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6 de out. de 2011

Casa do Pão de Queijo

          A simpática senhora, que estampa o símbolo da rede de franquias Casa do Pão de Queijo, tem nome (e sobrenome): é Arthêmia Carneiro. Nascida em Monte Alegre, Minas Gerais, ela é mãe do fundador da rede de pães de queijo – e também responsável pela receita do alimento que dá nome à loja. Vovó Arthêmia, como era chamada, faleceu em 1997, aos 92 anos.
          Por volta de 2001, a rede tinha aproximadamente 200 lojas, concentradas no eixo Rio-São Paulo. Depois de um fundo de investimento gerido pelo banco Pátria - com participações também na Fotoptica e na Diagnóstico da América - comprou 70% da família fundadora, em 2000, o crescimento se manteve num ritmo acelerado.
          Como costuma acontecer num mercado altamente competitivo como o da alimentação, esse crescimento não ocorre sem percalços. Em determinado momento surgiu no mercado a suspeita de que, para reduzir custos, parte dos franqueados da rede estaria se abastecendo parcialmente na principal concorrente - a Forno de Minas. Essa prática foi confirmada por Fernando Falco, então presidente da General Mills, dona da Forno de Minas.
          O presidente e sócio da Casa do Pão de Queijo, Alberto Carneiro Neto, afirmou na época que o relacionamento com seus franqueados era de boa qualidade. Mesmo assim, no início de 2004 ele contratou e empresa de auditoria Bureau Veritas para intensificar os mecanismos que garantissem que todos os franqueados cumprissem o combinado.
          A empresa tem, só na cidade de São Paulo, 101 unidades (dados de julho de 2017).
(Fonte: revista Exame - 18.01.2006 / Exame.com (via MSN) - 22.02.2017 c/revista Superinteressante)


Versão II
          A Casa do Pão de Queijo, uma rede líder de cafeterias no Brasil, foi fundada em 1967 pelo engenheiro Mário Carneiro, pai do atual presidente Alberto Carneiro Neto. A Casa do Pão de Queijo começou inicialmente com lojas próprias e se expandiu para 13 localidades ao longo de duas décadas.
          Em 1987, a empresa mudou para um modelo de franquia para acelerar seu crescimento.
          Em 1999, a empresa de investimentos Pátria adquiriu uma participação de 70% na companhia, que mais tarde foi vendida ao Standard Bank, um banco sul-africano, em 2009. No ano seguinte, as pressões regulatórias do Banco Central da África do Sul obrigaram o banco a alienar os seus investimentos. no Brasil, levando a família Carneiro a recuperar o controle total da empresa, posição que mantém até hoje.
          A empresa teve “sólido crescimento” no início dos anos 2000, com destaque para operações bem-sucedidas em vários aeroportos administrados pela Infraero e sua expansão em aeroportos recém-privatizados, incluindo Guarulhos, Brasília, Galeão e Campinas.
          Este surto de crescimento foi estimulado pela recuperação económica do Brasil e pela realização de eventos globais significativos, como o Campeonato do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Motivada por esses desenvolvimentos, a empresa buscou agressivamente uma maior expansão em 2018 e 2019, inaugurando mais lojas próprias nos aeroportos então recentemente privatizados de Fortaleza, Porto Alegre, Goiânia, Salvador e Vitória.
          A pandemia impactou severamente a Casa do Pão de Queijo, com a empresa testemunhando uma queda surpreendente de 97% no faturamento nos primeiros três meses da pandemia, culminando em uma redução de 50% para o ano de 2020.
          O efeito cascata da pandemia também fez com que muitos franqueados abandonassem as suas operações, diminuindo ainda mais as vendas dos produtos da empresa. As restrições à circulação forçaram a fábrica da empresa a interromper a produção várias vezes, prejudicando gravemente a produtividade.
          No primeiro semestre de 2024, a Casa do Pão de Queijo fechou cinco de suas lojas próprias, sendo três localizadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos e duas no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. A empresa explicou que “optou por não renovar contratos” como justificativa para estes encerramentos. A rede continua operando lojas próprias em outros aeroportos.
          Em 28 de junho de 2024, a Casa do Pão de Queijo iniciou uma recuperação judicial. Registrado em Campinas, o pedido inclui a CPQ Brasil e 28 filiais da empresa localizadas em aeroportos. Esta reorganização diz respeito apenas às lojas próprias da empresa, não afetando as 170 franquias da rede.
          O documento descreve passivos de R$ 57,5 ​​milhões que a rede pretende renegociar. Desse valor, R$ 244,3 mil são atribuídos a quotas de funcionários, R$ 55,8 milhões a credores gerais quirografários e R$ 1,3 milhão a credores identificados como micro e pequenas empresas. Os principais credores incluem os bancos Itaú e Santander, juntamente com o Aeroporto de Guarulhos.
          Além disso, o documento menciona que uma dívida de R$ 53,2 milhões não está coberta pela reorganização, e há um passivo fiscal separado de R$ 28,7 milhões.
          A Casa do Pão de Queijo divulgou reveses significativos devido à pandemia, agravados por problemas com parceria comercial. Além disso, um desastre climático no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, onde a rede opera quatro “lojas lucrativas e com fluxo de caixa significativo”, impactou severamente suas operações.
          A empresa afirmou que as enchentes no aeroporto geraram um impacto financeiro negativo de R$ 1 milhão por mês em vendas perdidas, com perdas de EBITDA em torno de R$ 250 mil mensais. Consequentemente, a crise forçou a empresa a despedir 55 funcionários, agravando as suas dificuldades financeiras.
          Em resposta, a Casa do Pão de Queijo solicitou ao tribunal que agilize a implementação do “período de suspensão”, uma suspensão de 180 dias nas ações judiciais e execuções contra o devedor, que pode ser prorrogado por mais 180 dias. A empresa busca a suspensão imediata de tais ações, enquanto se aguarda a decisão judicial de deferimento do pedido de recuperação judicial.
          Num apelo urgente ao tribunal, a Casa do Pão de Queijo solicitou ao juiz que garantisse a continuação de todos os seus contratos de aluguer e evitasse a interrupção do fornecimento de energia elétrica às suas operações.
          De acordo com o processo, as lojas recém-inauguradas em Fortaleza e Porto Alegre ainda estavam em seus estágios iniciais, sobrecarregados com dívidas significativas de financiamento. Ao mesmo tempo, as concessionárias aeroportuárias persistiram em cobrar altas taxas de aluguel.
(Fonte: jornal Valor - 02.07.2024)

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