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6 de out. de 2011

Cerveja Backer

          O ano era 1999. Enquanto as grandes cervejarias dominavam o mercado, uma demanda por cervejas especiais surgia, solitária, sem que quase ninguém reparasse nela. Quase.
          “Backer” é como foi batizada uma das maiores cervejarias de Minas. Registrada em cartório como a primeira cerveja artesanal de Minas, a Cervejaria Backer surgiu em 1998. A Backer inicialmente produzia chope em bar no bairro Olhos D´Água, zona sul da capital mineira.
          Não que o nome tenha vindo desse significado, mas backer significa "someone who supports a plan", ou, "alguém que dá respaldo a um plano". As principais traduções seriam apoiador e patrocinador. Arrimo, partidário, apostador, são outros significados, em tradução livre do inglês.
          Uma empresa familiar que nasceu da iniciativa de dois irmãos com o objetivo de suprir a demanda por cervejas especiais de qualidade. Inspirados pela coragem e persistência, os irmãos Lebbos decidiram que o sonho que tinham em comum iria se tornar realidade. Assim, aos pés da Serra do Curral e pelas mãos dos dois irmãos nasceu a Backer.  A inauguração da fábrica ocorreu em 2005.
          Após mais de uma década de trabalho, a Backer foi a pioneira mais uma vez: em 2011, na Argentina, foi a primeira cervejaria mineira a conquistar uma medalha no South Beer Cup.
          Dentre dezenas de outros prêmios, a medalha de Bronze conquistada pela Bravo (um dos estilos de cerveja da Backer) no European Beer Star – 2013 tem lugar especial na sala de troféus.
          Em 2014, a Cervejaria Backer investiu cerca de R$ 6 milhões na implantação do pátio cervejeiro no Bairro Olhos D’Água, na Região do Barreiro. No local, além da fábrica que pode ser visitada com prévio agendamento, há também um restaurante e uma loja de souvenirs.
          Em setembro de 2019, a Backer conquistou o título de melhor cerveja das Américas, com a marca Belorizontina ficando com a medalha de ouro, na Copa das Cervezas de América, um dos mais importantes do calendário internacional, realizado em Santiago. Além de chopp e cerveja, a Backer produz gin e uísque.
          Hoje, a Backer tem 22 marcas de cerveja e a capacidade de produção da fábrica é de até 300 mil litros por mês. A principal marca da cervejaria Backer é a cerveja Belorizontina. Outras marcas são: Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer D2, Backer Pilsen, Brown e Capixaba.
          Em janeiro de 2020, a Justiça manda interditar a fábrica da cervejaria em Belo Horizonte devido à presença de uma substância tóxica em lotes de cervejas.
          Em meados de março de 2020, dois fundos de investimento ajuizaram na Justiça de Minas Gerais pedidos de falência da Cervejaria Backer.
          Em 9 de junho de 2020, foi divulgada a conclusão do inquérito resultante da investigação da Polícia Civil de Minas Gerais sobre os casos de intoxicação por monoetilenoglicol e dietilenoglicol presentes nos produtos da cervejaria Backer, que resultou no indiciamento de 11 envolvidos. Ao todo, o inquérito lista 29 vítimas da síndrome nefroneural, doença causada pela contaminação por produtos tóxicos, sendo sete fatais. Há ainda outras 30 pessoas que reclamam terem sido intoxicadas, mas que estão em análises.
          O inquérito apontou técnicos da empresa como os principais responsáveis pela contaminação. Foram indiciados por homicídio culposo, lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentar o chefe de manutenção e seis técnicos do setor de produção. Três integrantes do comando da Backer foram indiciados por contaminação de produto alimentício e, dentro da legislação de Defesa do Consumidor, não dar publicidade a produto alimentar contaminado. Foi indiciado ainda testemunha que mentiu durante depoimento. Os nomes não foram revelados e nenhum pedido de prisão foi realizado.
          A contaminação da cerveja Belorizontina aconteceu devido a uma falha na solda do tanque em que a bebida era armazenada no processo de fabricação, porém o principal fator foi o uso dos anticongelantes tóxicos. "A questão principal não é nem qual dos dois produtos eles usavam, porque ambos são tóxicos. Há o manual do fabricante do tanque dizendo que, para produção de alimentícios, é preciso usar apenas produtos não-tóxicos", disse o delegado responsável pela investigação, Flávio Grossi. "Os produtos literalmente jorraram dentro do tanque. Se fossem produtos não-tóxicos não estaríamos aqui, o que poderia ter acontecido era uma alteração no sabor ou no teor alcoólico da cerveja", completou.
(Fonte: site da empresa / Site Aproxima / Notícias UOL 09.01.2020 / Valor - 13.03.2020 / UOL-OESP - 09.06.2020 - partes) 

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