A Caramuru Alimentos é uma das maiores processadoras de grãos de controle brasileiro. Foi fundada em 1964 em Maringá (PR), e é presidida por Alberto Borges de Sousa, nascido em 1951, o mais novo entre os quatro irmãos Borges de Souza e o primeiro a começar a trabalhar na empresa criada pelo pai, o dentista prático Múcio de Souza Rezende.
Em 1950, saindo de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Múcio, a mulher e os quatro filhos tomaram o rumo do norte do Paraná. Por vários anos, ele prestou serviços mudando de cidade em cidade para fugir da fiscalização do Conselho Regional de Odontologia (Múcio não possuía diploma e, portanto, estava proibido de exercer a profissão.
Após juntar algum dinheiro, resolveu tentar a sorte em outro ramo: abriu, em sociedade com um irmão, uma torrefação de café na rua Caramuru, na cidade paranaense de Maringá. A marca escolhida para batizar o café, a Inca, nunca pegou no mercado. "Como todo mundo dizia que ia comprar na torrefação da Caramuru, o endereço acabou identificando a empresa", diz Cesar.
Em 1964, Múcio desfez a sociedade com o irmão, conservou o nome da empresa e entrou num novo negócio, o comércio de milho. Pouco tempo depois, a Caramuru começou a processar farelo e a exportá-lo para a Europa. No mercado doméstico, investindo em pesquisa para ter variedades do cereal mais próprias para industrialização, passou a fornecedora de fabricantes de alimentos e bebidas. Assim, a empresa se tornou a maior do ramos do milho no país.
Em 1973, transferiu sua matriz para Apucarana, também no Paraná. A migração para o Centro-Oeste começou em 1975, quando Múcio percebeu que o milho de Goiás apodreceria no pé por falta de armazéns. Em 1975 abriu uma unidade na goiana Itumbiara, onde dois anos depois inaugurou uma fábrica de óleo bruto de gérmen de milho e farelo peletizado. Era o primeiro salto, marcado pelo lançamento da marca Sinhá, em 1979.Aos poucos a Caramuru espalhou pela região 46 silos para armazenar os grãos. A eles se seguiu, em 1980, a montagem de uma processadora em Itumbiara (GO).
Até meados dos anos 1980, a Caramuru dedicava-se apenas à comercialização de milho. Foi com a decisão de investir no mercado de soja no Centro-Oeste que ela tomou impulso.
Em 1986, foram abertas fábricas de pré-cozidos de milho, óleo degomado e farelo de soja em Itumbiara, e em 1988, ano em que o fundador da empresa faleceu, foi instalada uma unidade de produção de floculados de milho em Apucarana. Desde a morte do fundador, Cesar e o irmão Alberto tocam juntos o negócio.
Outro salto estava em curso, concluído com a inauguração de um novo complexo de produção em Itumbiara, em 1992, e com a abertura da processamento de soja de São Simão, em 1995.
Em 2006, a Caramuru iniciou a produção de biodiesel à base de soja, ampliada em 2010. Inicialmente rentável, o segmento ficou menos atraente nos últimos anos, em parte por conta da manutenção da mistura obrigatória no diesel em 5% - a indústria pedia pelo menos 7% - e da grande capacidade ociosa existente no país por causa da restrição à demanda.
Com 40% de participação na empresa, Alberto acumula também o cargo de presidente do conselho. César, nascido em 1948, detém outros 13%. O restante é pulverizado entre a mãe, irmã e netos, totalizando 16 sócios.
Com sede em Itumbiara, a Caramuru opera em 73 armazéns no país e tem fábricas de processamento de grãos em Mato Grosso, Goiás e Paraná, além de terminais portuários em Santos, Vitória e em Santana, no Amapá.
Em 2017, a empresa faturou R$ 3,8 bilhões e processou 1,83 milhão de toneladas de soja, 240,3 mil toneladas de milho e 42,1 mil de girassol. Registrou receita operacional líquida de R$ 4 bilhões em 2018.
A Caramuru produz desde óleos vegetais e farinhas a lecitina e proteínas concentradas de soja.
(Fonte: revista Exame - 20.02.2002 / jornal Valor - 14.03.2014 / 22.01.2018 / 05.04.2019)
Em 2017, a empresa faturou R$ 3,8 bilhões e processou 1,83 milhão de toneladas de soja, 240,3 mil toneladas de milho e 42,1 mil de girassol. Registrou receita operacional líquida de R$ 4 bilhões em 2018.
A Caramuru produz desde óleos vegetais e farinhas a lecitina e proteínas concentradas de soja.
(Fonte: revista Exame - 20.02.2002 / jornal Valor - 14.03.2014 / 22.01.2018 / 05.04.2019)
Nenhum comentário:
Postar um comentário