A Lancia, uma das mais antigas produtoras de automóveis da Itália, teve seu início com a Fabrica di Velocipedi e Vetture Automobili Giovanni Ceirano, em Turim. Vincenzo Lancia, 16 anos, em 1898 começou a trabalhar na Ceirano como mecânico. Na época era fabricado um pequeno veículo chamado Welleyes. Em 1900 Giovani Agnelo comprou o automóvel, o maquinário e contratou todos os funcionários, além de promover Lancia a chefe agora com 19 anos.
O Welleyes, depois de refinado, transformou-se no primeiro Fiat. Essa empresa resolveu investir em competições para promover a marca, tendo como pilotos Lancia e depois Fogolin. Em 1906 os dois resolveram construir seus próprios carros. Um ano se passou e surgiu o protótipo. Mais um ano e a Lancia produzia em série. Até 1909 foram construídos mais de cem exemplares. O Lancia Theta (1913) foi o primeiro veículo europeu com iluminação elétrica. Milhares de Lancia foram vendidos e fizeram sucesso em corridas nos Estados Unidos e nas famosas Targa Flório. Depois da Primeira Guerra, foi desenvolvido um motor V12 7.8 litros.
A Lancia inovou com suspensões dianteiras independentes, com amortecedores hidráulicos e tanque de combustível estrutural, que colaborava com a rigidez dos chassis. Em 1937, a Aprilia tinha suspensão traseira independente e freios in bord, longe das rodas, para melhorar a suspensão.
Ao longo de sua história, a Lancia criou e reproduziu modelos surpreendentes em série, de competições e mesmo alguns conceituais. Em 1951, uma Aurelia B20 GT classificou-se em segundo lugar na famosa prova Mille Miglia, entusiasmando Vittorio Jano e Gianni Lancia (filho de Vincenzo) a preparar automóveis especiais para as 24 horas de Le Mans, Targa Florio, Carrera Panamericana, chegando sempre nos primeiros lugares.
Em 1953 apareceu o 3000 Sport, com motor de mais de 200 cv, um V6 com quatro comandos de válvulas. Esta versão venceu a Targa Florio. A sua evolução foi o D24, com motor de maior desempenho, 3.3 litros, de 265 cv de potência. Na Carrera Panamericana de 1953 a vitória foi de Juan Manuel Fangio, a bordo de um D24, com motor 3.1 litros. Outras vitórias importantes foram no Rally de Monte Carlo e Liège, com o modelo B20.
Um capítulo importante para a história começou a ser escrito em 1954 com o desenvolvimento do Formula 1, o D50. A distribuição dos componentes dos carros de Fórmula da época era motor dianteiro entre eixos, com os tanques de combustível e óleo suplementar montados atrás do eixo traseiro. Um problema era a variação do comportamento do veículo em curvas em função da quantidade de combustível.
Mais uma vez a Lancia inovou, instalando os tanques nas laterais, exatamente entre as rodas, proporcionando também um ganho de aerodinâmica. Nas provas de veículos esporte, os D24 e D25 continuaram a colecionar vitórias. Em 1955 a decisão de investir muito na F-1 começou a desequilibrar financeiramente a Lancia; era uma época em que não havia patrocinadores. Apesar de sucessos isolados, a equipe entregou tudo à Ferrari. Em 1956, Fangio foi o campeão mundial com um Lancia-Ferrari.
Depois da recuperação, surgiu o Flaminia (1956) e o Flavia (1960), com tração dianteira e freios a disco nas quatro rodas. O Fulvia (1963) tinha motor V4 1.1 litro. Em 1966 o Fulvia na versão 1.8 começou a vencer os mais importantes ralis do mundo. Em 1973, a Lancia tinha um novo bólido pronto, o Stratus, com objetivo de ganhar o campeonato mundial. Cerca de 500 unidades foram produzidas para homologação.
A carroceria em forma de cunha foi projetada pela Bertone, que cobria o motor V6 2.5 da Ferrari Dino. Foi campeã de 1974 e 1976. Existia uma versão com 300 cv que venceu várias provas, principalmente com Sandro Munari.
A Lancia pertence ao grupo italiano Fiat. Conserva a ambição de querer ser a alternativa italiana à Mercedes-Benz, e à luz de seu prestigioso passado, mereceria esforços e investimentos mais consideráveis.
