Quando foi criada, em fevereiro de 1992, a DZ Engenharia Equipamentos e Sistemas foi festejada como o maior fabricante de máquinas e equipamentos para usinas de açúcar e álcool do país.
Era o casamento da Dedini, empresa do grupo Ometo, de Piracicaba, com a Zanini, da família Biagi, de Sertãozinho, no interior de São Paulo. Muito fácil foi definir o nome da nova companhia, usando a primeira letra das duas empresas participantes da fusão: DZ.
A DZ, segundo seus donos, teria forças que a Dedini e a Zanini não tiveram para enfrentar a crise do setor de bens de capital.
A empresa, porém, recebeu como herança dívidas de mais de 100 milhões de dólares de seus sócios. O valor era equivalente ao seu faturamento em 1992.
Mesmo após a fusão, a DZ tentou encontrar um terceiro parceiro que aportasse mais 50 milhões de dólares ao seu capital. Não conseguiu. Sondado à época, o empresário Roberto Vidigal, presidente da Confab, chegou a declarar à imprensa que aquele era "um casamento de fracassados".
Sem dinheiro e encomendas, as famílias Biagi e Ometo não se entenderam. De um lado estava Dovito Ometo, um homem que cultiva a discrição como se fosse uma religião. Já seu parceiro Maurílio Biagi adora os holofotes. Entre seu séquito de assessores, há uma secretária que só trabalha à noite. Sua função: telefonar, em nome do chefe, para clientes, autoridades e amigos cumprimentando-os na passagem de seus aniversários.
Biagi nunca concordou com a gestão da DZ, embora a empresa fosse tocada por um profissional. Ele queria concentrar a produção em sua cidade, Sertãozinho. Os Ometo recusaram-se a abandonar Piracicaba. As diferenças não se limitaram ao campo estratégico. "As pessoas ligadas a Zanini foram sendo eliminadas da DZ", diz Biagi. Há uma outra versão. "Ele queria ser o presidente", diz um consultor que acompanhou os primeiros anos da DZ.
O casamento durou apenas três anos. No final de 1994, o divórcio foi oficializado, deixando mágoas dos dois lados.
(Fonte: revista Exame - 22.05.1996)
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