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6 de out. de 2011

Cielo (Ex-Visanet)

Visanet       
           A empresa de meios de pagamento VisaNet foi criada no ano de 1996 para processar as transações com o cartão Visa (vide origem da marca Visa neste blog). A VisaNet é resultado da associação formada entre Bradesco, Banco do Brasil e Real, que passou a operar com a bandeira Visa.
          Da Elo, administradora de cartões de crédito do Bradesco, não restou mais nada - nem mesmo as máquinas. A Visanet comprou os 40.000 terminais eletrônicos da Elo.
           Em julho de 2010, quando começou a trabalhar como multibandeira, após o fim de seu contrato de exclusividade com a Visa, a Visanet decidiu mudar de nome, passando a se chamar Cielo, céu em italiano e em espanhol. Agora, além da Visa, a Cielo (vide origem da marca Cielo neste blog) trabalha também com outras bandeiras, como Mastercard e Amex.



Cielo
          Nascida em 1995 como Visanet, uma parceria entre a bandeira de cartões de crédito Visa e os bancos Bradesco, Banco do Brasil, Banco Real (depois, ABN Amro Real e hoje Santander) e o finado Banco Nacional, a empresa de meios de pagamento cresceu aproveitando a legislação brasileira da época, que previa que apenas o emissário do cartão poderia produzir máquinas que processassem compras feitas nele. Explicando melhor: os principais acionistas da empresa são também clientes (emitem os cartões) e fornecedores de serviços (credenciam os estabelecimentos comerciais). O desafio da Visanet era satisfazê-los na condição de acionistas, controlando os custos, sem comprometer a qualidade do atendimento que eles também querem receber como clientes. 
          Com o fim de seu contrato de exclusividade com a Visa, em julho de 2010, quando começou a trabalhar como multibandeira, a Visanet decidiu mudar de nome, passando a se chamar Cielo, céu em italiano e em espanhol. Agora, além da Visa, a Cielo trabalha também com outras bandeiras, como Mastercard e Amex.
          Em 14 de outubro de 2014, a Justiça Federal decreta a nulidade da marca Cielo e que a credenciadora de cartões de crédito e débito deixe de usá-la 180 dias após o fim da disputa judicial com o atleta de natação Cesar Cielo. Uma decisão de primeira instância entendeu que a companhia se apropriou indevidamente do nome da família do nadador, depois de celebrar contrato de uso de imagem para fazer propaganda do seu produto com o esportista. De acordo com o processo, em novembro de 2009, a Visanet (antigo nome da Cielo) e o nadador celebraram um contrato que previa a licença de direito de uso da imagem a ser veiculada em campanhas promocionais da nova empresa, que estava por ser lançada.
          O principal argumento da empresa no processo é que Cielo é uma palavra dicionarizada nos idiomas espanhol e italiano. A marca teria sido escolhida como estratégia empresarial para o início de uma nova fase nos negócios – e a associação com a ideia de que "o céu é o limite" para a empresa. A contratação do atleta para a propaganda teria ocorrido em razão da coincidência dos nomes, de acordo com a companhia.
          Momentaneamente, as ações da empresa, que por sinal tem o código CIEL3 na BM&FBovespa (vide origem da marca BM&FBovespa neste blog), despencaram vertiginosamente. O mercado espera a definição, pois, a Cielo, maior processadora de pagamentos com cartões do país recorre da decisão.
          A Cielo terminou 2016 com 1,9 milhão de maquininhas sendo digitadas freneticamente, realizando 6,7 bilhões de transações e movimentando quase 585 bilhões de reais no ano.
          No final de junho de 2017, o Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro dá ganho de causa à Cielo, na ação movida pelo nadador Cesar Cielo contra a marca de cartões. Causa ganha pelo escritório de Sérgio Bermudes. A briga se arrastava desde 2012. O nadador Cesar Cielo quer proibir a marca de usar o nome Cielo. A marca recorreu porque, em 2014, o atleta havia obtido uma vitória, em decisão da Justiça Federal do Rio.
          No início de 2018, a Cielo pagou R$ 87,5 milhões por 70% das ações da Stelo, empresa na qual já tinha 30% de participação. Com a totalidade do controle, a companhia entra de cabeça no mercado de venda de "maquininhas" para PMEs.
          Em 18 de setembro de 2018, no meio da crescente concorrência no mercado de leitoras de cartão, a Cielo lança a máquina leitora de cartões Lio + e pagamentos QR Code. A nova máquina leitora de cartões traz um proposta inovadora, uma vez que é um smartphone que pode também ser usado como um terminal que aceita transações com cartões de débito e crédito de sessenta marcas.
          Pouco mais de um mês depois, em 26 de outubro de 2018, a Cielo anuncia que a partir de 5 de janeiro de 2019 passará a ser comandada pelo executivo Paulo Caffarelli, que deixa a presidência do Banco do Brasil com essa finalidade. Ele ocupará a vaga de Clovis Poggetti Jr, que continuará exercendo os cargos de vice-presidente de Finanças e diretor de Relações com Investidores da Cielo.
          Nos anos 2018 e 2019, surgiram no mercado: Stone, Getnet, SafraPay, Pagseguro, entre outras que estão ganhando mercado. Essa competição está reduzindo cada vez mais as margens da empresa.
