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6 de out. de 2011

Camil

          A Camil iniciou suas atividades no começo de 1963, quando Jairo Quartiero deixou o seminário e virou caminhoneiro na cidade de Itaqui, no Rio Grande do Sul, transportando arroz até São Paulo. Em meio à tendência verificada no setor arrozeiro brasileiro, houve a migração do cultivo do arroz da região central do Brasil para o sul do país, sob a forma da Cooperativa Agrícola Mista Itaquiense Ltda. em um armazém na cidade de Itaqui.
          Em 1971 foi alugado o primeiro galpão para comprar e revender arroz de diversas marcas, dando força à migração do cultivo do grão da região central para o sul do país.
          Em 1974, de forma pioneira no setor, a empresa começou a distribuir arroz em embalagens plásticas de 5 kg, situação atualmente consolidada pelo mercado. No ano seguinte, expandiu as operações ao inaugurar o primeiro centro de armazenamento, distribuição e atendimento ao cliente, na cidade de São Paulo.
          Em 1985, foi implantado um moinho de arroz, também na cidade de São Paulo. Dois anos depois, em 1987, os negócios se expandiram com o início da comercialização de feijão com a própria marca “Camil”.
          O processo de internacionalização da empresa, iniciado em 2007, fez com que outras empresas, bem como suas marcas, passassem a fazer parte do portfólio da Camil. Nesse ano, a Camil adquiriu a uruguaia Saman, líder no mercado uruguaio de arroz, com 50% de participação local e 91% de sua produção direcionada à exportação. A Camil comprou a empresa chilena Tucapel, em 2009, também líder no país no segmento de beneficiamento de arroz, cujo destino é 100% voltado para o consumo local. Era ainda uma época em que a Camil era só uma empresa de arroz e feijão.
          Em setembro de 2010, a Camil adquiriu o complexo industrial produtor de arroz da BB Mendes no estado do Maranhão e se tornou proprietária das marcas Bom Maranhense e Mais Saboroso.
          Um impulso maior na diversificação de seu portfólio começou a ser dado em 2011. Em outubro, fez acordo para a compra da produtora de peixe enlatado Coqueiro, que pertencia à Pepsico.
          Em maio de 2012, a Camil comprou a Cosan Alimentos, proprietária das marcas de açúcar União e Da Barra, pagando ao grupo Cosan R$ 345 milhões. Pelo acordo, o usineiro Rubens Ometto, dono da Cosan, passou a deter uma parte importante da Camil.
          Também em 2012, expandiu seus negócios para o Uruguai, Chile e Peru. O açúcar União é distribuído pela Camil Alimentos de Sertãozinho (SP) e produzido pela Camil de Sertãozinho, Rio de Janeiro, Tarumã (SP) (Raízen Paraguaçu), Barra Bonita (SP) (Raízen Energia).
          A Camil fez sua IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês), em 2017.
          Demorou dez anos, durante os quais houve três "sérias" tentativas, para a Camil convencer a família Logemann a vender a SLC Alimentos. Com o longo namoro com os donos do Grupo SLC, que também controla a SLC Agrícola, a intenção era expandir a atuação nas chamadas "categorias de entrada" dos mercados de arroz e feijão, principalmente com a marca Namorado, e chegar a regiões do país onde a presença da empresa era tímida.
          O acordo finalmente foi levado a cabo em 26 de outubro de 2018, por R$ 308 milhões. A aquisição permitirá à Camil melhorar sua participação nas regiões Norte e Centro-Oeste. A SLC Alimentos possui planta em Paraíso do Tocantins (TO) e um centro de distribuição em Conceição do Araguaia (PA). A capacidade de produção de cereais da Camil passaria de 668.500 para 889.500 toneladas anuais.
          A marca Namorado da SLC Alimentos se somará à marca Pop da Camil. A SLC tem também as marcas Butuí, Bonzão e Americano, que também passam para o portfólio da Camil.
          Em agosto de 2018, a Camil deixa a Argentina ao vender a La Loma Alimentos.
          A Camil está sendo comandada pela segunda geração da família Quartiero. Luciano Quartiero, filho do fundador, é o CEO, e integrantes da terceira geração da família já acompanham de perto os negócios da empresa.
          O leque de marcas é bem diversificado: Camil, Namorado, União, Da Barra, Neve, Duçula e Coqueiro, no Brasil; Saman, no Uruguai; Costeño e Paisana, no Peru e Tucapel, no Chile.
          Em 16 de agosto de 2021, a Camil acertou a compra, por R$ 410 milhões, da Pastifício Santa Amália, controlada pelo grupo peruano Alicorp e cujo faturamento anual gira em torno de R$ 500 milhões. Dona de 41,5% de participação no mercado mineiro de massas — 7% no Brasil —, a Santa Amália permitirá a entrada da Camil na área de derivados de farinha e permitirá o avanço da empresa em Minas Gerais. Em 1º de novembro de 2021, a Camil informa que concluiu a aquisição da Pastifício Santa Amália e que marca sua entrada no segmento de massas.
          Considerando dados de 2019, a Camil tem receita anual de R$ 4,7 bilhões. Possui 9% de market share no segmento arroz e 5,5% no setor de feijão.
