A simpática senhora, que estampa o símbolo da rede de franquias Casa do Pão de Queijo, tem nome (e sobrenome): é Arthêmia Carneiro. Nascida em Monte Alegre, Minas Gerais, ela é mãe do fundador da rede de pães de queijo – e também responsável pela receita do alimento que dá nome à loja. Vovó Arthêmia, como era chamada, faleceu em 1997, aos 92 anos.
Por volta de 2001, a rede tinha aproximadamente 200 lojas, concentradas no eixo Rio-São Paulo. Depois de um fundo de investimento gerido pelo banco Pátria - com participações também na Fotoptica e na Diagnóstico da América - comprou 70% da família fundadora, em 2000, o crescimento se manteve num ritmo acelerado.
Como costuma acontecer num mercado altamente competitivo como o da alimentação, esse crescimento não ocorre sem percalços. Em determinado momento surgiu no mercado a suspeita de que, para reduzir custos, parte dos franqueados da rede estaria se abastecendo parcialmente na principal concorrente - a Forno de Minas. Essa prática foi confirmada por Fernando Falco, então presidente da General Mills, dona da Forno de Minas.
O presidente e sócio da Casa do Pão de Queijo, Alberto Carneiro Neto, afirmou na época que o relacionamento com seus franqueados era de boa qualidade. Mesmo assim, no início de 2004 ele contratou e empresa de auditoria Bureau Veritas para intensificar os mecanismos que garantissem que todos os franqueados cumprissem o combinado.
A empresa tem, só na cidade de São Paulo, 101 unidades (dados de julho de 2017).
(Fonte: revista Exame - 18.01.2006 / Exame.com (via MSN) - 22.02.2017 c/revista Superinteressante)
(Fonte: revista Exame - 18.01.2006 / Exame.com (via MSN) - 22.02.2017 c/revista Superinteressante)
A Casa do Pão de Queijo, uma rede líder de cafeterias no Brasil, foi fundada em 1967 pelo engenheiro Mário Carneiro, pai do atual presidente Alberto Carneiro Neto. A Casa do Pão de Queijo começou inicialmente com lojas próprias e se expandiu para 13 localidades ao longo de duas décadas.
Em 1987, a empresa mudou para um modelo de franquia para acelerar seu crescimento.
Em 1999, a empresa de investimentos Pátria adquiriu uma participação de 70% na companhia, que mais tarde foi vendida ao Standard Bank, um banco sul-africano, em 2009. No ano seguinte, as pressões regulatórias do Banco Central da África do Sul obrigaram o banco a alienar os seus investimentos. no Brasil, levando a família Carneiro a recuperar o controle total da empresa, posição que mantém até hoje.
A empresa teve “sólido crescimento” no início dos anos 2000, com destaque para operações bem-sucedidas em vários aeroportos administrados pela Infraero e sua expansão em aeroportos recém-privatizados, incluindo Guarulhos, Brasília, Galeão e Campinas.
Este surto de crescimento foi estimulado pela recuperação económica do Brasil e pela realização de eventos globais significativos, como o Campeonato do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Motivada por esses desenvolvimentos, a empresa buscou agressivamente uma maior expansão em 2018 e 2019, inaugurando mais lojas próprias nos aeroportos então recentemente privatizados de Fortaleza, Porto Alegre, Goiânia, Salvador e Vitória.
A pandemia impactou severamente a Casa do Pão de Queijo, com a empresa testemunhando uma queda surpreendente de 97% no faturamento nos primeiros três meses da pandemia, culminando em uma redução de 50% para o ano de 2020.
O efeito cascata da pandemia também fez com que muitos franqueados abandonassem as suas operações, diminuindo ainda mais as vendas dos produtos da empresa. As restrições à circulação forçaram a fábrica da empresa a interromper a produção várias vezes, prejudicando gravemente a produtividade.
No primeiro semestre de 2024, a Casa do Pão de Queijo fechou cinco de suas lojas próprias, sendo três localizadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos e duas no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. A empresa explicou que “optou por não renovar contratos” como justificativa para estes encerramentos. A rede continua operando lojas próprias em outros aeroportos.
Em 28 de junho de 2024, a Casa do Pão de Queijo iniciou uma recuperação judicial. Registrado em Campinas, o pedido inclui a CPQ Brasil e 28 filiais da empresa localizadas em aeroportos. Esta reorganização diz respeito apenas às lojas próprias da empresa, não afetando as 170 franquias da rede.
