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30 de out. de 2011

SoftBank / Vision Fund

          Para o pai de Masa Son, ele sempre esteve destinado ao sucesso. Com diploma em economia e ciências da computação pela Universidade de Berkeley, na Califórnia, Son voltou ao Japão e fundou o SoftBank em 1981. No início, parte de um plano de 50 anos, ele decidiu que a empresa venderia softwares para outras companhias. Na época, quase nenhum negócio usava computadores e isso significava nenhum cliente para Son. Para piorar, seus dois funcionários rapidamente se demitiram depois que o executivo disse a eles que em cinco anos ganharia US$ 75 milhões em vendas.
          Na metade dos anos 1990, o SoftBank se tornou o maior distribuidor de software do Japão e entrou no mercado de ações. O boom da internet estava a todo vapor e Son voltou sua atenção aos Estados Unidos. Em 1997, um jornal local do Vale do Silício chamou o SoftBank de o investidor mais ativo da internet – entre os seus investimentos, estava o Yahoo. Em 2001, a empresa tinha no seu portfólio 600 empresas de internet.
          Mesmo com o estouro da bolha do mercado norte-americano em 2000, quando as ações do SoftBank caíram 90% (o que representou uma perda de US$ 70 bilhões), Son investiu US$ 20 milhões em um e-commerce que, 14 anos depois, se tornaria o gigante Alibaba.
          Son ganhou destaque no empreendedorismo tecnológico com o lançamento do Vision Fund, em 2016, com foco em startups. Quase metade do investimento de US$ 100 bilhões foi sustentado pelo fundo soberano da Arábia Saudita. O SoftBank também investiu em grandes empresas, como a Uber e a sua rival chinesa, Didi Chuxing.
          No início de 2018, o Softbank liderou um investimento de US$ 535 milhões na DoorDash, um aplicativo de entrega de alimentos com sede em San Francisco, nos Estados Unidos. Além disso, o grupo japonês também comprou 15% da gigante Uber Technologies, que transporta pessoas e alimentos no Brasil e em outras localidades.
          Quando o príncipe Mohammed bin Salman da Arábia Saudita, o principal investidor do Vision Fund, foi identificado, em 2018, como responsável pela morte de um jornalista com cidadania norte-americana, Son se viu em meio a uma crise diplomática. As ações do SoftBank caíram e Son começou a procurar novas fontes de investimento. O SoftBank conseguiu US$ 13 bilhões em empréstimos de bancos como Goldman Sachs, Mizuho Financial, Sumitomo Mitsui Financial e Deutsche Bank. No entanto, a relação entre Son e o príncipe continua. Poucos meses depois, o investidor anunciou um investimento de US$ 1,2 bilhão em painéis solares na capital da Arábia Saudita. “Há bons e maus momentos”, ele declarou ao lançar o Vision Fund. “Mas o SoftBank está sempre presente”.
          Em outubro de 2018, apostando no crescimento rápido do comércio eletrônico no Brasil, o SoftBank anunciou um investimento de US$ 100 milhões na Loggi.
          Em 29 de julho de 2019, o Softbank aportou R$ 760 milhões no Banco Inter. Com isso, o Softbank ficou com 8% do banco. A compra foi feita através de sua unidade de investimentos sediada em Miami, LA BI Holdco LLC.
          Considerando dados de setembro de 2019, no Brasil o grupo já possui cerca de 15 por cento do Banco Inter e também fez aportes nos famosos Rappi, Creditas, Gympass, QuintoAndar e Loggi e no mundo faz parte das conhecidas Alibaba, Uber e a 99.
          O Vision Fund do SoftBank é o maior veículo de investimento em tecnologia do mundo – e ingressou recentemente na lista de investidores da chinesa Bytedance, que se tornou a startup mais valiosa do mundo.
          Hoje, Son está passando cada vez mais tempo na área de investimentos. Ele deixou o cargo de gestão doméstica do setor de operações de telecom do SoftBank para Ken Miyauchi. Em maio de 2019, o investidor disse que passava a maioria do seu dia a dia lidando com novos negócios. "Meu coração e minha mente estão totalmente voltados ao Vision Fund, que consome 97% do meu cérebro."
          O Saftbank carrega US$ 160 bilhões em dívidas que pagam juros. Seus papeis são considerados como investimento especulativo. É difícil formular um quadro coeso do Softbank e do Vision Fund, em parte pelos investimentos incessantes de Son, mas também pelos níveis extremos de engenharia financeira empregados por Rajeev Misra, seu principal auxiliar.
(Fonte: Época Negócios - 17.10.2018 / IstoÉDinheiro - 12.11.2018 / Época Negócios - 09.08.2019 / IstoÉDinheiro - 31.07.2019 / 06.08.2019 / GuiInvest - 24.09.2019 Valor - 05.11.2019 - partes)

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