          A Camil possui 26 plantas, sendo 12 no Brasil, 9 no Uruguai, 3 no Chile, e 2 no Peru, todas estrategicamente localizadas próximas aos seus fornecedores. No total, possui aproximadamente 5,5 mil colaboradores.
          Em 13 de setembro de 2021, a Camil informou que fechou acordo com a JDE Brasil para adquirir as marcas de café compostas do termo “Seleto” registradas no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi). Os valores não foram divulgados e a conclusão do negócio depende de aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo a companhia, a operação está alinhada com sua estratégia de diversificação de categoria e que o negócio marcará a entrada da empresa no segmento de café.
          Em 16 de setembro de 2021, a Camil informou que sua controlada Camilatam Ecuador concluiu a aquisição de negócios de produção e processamento de arroz Dajahu, inaugurando a entrada da empresa no mercado equatoriano.
          Em 9 de dezembro de 2021, a Camil Alimentos adquiriu 100% da participação da companhia uruguaia Silcom, dona das marcas La Abundancia, Bambina, Don Frutero e Metro, que atua no ramo de frutas secas, sementes, molhos e azeites. O negócio, realizado por meio da subsidiária Saman, não teve valores revelados. O faturamento aproximado da empresa adquirida foi de US$ 23 milhões em 2020. Em fins de março de 2022, a Camil concluiu a aquisição da Silcom.
          Em 16 de dezembro de 2021, a Camil se torna a nova acionista controladora das companhias Café Bom Dia e Agro Coffee, ambas em recuperação judicial. Mediante a integralização de aproximadamente R$ 62 milhões, a Camil terá  97,71% do capital social da Café Bom Dia e, com mais R$ 1 milhão em aumento de capital, alcançará 90,33% de participação da Agro Coffee.
          Tendo ganhado o reconhecimento de alto renome no mercado da marca União em 2021, a Camil celebra, em 2022, o retorno do Café União. Com isso, a Camil passou a atuar com quatro marcas de café no mercado brasileiro: União, Seleto, Bom Dia e Sul de Minas.
          Desde julho de 2021, a meados de 2022, a Camil fez cinco aquisições, em linha com a estratégia previamente anunciada pelo CEO. A primeira foi a Dajahu, no mercado de arroz do Equador. Em agosto do ano passado, a companhia comprou a Santa Amália e entrou na área de massas. Em setembro, foi a vez da incorporação da marca Seleto, de café, e o anúncio de investimento na empresa Café Bom Dia, com o relançamento da marca União também no mercado café. Em dezembro, a companhia anunciou a compra da Silcom, no Uruguai, de produtos saudáveis. Nessas cinco transações, a Camil investiu R$ 848 milhões.
          A Camil anunciou na manhã de 23 de agosto de 2022 sua entrada na categoria de biscoitos com a compra da Mabel, uma empresa da americana Pepsico. A transação também estabelece que a Camil poderá usar a marca Toddy em biscoitos pelo prazo de dez anos. O valor da aquisição, que depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), teria sido de R$ 152 milhões. Segundo Luciano Quartiero, CEO da Camil, o negócio poderá agregar, após o sinal verde e no médio prazo, cerca de R$ 1 bilhão por ano ao faturamento da companhia. Segundo as empresas, a linha Toddy de cookies é a segunda maior em vendas no país, com lembrança acima de 98% pelo consumidor. Além da Toddy biscoitos, a aquisição contempla as marcas Doce Vida, Mirabel, Elbi´s e Pavesino. Também estão incluídas no negócio as plantas industriais de Aparecida de Goiânia (GO) e Itaporanga D´Ajuda (SE), com cerca de 800 colaboradores no total. Segundo Quartiero, as duas unidades têm capacidade ociosa, o que fortalece o potencial de crescimento da operação - que também envolve outros ativos que produzem os cookies Toddy.
          No ano fiscal 2021, encerrado em fevereiro, o faturamento da Camil chegou a R$ 10,26 bilhões.
          Em 5 de setembro de 2024, a Camil Alimentos anunciou a compra de 80% das ações do grupo Villa Oliva Rice, no Paraguai. Na prática, a Camil vai adquirir da West Yorkshire Assets 100% do capital social da Rice Paraguay e, com isso, indiretamente comprará as ações representativas de 80% da paraguaia Villa Oliva Rice, conforme comunicado. O valor do negócio não foi reveladoA aquisição foi feita pelo CEO da Camil, Luciano Quartiero, que também é membro da família controladora da empresa. A Villa Oliva Rice é uma companhia paraguaia que possui imóveis rurais, atividades agrícolas, operações industriais e ativos relacionados à produção, industrialização, beneficiamento e comercialização de arroz. A aquisição faz parte da estratégia de expansão internacional da Camil, que pretende diversificar e melhorar a competitividade da origem do arroz. A Camil não pretende ter imóveis rurais, mas a compra foi necessária para cumprir exigências legais no Paraguai. As empresas continuarão a operar de forma independente até a conclusão da operação.
(Fonte: FocoRegional - 29.05.2012 / jornal Valor - 30.10.2018 / / 17.08.2021 / 13.09.2021 / 16.09.2021 / 01.11.2021 / 10.12.2021 / Eleven Financial - 16.12.2021 / site da empresa / Valor 23.08.2022 / 08.12.2022 / 06.09.3034 / InfoMoney - 06.09.2024 - partes)

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