Total de visualizações de página

30 de out. de 2011

Banespa

          Em 1909, foi criado o Banco de Crédito Hipotecário e Agrícola do Estado de São Paulo, rebatizado em 1926 de Banespa - Banco do Estado de São Paulo S.A.     
          Em 1947, inspirado nas linhas modernas do Empire State Building, de Nova York, o prédio do Banespa, no centro da capital de São Paulo, torna-se um dos cartões postais da cidade.
          No início de setembro de 1994, o diretor de assuntos internacionais do Banco Central, o economista Gustavo Franco, recebeu, em Brasília, a visita de dois diretores de um dos grandes bancos privados que sustentavam o giro dos papéis do Tesouro paulista carregados pelo Banespa. Os executivos queriam saber se ele não achava muito arriscada a posição do banco, diante da decisão do governo de aumentar o compulsório sobre o CDB e depósitos de poupança, medida que afetaria diretamente a capacidade do Banespa de alavancar recursos. "Por mim, o Banespa que quebre", disse Franco. No mesmo dia, o banco privado deixou de financiar o Banespa, aumentando o risco de quebrar.
          Em 2000, o Banespa é adquirido pelo banco espanhol Santander, em leilão de privatização. Foi quando o Santander selou a entrada definitiva no Brasil. A grande tacada na compra do Banespa fez o Santander desembolsar 7 bilhões de reais, correspondente a 3 bilhões de dólares. Com o negócio, o Santander pôs as mãos numa potência com 578 agências, quase 3 milhões de clientes e forte inserção em São Paulo, o estado mais rico da país.
          Mas, as diferenças culturais atrapalharam os novos donos. Os espanhóis subestimaram o peso da herança estatal. "Os funcionários do Banespa conviveram com mudanças de governo durante décadas", disse um consultor. "Eles desenvolveram um forte corporativismo para manter o banco funcionando apesar das interferências políticas." Ao promover um programa de demissão voluntária, que ceifou quase um terço dos empregos, e implantar metas rígidas de produção e avaliação por resultados, o Santander provocou  muitas reações contrárias. O colombiano Gabriel Jaramillo, presidente do Santander Banespa, referindo-se à situação de fins de 2003, destacou: "Foi bom, porque as pessoas com disposição para enfrentar desafios hoje têm espaço para desenvolver seu potencial. Esses funcionários hoje se sentem valorizados e prestigiados."
          O Santander lidou durante muitos anos com o desafio de digerir o nome Banespa, herdado com a compra. A ideia inicial era manter os nomes Santander e Banespa separados, mas em 2005 o banco lançou uma surpreendente campanha de marketing avaliada em 100 milhões de dólares, uma das mais caras já feitas no Brasil, para divulgar o novo nome, Santander Banespa. A ideia parecia ser, com o tempo, preparar o fim da marca Banespa, mas, oficialmente, a direção do banco negava a intenção de matar a marca.
(Fonte: revista Exame - 28.09.1994 / 15.10.2003 / 10.12.2003 - partes)

Nenhum comentário: