A rede Ponto Frio foi inaugurada em 1950, no Rio de Janeiro. Em 1987, a rede transferiu sua sede do Rio de Janeiro para São Paulo e, a partir daí, fez disparar o número de lojas, levando a cabo uma importante etapa de seu planejamento estratégico.
Olhando-se o panorama de abril de 1992, a Lojas Ponto Frio estava em fase de expansão e já tinha efetuado aquisições de empresas já estabelecidas no mercado, tais como a J.H. Santos, Kit Eletro e de 81 pontos de venda da rede Disapel, passando com isso a liderar o ranking do setor de varejo eletroeletrônico em número de lojas.
No final de abril de 1992, num momento em que a maioria das empresas jogava na retranca, à espera de dias melhores, a Globex Utilidades S.A., proprietária da rede de eletrodomésticos Ponto Frio Bonzão foi ao ataque. Comprou a rede de lojas Casas Buri, com 110 lojas, uma de suas mais tradicionais concorrentes.
O preço e as condições de pagamento foram guardados como segredo de Estado pelos dois lados. Especialistas do setor, entretanto, calculam que os valores devem ter variado entre 20 e 30 milhões de dólares. Era muito dinheiro, principalmente numa época de queda de vendas no comércio.
Com o negócio recém-concluído, o Ponto Frio deu uma passo decisivo em direção à meta de se fortalecer em São Paulo. Até então, tinha apenas 22 lojas na Grande São Paulo. Com a rede Buri, adicionou 35 unidades na capital e outras 31 no interior. Consolidou-se também no Paraná e em algumas cidades do Centro-Oeste.
A incorporação foi certamente delicada. As duas empresas tinham características diferentes. O Ponto Frio era, de longe, a principal empresa do grupo Globex, que incorporava outros pequenos negócios, como o banco Investcred. Empresa de capital aberto, com ações negociadas em bolsa, o Ponto Frio tinha seu controle concentrado nas mãos de três pessoas: Carlos Monteverde, com 38%, Lily Safra, mulher do banqueiro Edmond Safra, do banco Safra, com 32%, e Simon Moussa Aloum, principal executivo do grupo, com 16%. Uma empresa de participações, a Parvest, detinha 7%, e outra parcela igual estava em poder do público.
O namoro entre as duas partes era antigo. Nos três anos anteriores ao negócio houve várias sondagens. "Desta vez a família considerou a proposta mais interessante", disse Salvatore Del' Aquila, gerente de propaganda da Buri. Entre os acertos estava a garantia de que nenhum dos 1.500 funcionários da Buri seria demitido. Até mesmo o filho de Mário, Mario Bussab Júnior, que ocupava a diretoria comercial, seria aproveitado na Ponto Frio.
Surgiu daí um gigante do setor comercial, com mais de 210 pontos-de-venda, faturamento anual de 700 milhões de dólares e 6.000 funcionários. Uma estrutura capaz de disputar a liderança do mercado com a Lojas Arapuã.
Tempos depois o Ponto Frio foi colocado à venda. No fim de 2008, a BTG, de André Esteves, esteve perto de comprar o controle, mas a oferta, porém, foi recusada por Lily Safra, então acionista majoritária da rede.
Olhando-se o panorama de abril de 1992, a Lojas Ponto Frio estava em fase de expansão e já tinha efetuado aquisições de empresas já estabelecidas no mercado, tais como a J.H. Santos, Kit Eletro e de 81 pontos de venda da rede Disapel, passando com isso a liderar o ranking do setor de varejo eletroeletrônico em número de lojas.
No final de abril de 1992, num momento em que a maioria das empresas jogava na retranca, à espera de dias melhores, a Globex Utilidades S.A., proprietária da rede de eletrodomésticos Ponto Frio Bonzão foi ao ataque. Comprou a rede de lojas Casas Buri, com 110 lojas, uma de suas mais tradicionais concorrentes.
O preço e as condições de pagamento foram guardados como segredo de Estado pelos dois lados. Especialistas do setor, entretanto, calculam que os valores devem ter variado entre 20 e 30 milhões de dólares. Era muito dinheiro, principalmente numa época de queda de vendas no comércio.
Com o negócio recém-concluído, o Ponto Frio deu uma passo decisivo em direção à meta de se fortalecer em São Paulo. Até então, tinha apenas 22 lojas na Grande São Paulo. Com a rede Buri, adicionou 35 unidades na capital e outras 31 no interior. Consolidou-se também no Paraná e em algumas cidades do Centro-Oeste.
