A partir de uma pequena corretora herdada de seu pai, Aron, o empresário Daniel Birmann, nascido em 1952, era considerado um empreendedor arrojado e fenomenal, sempre disposto a correr riscos. No início dos anos 1990, já tinha formado um pequeno império de mais de 20 empresas.
A palavra Arbi, que dá nome ao grupo, é homenagem ao pai, Aron Birmann. No auge, o grupo chegou a faturar 1,2 bilhões de reais.
Em novembro 1992, um negócio se mostrou problemático. Foi a compra da Moddata, fabricante de equipamentos de telecomunicações. Birmann comprou a empresa, então com patrimônio negativo de 40 milhões de dólares, confiante de que conseguiria recuperá-la. Falhou.
Em meados da década de 1990, os negócios começaram a ruir na mesma velocidade com que foram erguidos. Acossado por um endividamento crescente, Birman foi obrigado a se desfazer de quase todas as suas empresas.
No final dos anos 1990, restaram-lhe apenas o banco Arbi, praticamente desativado, uma fábrica de cartuchos de munições, uma de equipamentos ópticos e uma imobiliária. Era quase nada para quem havia sido dono de grandes empresas, como a mineradora Caraíba Metais. Até mesmo a corretora de valores Arbi desaparecera.
Parecia o fim da linha. O tempo, porém, mostrou que não era. Em agosto de 2004, Birmann participou do leilão da Agência Nacional de Petróleo e investiu 9,5 milhões de reais na compra de dez blocos de exploração de petróleo na bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte.
Em sua segunda vida, o grupo Arbi não apresentava a mesma pujança de antes. Eram sete empresas que faturavam em torno de 600 milhões de reais. Sua área de atuação também mudou. Além da empresa de exploração de petróleo, Birmann passou a desenvolver um projeto de construção de uma usina de reciclagem de lixo e de produção de óleo diesel extraído da mamona. O banco Arbi, que praticamente permaneceu desativado por cinco anos, reiniciou suas operações comerciais em 2003, mas com um perfil diferente, operando com repasses de créditos do BNDES para pequenas e médias empresas e também com empréstimos vinculados a folhas de pagamento.
O Birmann que retornou ao mercado é muito mais comedido, sem a audácia comercial que o caracterizava. Durante um período, ele foi um comprador voraz de empresas. Alguns desses negócios rapidamente se mostraram problemáticos. Foi o caso da Moddata, citado acima.
Birmann, como é natural, mostra-se avesso à ideia de revolver seus fracassos. Ele se sente quite com o mercado, todas as suas dívidas foram saldadas com a venda de seu patrimônio.
No setor de energia, seus negócios estavam mais avançados em fins de 2004. O grupo Arbi administrava 11 usinas térmicas na Região Nordeste. A incursão nessa área começou em 2000, quando o grupo desenvolveu um projeto para produzir energia por meio de geradores industriais. O negócio deslanchou com o racionamento de energia no ano seguinte.
(Fonte: revista Exame - 15.09.2004)
A palavra Arbi, que dá nome ao grupo, é homenagem ao pai, Aron Birmann. No auge, o grupo chegou a faturar 1,2 bilhões de reais.
Em novembro 1992, um negócio se mostrou problemático. Foi a compra da Moddata, fabricante de equipamentos de telecomunicações. Birmann comprou a empresa, então com patrimônio negativo de 40 milhões de dólares, confiante de que conseguiria recuperá-la. Falhou.
Em meados da década de 1990, os negócios começaram a ruir na mesma velocidade com que foram erguidos. Acossado por um endividamento crescente, Birman foi obrigado a se desfazer de quase todas as suas empresas.
No final dos anos 1990, restaram-lhe apenas o banco Arbi, praticamente desativado, uma fábrica de cartuchos de munições, uma de equipamentos ópticos e uma imobiliária. Era quase nada para quem havia sido dono de grandes empresas, como a mineradora Caraíba Metais. Até mesmo a corretora de valores Arbi desaparecera.
Parecia o fim da linha. O tempo, porém, mostrou que não era. Em agosto de 2004, Birmann participou do leilão da Agência Nacional de Petróleo e investiu 9,5 milhões de reais na compra de dez blocos de exploração de petróleo na bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte.
Em sua segunda vida, o grupo Arbi não apresentava a mesma pujança de antes. Eram sete empresas que faturavam em torno de 600 milhões de reais. Sua área de atuação também mudou. Além da empresa de exploração de petróleo, Birmann passou a desenvolver um projeto de construção de uma usina de reciclagem de lixo e de produção de óleo diesel extraído da mamona. O banco Arbi, que praticamente permaneceu desativado por cinco anos, reiniciou suas operações comerciais em 2003, mas com um perfil diferente, operando com repasses de créditos do BNDES para pequenas e médias empresas e também com empréstimos vinculados a folhas de pagamento.
O Birmann que retornou ao mercado é muito mais comedido, sem a audácia comercial que o caracterizava. Durante um período, ele foi um comprador voraz de empresas. Alguns desses negócios rapidamente se mostraram problemáticos. Foi o caso da Moddata, citado acima.
Birmann, como é natural, mostra-se avesso à ideia de revolver seus fracassos. Ele se sente quite com o mercado, todas as suas dívidas foram saldadas com a venda de seu patrimônio.
No setor de energia, seus negócios estavam mais avançados em fins de 2004. O grupo Arbi administrava 11 usinas térmicas na Região Nordeste. A incursão nessa área começou em 2000, quando o grupo desenvolveu um projeto para produzir energia por meio de geradores industriais. O negócio deslanchou com o racionamento de energia no ano seguinte.
(Fonte: revista Exame - 15.09.2004)
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