(Fonte: jornal Gazeta Mercantil - 05.12.2000 / 19.12.2001 - Ricardo Bock - eng. automobilístico e professor FEI-SP - partes)
O Welleyes, depois de refinado, transformou-se no primeiro Fiat. Essa empresa resolveu investir em competições para promover a marca, tendo como pilotos Lancia e depois Fogolin. Em 1906 os dois resolveram construir seus próprios carros. Um ano se passou e surgiu o protótipo. Mais um ano e a Lancia produzia em série. Até 1909 foram construídos mais de cem exemplares. O Lancia Theta (1913) foi o primeiro veículo europeu com iluminação elétrica. Milhares de Lancia foram vendidos e fizeram sucesso em corridas nos Estados Unidos e nas famosas Targa Flório. Depois da Primeira Guerra, foi desenvolvido um motor V12 7.8 litros.
A Lancia inovou com suspensões dianteiras independentes, com amortecedores hidráulicos e tanque de combustível estrutural, que colaborava com a rigidez dos chassis. Em 1937, a Aprilia tinha suspensão traseira independente e freios in bord, longe das rodas, para melhorar a suspensão.
Ao longo de sua história, a Lancia criou e reproduziu modelos surpreendentes em série, de competições e mesmo alguns conceituais. Em 1951, uma Aurelia B20 GT classificou-se em segundo lugar na famosa prova Mille Miglia, entusiasmando Vittorio Jano e Gianni Lancia (filho de Vincenzo) a preparar automóveis especiais para as 24 horas de Le Mans, Targa Florio, Carrera Panamericana, chegando sempre nos primeiros lugares.
Em 1953 apareceu o 3000 Sport, com motor de mais de 200 cv, um V6 com quatro comandos de válvulas. Esta versão venceu a Targa Florio. A sua evolução foi o D24, com motor de maior desempenho, 3.3 litros, de 265 cv de potência. Na Carrera Panamericana de 1953 a vitória foi de Juan Manuel Fangio, a bordo de um D24, com motor 3.1 litros. Outras vitórias importantes foram no Rally de Monte Carlo e Liège, com o modelo B20.
Um capítulo importante para a história começou a ser escrito em 1954 com o desenvolvimento do Formula 1, o D50. A distribuição dos componentes dos carros de Fórmula da época era motor dianteiro entre eixos, com os tanques de combustível e óleo suplementar montados atrás do eixo traseiro. Um problema era a variação do comportamento do veículo em curvas em função da quantidade de combustível.
Mais uma vez a Lancia inovou, instalando os tanques nas laterais, exatamente entre as rodas, proporcionando também um ganho de aerodinâmica. Nas provas de veículos esporte, os D24 e D25 continuaram a colecionar vitórias. Em 1955 a decisão de investir muito na F-1 começou a desequilibrar financeiramente a Lancia; era uma época em que não havia patrocinadores. Apesar de sucessos isolados, a equipe entregou tudo à Ferrari. Em 1956, Fangio foi o campeão mundial com um Lancia-Ferrari.
Depois da recuperação, surgiu o Flaminia (1956) e o Flavia (1960), com tração dianteira e freios a disco nas quatro rodas. O Fulvia (1963) tinha motor V4 1.1 litro. Em 1966 o Fulvia na versão 1.8 começou a vencer os mais importantes ralis do mundo. Em 1973, a Lancia tinha um novo bólido pronto, o Stratus, com objetivo de ganhar o campeonato mundial. Cerca de 500 unidades foram produzidas para homologação.
A carroceria em forma de cunha foi projetada pela Bertone, que cobria o motor V6 2.5 da Ferrari Dino. Foi campeã de 1974 e 1976. Existia uma versão com 300 cv que venceu várias provas, principalmente com Sandro Munari.
A Lancia pertence ao grupo italiano Fiat. Conserva a ambição de querer ser a alternativa italiana à Mercedes-Benz, e à luz de seu prestigioso passado, mereceria esforços e investimentos mais consideráveis.
(Fonte: jornal Gazeta Mercantil - 05.12.2000 / 19.12.2001 - Ricardo Bock - eng. automobilístico e professor FEI-SP - partes)
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