A incorporação foi certamente delicada. As duas empresas tinham características diferentes. O Ponto Frio era, de longe, a principal empresa do grupo Globex, que incorporava outros pequenos negócios, como o banco Investcred. Empresa de capital aberto, com ações negociadas em bolsa, o Ponto Frio tinha seu controle concentrado nas mãos de três pessoas: Carlos Monteverde, com 38%, Lily Safra, mulher do banqueiro Edmond Safra, do banco Safra, com 32%, e Simon Moussa Aloum, principal executivo do grupo, com 16%. Uma empresa de participações, a Parvest, detinha 7%, e outra parcela igual estava em poder do público.
O namoro entre as duas partes era antigo. Nos três anos anteriores ao negócio houve várias sondagens. "Desta vez a família considerou a proposta mais interessante", disse Salvatore Del' Aquila, gerente de propaganda da Buri. Entre os acertos estava a garantia de que nenhum dos 1.500 funcionários da Buri seria demitido. Até mesmo o filho de Mário, Mario Bussab Júnior, que ocupava a diretoria comercial, seria aproveitado na Ponto Frio.
Surgiu daí um gigante do setor comercial, com mais de 210 pontos-de-venda, faturamento anual de 700 milhões de dólares e 6.000 funcionários. Uma estrutura capaz de disputar a liderança do mercado com a Lojas Arapuã.
Tempos depois o Ponto Frio foi colocado à venda. No fim de 2008, a BTG, de André Esteves, esteve perto de comprar o controle, mas a oferta, porém, foi recusada por Lily Safra, então acionista majoritária da rede.
Em 2009, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) compra a Globex, dona do Ponto Frio. Em 2010, o GPA compra a rede Casas Bahia, fundada em 1957, em São Caetano do Sul, da família Klein.
A Via Varejo foi criada em 2010, após a compra da rede Casas Bahia. E, levou muito pouco tempo até que o novos sócios começassem a se desentender. Primeiro, (re)negociaram os termos da associação, por iniciativa dos Klein. Mesmo com o contrato refeito, os sócios passariam os dois anos seguintes brigando. No fim de 2012, quando os Klein perderam o direito de indicar o presidente da empresa, o futuro da rede ficou indefinido. Algum tempo depois veio a paz.
Em 2013, Casas Bahia e Ponto Frio, enfim, passaram a dividir os 14 centros de distribuição e a fazer todas as compras em conjunto. Já com bons resultados, a empresa conseguiu levantar 2,8 bilhões de reais em sua abertura de capital na BM&FBovespa, uma operação que avaliou a empresa em 12 bilhões de reais. Cerca de metade do dinheiro foi para os Klein, que venderam parte de suas ações. Em 2014 a empresa tinha mais de 1.000 lojas e planejava abrir mais 210 até 2016.
Em abril de 2021, a Via Varejo optou por mudar sua marca Pontofrio, que passará a ser chamada apenas de Ponto. Segundo a companhia, o objetivo é ter maior foco em tecnologia, com repaginação de todas as lojas da bandeira com a nova identidade visual, além de todo interior reformado e material gráfico com as novas cores.A Via Varejo foi criada em 2010, após a compra da rede Casas Bahia. E, levou muito pouco tempo até que o novos sócios começassem a se desentender. Primeiro, (re)negociaram os termos da associação, por iniciativa dos Klein. Mesmo com o contrato refeito, os sócios passariam os dois anos seguintes brigando. No fim de 2012, quando os Klein perderam o direito de indicar o presidente da empresa, o futuro da rede ficou indefinido. Algum tempo depois veio a paz.
Em 2013, Casas Bahia e Ponto Frio, enfim, passaram a dividir os 14 centros de distribuição e a fazer todas as compras em conjunto. Já com bons resultados, a empresa conseguiu levantar 2,8 bilhões de reais em sua abertura de capital na BM&FBovespa, uma operação que avaliou a empresa em 12 bilhões de reais. Cerca de metade do dinheiro foi para os Klein, que venderam parte de suas ações. Em 2014 a empresa tinha mais de 1.000 lojas e planejava abrir mais 210 até 2016.
(Fonte: revista Exame - 13.02.1992 / 25.03.2009 / ElevenFinancial - 23.04.2021 - partes)
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