O documento descreve passivos de R$ 57,5 milhões que a rede pretende renegociar. Desse valor, R$ 244,3 mil são atribuídos a quotas de funcionários, R$ 55,8 milhões a credores gerais quirografários e R$ 1,3 milhão a credores identificados como micro e pequenas empresas. Os principais credores incluem os bancos Itaú e Santander, juntamente com o Aeroporto de Guarulhos.
Além disso, o documento menciona que uma dívida de R$ 53,2 milhões não está coberta pela reorganização, e há um passivo fiscal separado de R$ 28,7 milhões.
A Casa do Pão de Queijo divulgou reveses significativos devido à pandemia, agravados por problemas com parceria comercial. Além disso, um desastre climático no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, onde a rede opera quatro “lojas lucrativas e com fluxo de caixa significativo”, impactou severamente suas operações.
A empresa afirmou que as enchentes no aeroporto geraram um impacto financeiro negativo de R$ 1 milhão por mês em vendas perdidas, com perdas de EBITDA em torno de R$ 250 mil mensais. Consequentemente, a crise forçou a empresa a despedir 55 funcionários, agravando as suas dificuldades financeiras.
Em resposta, a Casa do Pão de Queijo solicitou ao tribunal que agilize a implementação do “período de suspensão”, uma suspensão de 180 dias nas ações judiciais e execuções contra o devedor, que pode ser prorrogado por mais 180 dias. A empresa busca a suspensão imediata de tais ações, enquanto se aguarda a decisão judicial de deferimento do pedido de recuperação judicial.
Num apelo urgente ao tribunal, a Casa do Pão de Queijo solicitou ao juiz que garantisse a continuação de todos os seus contratos de aluguer e evitasse a interrupção do fornecimento de energia elétrica às suas operações.
De acordo com o processo, as lojas recém-inauguradas em Fortaleza e Porto Alegre ainda estavam em seus estágios iniciais, sobrecarregados com dívidas significativas de financiamento. Ao mesmo tempo, as concessionárias aeroportuárias persistiram em cobrar altas taxas de aluguel.
Em 28 de junho de 2024, a Casa do Pão de Queijo iniciou uma recuperação judicial. Registrado em Campinas, o pedido inclui a CPQ Brasil e 28 filiais da empresa localizadas em aeroportos. Esta reorganização diz respeito apenas às lojas próprias da empresa, não afetando as 170 franquias da rede.
O documento descreve passivos de R$ 57,5 milhões que a rede pretende renegociar. Desse valor, R$ 244,3 mil são atribuídos a quotas de funcionários, R$ 55,8 milhões a credores gerais quirografários e R$ 1,3 milhão a credores identificados como micro e pequenas empresas. Os principais credores incluem os bancos Itaú e Santander, juntamente com o Aeroporto de Guarulhos.
Além disso, o documento menciona que uma dívida de R$ 53,2 milhões não está coberta pela reorganização, e há um passivo fiscal separado de R$ 28,7 milhões.
A Casa do Pão de Queijo divulgou reveses significativos devido à pandemia, agravados por problemas com parceria comercial. Além disso, um desastre climático no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, onde a rede opera quatro “lojas lucrativas e com fluxo de caixa significativo”, impactou severamente suas operações.
A empresa afirmou que as enchentes no aeroporto geraram um impacto financeiro negativo de R$ 1 milhão por mês em vendas perdidas, com perdas de EBITDA em torno de R$ 250 mil mensais. Consequentemente, a crise forçou a empresa a despedir 55 funcionários, agravando as suas dificuldades financeiras.
Em resposta, a Casa do Pão de Queijo solicitou ao tribunal que agilize a implementação do “período de suspensão”, uma suspensão de 180 dias nas ações judiciais e execuções contra o devedor, que pode ser prorrogado por mais 180 dias. A empresa busca a suspensão imediata de tais ações, enquanto se aguarda a decisão judicial de deferimento do pedido de recuperação judicial.
Num apelo urgente ao tribunal, a Casa do Pão de Queijo solicitou ao juiz que garantisse a continuação de todos os seus contratos de aluguer e evitasse a interrupção do fornecimento de energia elétrica às suas operações.
De acordo com o processo, as lojas recém-inauguradas em Fortaleza e Porto Alegre ainda estavam em seus estágios iniciais, sobrecarregados com dívidas significativas de financiamento. Ao mesmo tempo, as concessionárias aeroportuárias persistiram em cobrar altas taxas de aluguel.
(Fonte: jornal Valor - 02.07.2024)
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