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5 de out. de 2011

Passaredo

          Em 1978, José Luiz Felício criava a Passaredo empresa de ônibus, no interior de São Paulo, com serviços corporativos.
          Nos anos 1990, já sendo o Grupo Passaredo respeitado como empresa de transporte rodoviário de passageiros, Felício decidiu diversificar e tentar o setor aéreo, até porque o filho de José Luiz já se encaminhava para ser comandante de aeronaves.
          Em 3 de julho de 1995, Felício inaugurou a Passaredo Transportes Aéreos, com uma frota de aeronaves Embraer 120 Brasilia, ligando cidades como Ribeirão Preto, Goiânia, Brasília, São Paulo, Curitiba, São José dos Campos, Belo Horizonte e Vitória da Conquista. O negócio deu certo e logo três Embraer 120 voavam na companhia aérea, PP-PSA, PP-PSB, PP-PSC.
          Combinando com o nome da empresa, a fuselagem dos aviões são pintadas com pássaros como Curió, Jaçanã, Araponga, Tuiuiú, Quero-Quero.
          Em 1997, através de um pool de operadoras turísticas, a Passaredo introduziu em sua frota um Airbus A310-300, com capacidade para 244 passageiros, sendo a primeira companhia aérea brasileira a operar esse modelo de aeronave, logo seguido de um segundo exemplar para operar em voos charter para o Nordeste e Caribe. A empresa também recebeu dois ATR-42-300, com a intenção de substituir os seus três Embraer 120 pelo modelo ATR, mas a crise monetária brasileira e a forte desvalorização do Real fez com que a empresa permanecesse com as três.
          Em meio ao péssimo cenário econômico brasileiro, no dia 4 de Abril de 2002, José Luiz Felício preservou o patrimônio da empresa, encerrando as operações para voltar em condições mais favoráveis no futuro.
          Em março de 2004, após um período de estudos e preparação, já independente do Grupo Passaredo, José Luiz Felício Filho mostrou o seu arrojo ao enfrentar a reabertura da empresa que ficou inoperante por dois anos e logo ressurgiu a Passaredo Linhas Aéreas com o PP-PSA. Posteriormente o PP-PSB entrou em rota e a companhia chegou até a Bahia de novo na rota Ribeirão Preto – Brasília – Barreiras – Salvador – Vitória da Conquista. Os planos deram certo, o Cmte. Felício comandava a empresa não só atrás da mesa como atrás do manche também. Para dar fôlego ao crescimento e atender ao Rio de Janeiro, arrendou da Ocean Air o EMB120 PR-OAN e comprou nos EUA o PP-PSD, apelidado de Batmóvel por suas cores pretas.
          A vigorosa expansão chegou em 2008 com planos audaciosos que incluíram a compra de mais dois EMB120 de matrícula PT-SLD e PT-SLE, ambos ex-OceanAir, e a chegada dos dois primeiros jatos Embraer 145, além de uma nova identidade visual, moderna e com cores diferentes do comum nos aeroportos. No Brasil apenas a Rio Sul havia operado esse modelo de avião. Em 2009 com os novos ERJ-145, a Passaredo inaugurou novas rotas para o Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Palmas, Bauru, Marília, Barreiras, Presidente Prudente, Goiânia e Recife. Com isso a companhia mais que dobrou a oferta de assentos e se consolidou como segunda maior regional do Brasil.
          Em 2010, a companhia recebeu um exemplar da aeronave ERJ-135 para acelerar a renovação da frota, dando assim continuidade na expansão de sua malha. Em fevereiro de 2011 a Passaredo finalmente aposentou os últimos três EMB-120, mas deixou de voar para Marília, Bauru e Presidente Prudente, alegando que os ERJ-145 eram grandes demais para a demanda dessas rotas.
          Durante os anos de 2008 até 2012 a empresa chegou a operar uma frota de 15 aeronaves ERJ-145 e um ERJ-135, inédito no Brasil.
