 bilhões para 36 bilhões de reais.
          Grande sinergia era esperada, e se concretizou, porque o Credit Suisse, uma referência em aberturas de capital na Bolsa de Valores de São Paulo, não tinha um braço de gestão de fortunas de grande porte nem uma gestora de fundos com ênfase em renda variável, como era o caso da Hedging-Griffo. Até o final de 2006, os empresários que abrissem o capital pelas mãos dos suíços acabavam levando o dinheiro levantado no IPO para a concorrência administrar. Com a compra da Hedging-Griffo, o banco passou a ter um bom argumento - o histórico de sucesso da gestora - para manter os 
recursos sob seus cuidados.
          Do ponto de vista de Stuhlberger e dos demais sócios da Hedging-Griffo, a associação com um grande banco estrangeiro foi avaliada como a melhor alternativa para enfrentar o processo de internacionalização que, de acordo com eles, deveria se materializar no Brasil dentro de alguns anos. Stuhlberger é referenciado por alguns acertos em momentos decisivos do mercado local - ele apostou na desvalorização do real em 1999, por exemplo. Seu fundo HG Verde rendeu 38% ao ano desde que foi lançado, em janeiro de 1997, até fins de 2007. Quem aplicou 1 milhão de reais naquela data teria quase 33 milhões nesse período de pouco mais de uma década.
          Em 2014, o Credit Suisse comprou a Verde, quando Luis Stuhlberger saiu do grupo para fundar a própria gestora.
          No final de junho de 2020, em plena quarentena, o Credit Suisse no Brasil, sob a presidência de José Olympio Pereira fechou acordo para aquisição de até 35% do Modalmais. O negócio avalia o banco digital em cerca de R$ 5 bilhões e será concretizado por meio do exercício de opções, que preveem a compra de ações pertencentes ao dono, Diniz Ferreira Baptista, e a outros sócios como os co-CEOs Cristiano Ayres e Eduardo Centola. O valor da operação não foi revelado, mas não haverá entrada de caixa para o Modalmais, que no futuro pode levantar capital por meio de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), segundo Ayres. 
          As conversas para a aliança, começaram no fim de 2019, em meio à convicção de que os juros permaneceriam baixos no Brasil e que o investidor prosseguiria na sua busca de alternativas de maior retorno, aceitando mais risco e abrindo mão de liquidez. E se aceleraram sob o inesperado quadro da pandemia de covid-19 — com políticas forçadas de isolamento social e uso intensivo da tecnologia.
          Na transação entre Credit Suisse e Modalmais  há um ponto de interconexão histórico. Diniz Baptista, principal acionista do Modalmais, foi sócio do antigo Garantia. Saiu pouco antes de o banco de investimentos ser comprado pelo grupo suíço em 1998.
          Considerando junho de 2020, o Modalmais tem 970 mil clientes e cerca de R$ 10 bilhões sob custódia. Atende um público que faz aplicações a partir de R$ 30 (títulos públicos), R$ 100 (fundos), até fundos exclusivos, com R$ 50 milhões. Atua numa linha abaixo do restrito clube dos milionários do Credit Suisse — com fortunas a partir de R$ 5 milhões. 
          Em 19 de março de 2023, o UBS concordou em fechar a compra do Credit Suisse depois de aumentar sua oferta para mais de US$ 3 bilhões. O acordo foi fechado em 3 bilhões de francos suíços, US$ 3,23 bilhões. As negociações aceleraram um dia antes, dia 18, com todos os lados pressionando por uma solução que pudesse ser executada rapidamente após uma semana em que os clientes retiraram dinheiro e as contrapartes desistiram de algumas negociações com o Credit Suisse.
          Mais de 1.700 acionistas do Credit Suisse se reuniram em uma arena em Zurique na manhã de 4 de abril de 2023, para o que equivale a um velório para seu banco de 167 anos, que concordou em março de 2023 em se vender para seu arquirrival, o UBS, a pedido de reguladores do governo. Os executivos reconheceram a raiva e a decepção com o destino do banco, que o DealBook (NY Times) ouviu refletido em perguntas agudas e muitas vezes emocionais de vários acionistas na reunião. “Esta será nossa última assembleia geral ordinária”, disse Ulrich Körner, CEO do Credit Suisse, à multidão. “Tenho certeza de que não preciso dizer que estou profundamente triste com isso.”
          Em 6 de dezembro de 2023, a Credit Suisse informou que o Pátria Investimentos comprou a Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG) – gestora de fundos imobiliários controlada pelo Credit Suisse no Brasil.
(Fonte: revista Exame - 21.11.2007 / 03.11.2018 / Valor - 23.06.2020 / 20.03.2023 / NY Times - 04.04.2023 / Infomoney - 06.12.2023 - partes)


German version:
          1856 wurde die „Schweizerische Kreditanstalt“ als Vorläuferin der heutigen Credit Suisse in Zürich gegründet. Die Bank finanzierte im 19. Jahrhundert den Ausbau des schweizerischen Eisanbahnnetzes und unterstützte die Industrialisierung des Landes. Mit Eröffnung einer Niederlassung in New York im Jahr 1870 begann die internationale Expansion, weitere Niederlassungen in Paris, London, Buenos Aires, Hongkong und Bahrain folgten. Heute ist die Credit Suisse in 40 Ländern mit Schwerpunkten in Europa, Nordamerika, Afrika und dem Nahen Osten aktiv.
          Die Hauptgeschäftsfelder der Credit Suisse sind neben dem Firmen- und Privatkundengeschäft Dienstleistungen und Produkte im Anlagebereich, Investmentbanking sowie Finanzierungen für institutionelle Kunden im staatlichen und staatsnahen Bereich. Die bedeutendsten Mitbewerber der Credit Suisse sind HSBC, Bank of America, Citigroup, Barclays und UniCred.
(Fonte: Europas Erstes Finanzportal Boerse.de)

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