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31 de out. de 2011

Avianca

          O primeiro contato dos irmãos José e Germán Efromovich com a aviação foi por conta de uma dívida. Para não receber um calote, receberam dois aviões como pagamento. Com eles, transportavam funcionários das petrolíferas para Macaé, no norte do Estado do Rio de Janeiro, e a Ocean Air nasceu em 2002.
          Para gerenciar os negócios, Germán fundou, em 2003, o Synergy Group Corp., uma holding industrial sul-americana. O grupo já atuou em ramos distintos como aviação, produção de petróleo e gás, geração de energia, construção e área médica. Emprega mais de 15 mil pessoas, principalmente no Brasil, Colômbia e Equador.
          Germán Efromovich comprou a Avianca, uma companhia colombiana que estava na falência, em 2004. Fundiu-se com a Taca, de El Salvador, cinco anos mais tarde. A Taca era controlada pela Kingsland Holding Limited, que continua sendo uma das acionistas minoritárias.
          Em 2010, a Ocean Air passou a usar o nome fantasia Avianca Brasil. Seu nome original continua sendo usado para fins jurídicos. Mesmo com a mudança de nome, a empresa brasileira continua operando separadamente da colombiana.
          Em 2017, os empresários montaram um grupo de trabalho para estudar (novamente) a união dos negócios. Em abril de 2018, eles adiaram (mais uma vez) o projeto de fusão por pelo menos 18 meses.
          A Avianca (Colômbia) foi fundada em 1919. Especializada no transporte de passageiros e carga, atende de forma direta 108 destinos em 26 países da América e Europa, a bordo de uma moderna frota de 189 aeronaves de curto, médio e longo alcance.
          Já a Avianca Brasil atende 26 destinos domésticos e 4 no exterior com 290 decolagens diárias, utilizando 55 aviões da Airbus. Desde 2010, começou um processo de expansão internacional e passou a oferecer rotas diárias para Miami, Santiago e Nova Iorque, além de nova rota para Bogotá, possuindo, em setembro, 48 aeronaves em operação por meio de arrendamento operacional.
          A Avianca (Brasil) protocolou na noite de 10 de dezembro de 2018 o pedido de recuperação judicial na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. Com essa medida ela não perde aviões. O valor da dívida, segundo a lista de credores anexada ao processo, é de R$ 493,9 milhões.
          Em março de 2019, imersa em dificuldades financeiras, a Avianca Brasil começa o processo de tentar vender seus ativos. Inicialmente, houve tratativas com a Azul, mas o negócio não evoluiu. E seriam só os ativos mesmo - os passivos, a parte podre, ficaria de fora do negócio. O que entraria no negócio é o Certificado de Operador Aéreo da companhia, os slots de pouso e decolagem e 30 aeronaves A320. Por 105 milhões de dólares, é simplesmente uma pechincha.
          A operação acima foi abortada e marcado leilão dos ativos da Avianca Brasil para 7 de maio. Os 75 slots no segundo aeroporto mais movimentado do país (Congonhas) são o centro da briga pública da Azul, da Gol e da Latam pelo espólio da Avianca, cuja dívida chega a 2,7 bilhões de reais.
          Em meados de março de 2019, a companhia encerrou a rota que ligava Juazeiro do Norte a Brasília. Em 1º de abril de 2019, a Avianca encerra as suas bases nos aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, de Petrolina (PE) e de Belém. Também em abril encerra uma rota entre Juazeiro do Norte (CE) e São Paulo. A empresa cancelou quase todas as rotas que partiam de Salvador, mantendo apenas as que ligam a capital baiana a Guarulhos e São Paulo (via aeroporto de Congonhas).
          A empresa já havia anunciado que encerraria voos internacionais para Miami e Nova York, nos Estados Unidos, Bogotá, na Colômbia, e Santiago, no Chile.
          A Avianca Brasil passa a operar com 26 aviões e 23 destinos. A greve de 17 de maio de 2019 joga a empresa literalmente no chão.
          Em 24 de maio de 2019, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu cautelarmente todas as operações da Avianca Brasil. Em nota, a agência informou que todos os voos ficarão suspensos até a empresa, que está em recuperação judicial, comprovar capacidade para manter as operações em segurança. A decisão foi tomada após informações recebidas pela área de segurança operacional da Anac.
          A Justiça de São Paulo decretou em 14 de julho de 2020 a falência Avianca Brasil a pedido da própria empresa, que tinha dívidas superiores a R$ 2,7 bilhões. A companhia estava em recuperação judicial desde dezembro de 2018.          A Avianca Holdings (colombiana) reúne Avianca, Tampa Cargo, Aerolíneas Galápagos (Aerogal) e Taca.
(Fonte: revista Exame - 02.05.2018 / jornal Valor - 12.12.2018 Exame.com-msn 12.12.2018 / Nord Research - 11.03.2019 / Valor - 26.03.2019 / Exame - 01.05.2019 / Época Negócios - 24.05.2019 / Valor - 02.01.2019 / ValorInveste - 15.07.2020 - partes)

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