          Em outubro de 2012, a Passaredo ingressou com pedido de Recuperação Judicial com o objetivo de viabilizar o pagamento do passivo gerado devido a diversos fatores que ocorreram neste período, e assim, conservar as suas atividades, nas quais já atuava há mais de dezessete anos. O alto preço do combustível, o atendimento das demandas regionais utilizando jatos e uma concorrência específica, momentânea e predatória vivida em sua base principal, nesse último caso lê-se Webjet, que chegou a operar em Ribeirão Preto – principal hub da Passaredo – com Boeing 737 e tarifas a partir de R$ 9,90, foram alguns dos fatores ocorridos no passado e que motivaram essa ação. As mudanças na estratégia da operação, que incluíram troca da frota de jatos por modernas aeronaves ATR 72 e a readequação da malha focada no transporte aéreo regional brasileiro, permitiram a reestruturação da empresa, e a obtenção do IOSA (IATA Operational Safety Audity), o mais importante certificado internacional de qualidade na área da aviação.
          Durante o período de transição entre o jato da Embraer e os novos turbo hélices da ATR, a empresa teve que reduzir seu quadro de funcionários e suspender alguns voos, devido, principalmente, à redução do número de aeronaves em operação. Em maio de 2013, a Passaredo Linhas Aéreas teve seu plano de recuperação judicial aprovado, conseguindo assim renegociar uma dívida superior a R$ 150 milhões. Após a reunião com os credores, foi acordada uma estratégia de reestruturação que visa sanar o passivo em até 15 anos.
          No ano de 2014 a Passaredo, juntamente com a Avianca, foi considerada a mais segura do Brasil, em um ranking do site AirlineRatings.com, que avaliou 449 empresas de aviação segundo critérios de segurança. Obteve a classificação de sete estrelas, a nota máxima. No total, 149 companhias aéreas avaliadas obtiveram sete estrelas. Além disso, a equipe do site avalia o histórico operacional das companhias para escolher as líderes do ranking.
          Em março de 2015, a Passaredo lançou a primeira edição da Pass, revista de bordo distribuída gratuitamente aos clientes da companhia em seus mais de oitenta voos e em vinte aeroportos operados pela Passaredo. Com periodicidade mensal e circulação na primeira quinzena de todo mês, a Pass promete matérias com conteúdos diversificados, abrangendo dicas culturais e gastronômicas, destinos turísticos, moda, beleza, esporte, saúde, negócios, entrevistas, além de informações sobre a companhia.
          Em 3 de julho de 2017, a empresa foi adquirida pelo Grupo da Viação Itapemirim. Dois meses depois, em 11 de setembro, a Passaredo desfaz a venda para a Itapemirim por descumprimento de contrato. Ainda em 2017 a empresa sai do plano de recuperação judicial. Em agosto, a juíza Carina Roselino Biagi, da 8ª Vara Cível de Ribeirão Preto (SP), determinou o fim da recuperação judicial da Passaredo Transportes Aéreos.
          Durante o segundo semestre de 2018, uma reestruturação na malha da empresa foi levada a cabo, com o corte de alguns destinos atendidos pela companhia, tais como: Rondonópolis, Três Lagoas, São José do Rio Preto, Belo Horizonte e foi retirada uma das frequências de voo para o Rio de Janeiro. Pouco depois é anunciado o plano de expansão com início a partir do primeiro semestre de 2019. Foram inauguradas novas rotas, um novo website e a inclusão da companhia no plano de milhas da Gol, o "Smiles".
          Em Fevereiro de 2019, a nova identidade visual da empresa foi apresentada em uma de suas aeronaves, o PP-PTN.
          A Passaredo assumiu, em junho de 2019, a quarta posição no mercado aéreo brasileiro, após o fim da operação da Avianca Brasil.
          No dia 21 de agosto de 2019, a Passaredo anunciou a compra da Map Linhas Aéreas,  quinta maior empresa do setor. O número de passageiros transportados pela Passaredo e pela MAP no primeiro semestre foi de 153,5 mil pessoas. Com a aquisição da MAP, a companhia passou a contar com 28 destinos, ampliando sua participação no mercado nacional bem como na região norte do país. Além disso, passa a contar com 26 slots no aeroporto de Congonhas advindos da redistribuição dos slots pertencentes anteriormente à Avianca Brasil.
(Fonte: avioesemusicas.com/Wikipédia / Valor - 22.08.2019 - partes)


ATR 72-600 da Passaredo.

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