A Micropower-Comerc foi fundada em 2018 por Marco Krapels e Julião Coelho. Sua sede é em São Paulo.
Krapels, de origem holandesa, começou sua carreira trabalhando em bancos como o Rabobank, onde abriu uma linha de crédito para negócios que utilizavam energia solar. Seu primeiro cliente foi a Solar City, empresa fundada por Lyndon Rive, primo de Elon Musk. Em 2010, o banco financiou a primeira rodovia elétrica movida a energia solar, entre São Francisco e Los Angeles. “Foi um projeto que realmente me conectou com a Tesla e a Solar City”, diz Krapels. Cinco anos depois, em 2015, foi convidado para fazer parte do time executivo da Solar City.
Em 2017, passou a comandar a área de expansão de energia solar da companhia de Elon Musk. “Nessa posição, visitei vários países, fiz muitas análises. E decidi que o Brasil era um dos países com maior potencial para o armazenamento de energias sustentáveis. Era algo que eu queria fazer na Tesla, mas a empresa não estava pronta, porque estava muito focada nos carros. Então decidi sair e vir para cá.”
Um dos primeiros investidores foi Lyndon Rive. Depois, Krapels se associou à brasileira Comerc Energia. Por fim, Julião Coelho, antigo diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), também investiu. Juntos, deram início à companhia.
Krapels acredita que a peça que falta são as baterias móveis. Não basta produzir energia renovável, é preciso ser capaz de armazená-la. É o caso do Brasil, por exemplo. O país tem recursos abundantes de energia renovável. Mas todos nós sabemos que a disponibilidade de energia hidrelétrica depende do clima. E o clima está mudando.
Hoje, no Brasil, todos os prédios, empresas e grandes estabelecimentos comerciais têm um gerador a diesel, para fornecer energia quando a rede elétrica falha. O que a Micropower vai fazer, segundo Krapels, é trocar todos esses geradores por baterias a base de lítio. Além de servir como back-up, essas baterias vão oferecer uma gestão inteligente de energia: as empresas vão poder comprar energia, tanto a da rede elétrica, quanto de fontes renováveis, quando ela é mais barata, de madrugada, e depois consumi-la no horário de pico, entre 18 e 21 horas, quando é mais cara.
Esse sistema já está operando em alguns clientes importantes, como McDonalds, Coca-Cola e Fasano. Nosso objetivo é colocar baterias móveis em todos os prédios comerciais, hotéis, shoppings, estádios, indústrias. E também nas residências. No Brasil, já há 15 mil casas com energia solar. Krapels não vê razão para todas essas casas não terem uma bateria móvel. Acredita que, no futuro, todas as construtoras já vão prever uma bateria para cada residência, seria o novo normal.
Em agosto de 2019, a Micropower recebeu investimento da Siemens, cujo valor não foi revelado. A gigante alemã comprou 20% das ações da companhia. Com esse novo investimento, será possível acelerar a expansão no Brasil.
Sobre a evolução da energia renovável Krapels explica que "o custo da energia solar e eólica está 80% menor do que era há dez anos. E o custo das baterias para armazenar esse tipo de energia também está 80% menor. E esses preços estão caindo rapidamente. Dentro de dez anos, a combinação entre energia solar, eólica e baterias será a forma mais barata de energia. Então, num futuro próximo, todo o planeta poderá ser alimentado por energia renovável, que será mais barata, mais limpa e mais eficiente. Isso é pura matemática. Além do mais, se não eletrificarmos tudo, nunca vamos alcançar o objetivo do acordo de Paris, de limitarmos o aquecimento global a menos 2 graus. A eletrificação não é apenas um must científico, mas uma oportunidade econômica. Com ela, todos os países podem se tornar independentes energeticamente. A Europa não vai precisar de gás natural da Rússia, e assim vai poder eliminar um problema geopolítico. E o Brasil não vai precisar de nenhuma fonte de energia importada, porque o país tem todo o sol, todo o vento, toda a energia hidrelétrica que precisa. Para ser autossuficiente, só faltam as baterias."
