Unigel

           Uma das mais tradicionais petroquímicas brasileiras, a Unigel foi fundada por Henri Slezynger, em 1966.

          Nos anos de 2014 e 2015, o grupo reestruturou dívida de US$ 400 milhões. Mas, veio a crise econômica brasileira logo em seguida, com aumento de juros, o que fez o grupo conviver por mais tempo com débitos, impossibilitando novos investimentos. O grupo profissionalizou sua administração com a contratação do executivo Reinaldo Kröger.
          Como uma segunda alternativa para equalizar a dívida, no final de 2017 o grupo vendeu a Polo Films, uma produtora bio-orientada de polipropileno (BOPP, na sigla em inglês) para o fundo de investimento Geribá.
          A Unigel continua sendo controlada pela família Slezynger, e Henri continua ocupando cadeira no conselho de administração.
          O grupo opera seis fábricas em São Paulo, Bahia e México.

          Em janeiro de 2021, a Unigel estava prestes a colocar em operação a primeira das duas fábricas de fertilizantes nitrogenados arrendadas da Petrobras no fim de 2019, marcando sua entrada no agronegócio. No primeiro ano de operação, a Unigel Agro ampliará em 50% a receita total da companhia, estimada em cerca de R$ 3,3 bilhões em 2020, além de elevá-la à posição de importante fornecedora local de ureia e amônia (dois ingredientes essenciais de fertilizantes), substituindo importações.

          Em fins de setembro de 2021, a Unigel e a Casa dos Ventos, assinaram um contrato de compra de energia de 20 anos avaliado em mais de R$ 1 bilhão. O primeiro acordo da petroquímica brasileira para uso de energia eólica viabiliza a construção do projeto Babilônia Sul de 360 megawatts, na Bahia.

          Em 26 de julho de 2022, a Unigel anunciou o investimento de cerca de R$ 650 milhões no projeto de construção do centro de operações com a primeira fábrica de hidrogênio verde no Brasil. Será instalada em Camaçari (BA), e deve começar a funcionar no final de 2023. O plano é produzir 10 mil toneladas do produto ao ano.

          O grupo é o maior produtor de acrílicos e estirênicos da América Latina e o maior produtor de ureia do país.

          Depois de suspender as operações na fábrica de fertilizantes (Fafen) de Sergipe, a Unigel, em junho de 2023, também hibernou temporariamente a unidade fabril de Camaçari, na Bahia.
          Em fins de 2025, a família Slezynger estaria prestes a se desvincular completamente da estrutura acionária da Unigel. Após cerca de três anos de dificuldades financeiras — período em que a retração do ciclo petroquímico coincidiu com um período de grandes investimentos para a expansão dos negócios — a empresa vendeu ativos e renegociou dívidas, mas essas medidas se mostraram insuficientes.
          Já tendo sofrido diluição em uma reestruturação extrajudicial e ainda detendo 50% da empresa, espera-se que os Slezynger cedam sua participação restante aos credores como parte de um plano de recuperação judicial que busca reestruturar R$ 17,5 bilhões em dívidas, segundo apurou o jornal Valor. Esse valor reflete a soma dos passivos das empresas do grupo. Excluindo as dívidas intercompanhias, o montante cai significativamente.
          A nova reestruturação, que resultaria na saída da família, prioriza a preservação da empresa em vez da proteção dos acionistas. Dependendo da extensão da nova diluição, os Slezynger seriam completamente excluídos do negócio fundado há quase 60 anos.
          Documentos judiciais mostram que o pedido de recuperação judicial, aceito pelos tribunais em outubro de 2025, também lista R$ 1,98 bilhão em créditos prioritários, elevando o passivo total para R$ 19,5 bilhões.
          Em janeiro de 2025, a Unigel concluiu uma reestruturação extrajudicial de cerca de R$ 4 bilhões, relacionada principalmente a obrigações com detentores de títulos. Os credores que aderiram ao plano extrajudicial injetaram US$ 100 milhões em novos recursos na empresa e adquiriram uma participação de 50%, diluindo a participação da família Slezynger, que antes detinha 100% do negócio.
          Nesse contexto, a Unigel fechou fábricas de acrílicos e, no setor de estirênicos — seu principal negócio —, opera com aproximadamente 60% da capacidade.
(Fonte: jornal Valor - 10.12.2018 / 26.01.2021 / Época Negócios - 25.07.2022 / Valor - 23.05.2023 / 27.06.2023 / 18.12.2025 - partes)