          Em 26 de agosto de 2019, a Cielo anunciou o lançamento do aplicativo Cielo Pay. O produto tem como alvo o cada vez mais disputado micro e pequeno empreendedor, que poderá fazer as transações comerciais via QR Code pelo smartphone, sem precisar da maquininha POS. A oferta consiste também em um serviço similar a uma conta corrente, para que o comerciante possa movimentar os valores recebidos pelo aplicativo. O download estará disponível nas plataformas Android e IOS a partir do dia 14 de outubro, mas os testes já começaram a ser feitos pelos colaboradores da companhia.
          Em 30 de agosto de 2019, a Cielo firma contrato com a Elo no valor de R$ 100 milhões. A Cielo vai prestar à Elo serviços de captura, roteamento, processamento e direcionamento das transações de pagamento referentes a arranjos de pagamento. Trata-se de contrato entre partes relacionadas uma vez que a Cielo e a Elo têm em seu bloco de controle, de forma direta ou indireta, o Banco do Brasil e o Bradesco.
          A Cielo,  passa a aceitar pagamentos com Bitcoin e criptomoedas diretamente em seus dispositivos, segundo divulgação feita durante o Fórum Blockmaster. A funcionalidade da Cielo é mais uma inovação da empresa e será possível por meio de um QR Code. Nela, o logista informa diretamente na máquina o valor que deseja receber e um QR Code é gerado no sistema. O usuário pode escanear este código com seu smartphone e realizar o pagamento. Para fazer o pagamento com Bitcoin e criptomoedas, usando os terminais de POS (maquininha de cartão) da Cielo o usuário precisa ter uma conta na Uzzo ou na Criptohub, as atuais parcerias da rede.
          Em 15 de junho de 2020, o Whatsapp começa a oferecer no Brasil um serviço de pagamento e transferência de dinheiro pelo aplicativo, em uma parceria com a Cielo. É a primeira vez que o app do Facebook oferece esse tipo de serviço e a Cielo tem a oportunidade de inovar em um meio extremamente concorrido, passando a se destacar ainda mais no setor e aumentando suas margens de mercado. A Cielo seria capaz de aumentar consideravelmente seu volume de transações, especialmente porque atenderá pequenas e médias empresas.
          A Cielo detém 70% da Cateno, em parceria com o Banco do Brasil e tem as controladas Multidisplay, Braspag, Cielo USA, Merchant E-Solutions e M4 Produtos e Serviços.
          Em 14 de setembro de 2020, a Cielo informou que foi escolhida como prestadora de serviços de tecnologia do BITZ, nova empresa do Bradesco que atuará como carteira digital e conta de pagamento.
          Em 31 de março de 2021, a Cielo informou que concluiu transação por meio da qual realizou a cessão, à Elo Serviços, em caráter definitivo, de todos os direitos relativos à plataforma de processamento e ao autorizador de transações desenvolvidos pela Cielo para a bandeira Elo. O valor total da transação envolvendo esses softwares é de R$ 380 milhões.
          Em junho de 2024, Bradesco e o BB aumentaram suas participações na Cielo por meio de swaps, derivativos existentes no mercado. As operações já estavam previstas quando os bancos divulgaram o projeto de fechamento de capital da credenciadora. Na prática, enxugam a liquidez e a quantidade de ações que terão de comprar. A operação aconteceu por meio da Livelo, empresa de fidelidade em que os bancos também são sócios e que será uma das compradoras das ações da Cielo na oferta pública de aquisição (OPA), que deve acontecer em agosto. No caso do BB, a participação indireta subiu para 32,45%, ante 28,65%. O Bradesco também aumentou, mas, segundo fontes, em escala menor, e por isso não há obrigatoriedade de divulgação. O banco tinha pouco mais de 30%.
          A Cielo se despede da Bolsa após 15 anos com uma nova perda de participação de mercado, ampliando o desafio que os bancos controladores da companhia, Bradesco e Banco do Brasil, enfrentarão após o fechamento de capital ser concluído. As instituições consideram que, fora da B3, a Cielo terá uma flexibilidade maior para mudar sua estratégia – o que deve não só reverter a perda de terreno, como ajudar os dois bancos a avançar junto às pequenas e médias empresas (PMEs). Em 14 de agosto de 2024, os dois bancos realizaram na B3 o leilão da oferta pública de aquisição (OPA) para a “deslistagem” da companhia. Com a compra de 736,9 milhões de ações, movimentaram R$ 4,3 bilhões, e obtiveram quórum acima do necessário para pedir à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a conversão do registro que permitirá o fechamento do capital da empresa.
          Na prática, levaram a cabo um procedimento comum no mercado. Mesmo com perda recente de market share, a empresa dá sinais claros de recuperação. É o momento que decidem fechar o capital, oferecendo um valor muitíssimo abaixo dos tempos áureos, e o pequeno investidor só tem uma alternativa: vender as ações na bacia das almas.
(Fonte: Exame - 22.05.1996 / 15.01.2003 / 15.10.2003 / jornal Valor Econômico (online) - 14.10.2014 / jornal O Globo - 26.06.2017 / Exame Melhores & Maiores - 2017 / revista Consumidor Moderno / jornal Valor - 19.09.2018 / IstoÉDinheiro - 26.10.2018 / 26.08.2019 / Valor - 14.10.2014 / IstoÉDinheiro 02.09.2019 / Valor - 09.09.2019 / iupana - 16.09.2019 / Valor - 15.06.2020 / 14.09.2020 / 01.04.2021 / Estadão - 10.06.2024 / 16.08.2024 - partes)

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom, vamos investir em Cielo, o nome mais cogitado entre os comerciantes, o nome Cielo é bem mais atrativo e simpático.... kkkk.