(Fonte: ÉpocaNegócios - 11.10.2019)
Krapels, de origem holandesa, começou sua carreira trabalhando em bancos como o Rabobank, onde abriu uma linha de crédito para negócios que utilizavam energia solar. Seu primeiro cliente foi a Solar City, empresa fundada por Lyndon Rive, primo de Elon Musk. Em 2010, o banco financiou a primeira rodovia elétrica movida a energia solar, entre São Francisco e Los Angeles. “Foi um projeto que realmente me conectou com a Tesla e a Solar City”, diz Krapels. Cinco anos depois, em 2015, foi convidado para fazer parte do time executivo da Solar City.
Em 2017, passou a comandar a área de expansão de energia solar da companhia de Elon Musk. “Nessa posição, visitei vários países, fiz muitas análises. E decidi que o Brasil era um dos países com maior potencial para o armazenamento de energias sustentáveis. Era algo que eu queria fazer na Tesla, mas a empresa não estava pronta, porque estava muito focada nos carros. Então decidi sair e vir para cá.”
Um dos primeiros investidores foi Lyndon Rive. Depois, Krapels se associou à brasileira Comerc Energia. Por fim, Julião Coelho, antigo diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), também investiu. Juntos, deram início à companhia.
Krapels acredita que a peça que falta são as baterias móveis. Não basta produzir energia renovável, é preciso ser capaz de armazená-la. É o caso do Brasil, por exemplo. O país tem recursos abundantes de energia renovável. Mas todos nós sabemos que a disponibilidade de energia hidrelétrica depende do clima. E o clima está mudando.
Hoje, no Brasil, todos os prédios, empresas e grandes estabelecimentos comerciais têm um gerador a diesel, para fornecer energia quando a rede elétrica falha. O que a Micropower vai fazer, segundo Krapels, é trocar todos esses geradores por baterias a base de lítio. Além de servir como back-up, essas baterias vão oferecer uma gestão inteligente de energia: as empresas vão poder comprar energia, tanto a da rede elétrica, quanto de fontes renováveis, quando ela é mais barata, de madrugada, e depois consumi-la no horário de pico, entre 18 e 21 horas, quando é mais cara.
Esse sistema já está operando em alguns clientes importantes, como McDonalds, Coca-Cola e Fasano. Nosso objetivo é colocar baterias móveis em todos os prédios comerciais, hotéis, shoppings, estádios, indústrias. E também nas residências. No Brasil, já há 15 mil casas com energia solar. Krapels não vê razão para todas essas casas não terem uma bateria móvel. Acredita que, no futuro, todas as construtoras já vão prever uma bateria para cada residência, seria o novo normal.
Em agosto de 2019, a Micropower recebeu investimento da Siemens, cujo valor não foi revelado. A gigante alemã comprou 20% das ações da companhia. Com esse novo investimento, será possível acelerar a expansão no Brasil.
Sobre a evolução da energia renovável Krapels explica que "o custo da energia solar e eólica está 80% menor do que era há dez anos. E o custo das baterias para armazenar esse tipo de energia também está 80% menor. E esses preços estão caindo rapidamente. Dentro de dez anos, a combinação entre energia solar, eólica e baterias será a forma mais barata de energia. Então, num futuro próximo, todo o planeta poderá ser alimentado por energia renovável, que será mais barata, mais limpa e mais eficiente. Isso é pura matemática. Além do mais, se não eletrificarmos tudo, nunca vamos alcançar o objetivo do acordo de Paris, de limitarmos o aquecimento global a menos 2 graus. A eletrificação não é apenas um must científico, mas uma oportunidade econômica. Com ela, todos os países podem se tornar independentes energeticamente. A Europa não vai precisar de gás natural da Rússia, e assim vai poder eliminar um problema geopolítico. E o Brasil não vai precisar de nenhuma fonte de energia importada, porque o país tem todo o sol, todo o vento, toda a energia hidrelétrica que precisa. Para ser autossuficiente, só faltam as baterias."
(Fonte: ÉpocaNegócios - 11.10.2019)
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