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6 de out. de 2011

Groupon / Peixe Urbano

Groupon       
          O Groupon foi fundado em 2008 por Andrew Mason, e ganhou fama, entre outras coisas, por criar do zero a bilionária indústria dos cupons online de desconto. Foi o primeiro site de compras coletivas do mundo. Por qualquer medida que se adote, o crescimento do Groupon foi avassalador. A empresa gerava quase quatro vezes o faturamento do Google no mesmo estágio.
          Ao fundar o negócio dos cupons online, o Groupon se consagrou como uma das companhias que cresceram mais rapidamente em toda a história. As compras coletivas, segmento do comércio eletrônico inteiramente novo, são tidas como a primeira real aproximação entre a web e o enorme mercado de comerciantes locais.
          No início de dezembro de 2010, o Groupon causou surpresa ao rejeitar uma oferta de compra do Google, de 6 bilhões de dólares (se concretizada, essa seria a maior aquisição da empresa de Sergei Brim e Larry Page, até então).
          Em meados de 2011, a imagem da empresa começara a andar de lado. Em junho, o Groupon registrou sua intenção em abrir o capital. Foi um mau começo. A pedido da Securities and Exchange Commission, órgão que regula os mercados americanos, a empresa teve de mudar por duas vezes algumas métricas contábeis tidas como "pouco usuais".
          No fim de setembro de 2011, o Groupon perdeu misteriosamente sua chefe de operações para o Google, o que levantou mais um sinal vermelho sobre sua capacidade de migrar de um negócio de fato robusto e lucrativo.
          Para funcionários do Groupon, a oferta inicial de ações de uma das maiores sensações da internet, demarcada para 4 de novembro de 2011, foi aguardada com grande expectativa. Um mês antes do IPO, os 10.000 funcionários foram avisados de que poderiam vender suas ações no grande dia. Em uma mensagem poucas horas antes do início das negociações, porém, um vice-presidente se desculpou por um mal-entendido: empregados na verdade teriam de esperar 180 dias para vender suas ações. Ooops.
          O IPO, porém, foi um sucesso incontestável e levantou 700 milhões de dólares. No final do primeiro dia, as ações ofertadas haviam subido mais de 30%, o que puxou a valorização da companhia para mais de 16 bilhões de dólares.
          A febre das compras coletivas logo ganhou o mundo. Milhares de sites que imitavam o Groupon brotaram de todos os lados. Apenas no Brasil, em novembro de 2011, estimava-se que existiam mais de 2.000 sites deles em atividade.
          Andrew Mason, fundador e presidente da companhia conhecido por suas piadas e humor pouco convencional para um executivo de sua estatura, ficou sob enorme pressão e foi assumindo um verniz cada vez mais comportado.
          Concomitantemente ao IPO, o ritmo de crescimento desacelerou vertiginosamente. Dos impressionantes 111% de crescimento no último trimestre de 2010, o Groupon teve a expansão de apenas 10% no terceiro trimestre de 2011. Então já líder nos mercados americano, Europa e América Latina, as alternativas de expansão começaram a minguar.
          Outro sustentáculo de crescimento da empresa até então fora o modelo de negócios em que o Groupon ficava com 50% do faturamento sobre cada cupom vendido. Com o aumento da competição de outros similares, o dinheiro que entra em cada promoção tende a diminuir. Mason vinha pressionando sua equipe de venda para conseguir descontos agressivos e bater metas ambiciosas. Mas, com cada vez mais concorrência, esses eram objetivos cada vez mais distantes, já que comerciantes podiam optar por fazer promoções com competidores como LivingSocial ou Peixe Urbano.
          Com 150 milhões de assinantes mundo afora a receber e-mails com promoções diariamente, seria possível manter um nível de faturamento alto e regular sem precisar incrementar investimentos para a captura de novos usuários. Era o raciocínio da empresa. Com a desaceleração de seu principal negócio, a companhia corria para apresentar alternativas de crescimento. Uma dessas iniciativas foi o Groupon Now!, que oferecia descontos relâmpago a usuários de smartphones.

Peixe Urbano
          O Peixe Urbano, fundado no início de 2010, no Rio de Janeiro, foi o primeiro site de compras coletivas do Brasil.
          Em dezembro de 2010, o apresentador Luciano Huck comprou, por valores não revelados, 5% do Peixe Urbano.
          Em 2014, houve um aporte da chinesa Baidu, que se tornou sócia majoritária.
          Em 2017, a empresa carioca, que se mudou para Florianópolis, a capital catarinense.
          Em novembro de 2017, o fundo de investimento latino-americano Mountain Nazca, responsável pela operação do Groupon América Latina, adquiriu as operações do Peixe Urbano e realizou a fusão entre as empresas.
          Em 2019, com a redução na venda de cupons de ofertas, numa tentativa de se reinventar, o Peixe Urbano se tornou também uma fintech e passou a oferecer o Peixe Pay – uma carteira digital – como produto, mas a adesão também não surtiu o efeito financeiro esperado para os cofres da empresa.
          O Peixe Urbano chegou a ter mais de 45 milhões de usuários cadastrados.
          Em março de 2020, quando a empresa completou 10 anos, houve uma sequência de demissões. Os funcionários que permaneceram na empresa começaram a sofrer com atrasos no salário.

Groupon/Peixe Urbano
          Em 2017, o Groupon e o Peixe Urbano se uniram. As duas maiores redes de compras coletivas do Brasil passaram a atuar juntas. Ambos os sites se mantiveram, com descontos e promoções independentes, e o negócio só valeu para o braço brasileiro da empresa americana, o Groupon. O valor da transação não foi divulgado
(Fonte: revista Exame - 29.12.2010 / 16.11.2011 / nd+ - 14.02.2021 - partes)

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