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5 de out. de 2011

LVMH / Louis Vuitton

Louis Vuitton       
          Em 1854, Louis Vuitton fabrica as primeiras malas para a imperatriz Eugenie, esposa do imperador Napoleão III, da França.
          Uma visita à primeira fábrica da Louis Vuitton, em Asniéres, no subúrbio de Paris, dá uma pequena amostra de como a empresa funciona. Construído em 1859, atrás da casa que já abrigou sete gerações da família Vuitton, o imenso galpão foi reformado em 2005. Mas, apesar de ainda ser chamado de oficina, e os funcionários, de artesãos, por dentro o clima é o mesmo de uma linha de produção - e o sistema de lá foi igualmente adotado nas outras 13 fábricas ao redor do mundo. Cada uma tem, no máximo, 250 funcionários, que trabalham num esquema inspirado no modelo da Toyota. Em vez de um "artesão" fazer uma bolsa do começo ao fim, como antes, as funções foram divididas. Cada bolsa é feita por grupos de seis a 12 funcionários.
          Georges Vuitton, filho de fundador, cria, em 1896, o famoso monograma com as iniciais LV cercadas de losangos, estrelas e cores, em uma tentativa de dificultar falsificações.
          Com a Segunda Guerra, em 1945 a família Vuitton se divide. Parte se alia aos nazistas para garantir que a empresa continue funcionando.
          Em 1977, Henry Recamier, genro da matriarca Renée Vuitton, assume a companhia e inicia a verticalização dos negócios. A empresa, com duas lojas, alcança vendas de 12 milhões de dólares e lucro de 1,2 milhão de dólares.
          A empresa abre o capital em Paris e Nova York, em 1984. E registra vendas de 143 milhões de dólares e lucro de 22 milhões de dólares.

LVMH
          LVMH surgiu em 1987 a partir da fusão entre a casa de moda Louis Vuitton e a produtora de champanhe e conhaque Moët Hennessy.
          Voltando a 1984, um valor simbólico de 1 franco francês, foi tudo que Bernard Arnault, nascido em 1949, pagou pela Boussac, uma empresa têxtil quase falida.
          De início, Arnault foi atraído pela Boussac porque a empresa têxtil deficitária era dona de uma joia em particular que ele queria ter em suas mãos: a marca de luxo Christian Dior. Arnault usou a marca como base a partir da qual promoveu outras cerca de 40 aquisições.
          Depois de Boussac, o empresário francês voltou às compras em 1989, quando arquitetou a aquisição de uma participação majoritária na LVMH
          Na sequência, em 1990 tirou o presidente da Louis Vuitton, Henry Racamier, da empresa que era da família dele. Arnault prosseguiu valendo-se das mesmas táticas demitindo fundadores, dividindo famílias ou criando dissidências entre sócios para conseguir compras, como as da grife Givenchy, da Château d'Yquem e da Duty Free Shoppers.
          Em meados da década de 1990, assume o comando mundial da Louis Vuitton Yves Carcelle que junto com Antoine Arnault dão continuidade ao mais bem-sucedido e mais duradouro caso de sucesso da indústria de luxo mundial: a Louis Vuitton.
          Entre 1995 e 1999, comprou as marcas de moda Celine, Loewe, os perfumes Krug e a relojoarias Tag Heurer e Zenith. Em 1997, Marc Jacobs é contratado para desenhar coleções de prêt-à-porter da Louis Vuitton e faz o primeiro desfile da grife em Paris.
          De 2000 a 2004, comprou 67% da marca de moda italiana Emílio Pucci, a Fendi, a La Samaritaine e as bebidas Belvedere.
          Entre 2005 e 2009, comprou os Hotels Cheval Blanc, o jornal francês de negócios "Les Echos" e os relógios Hublot (2008).
          Em 2008, o grupo torna-se a maior empresa do mercado de luxo do mundo, com faturamento de 24 bilhões de dólares e lucro liquido de 5,2 bilhões de dólares.
          De 2010 a 2014, compra a Moynat (moda) e dobra o negócio de relógios e joias ao comprar o controle da Bulgari e adquire a Nicholas Kirkwood.
          Entre 2015 e 2018, comprou o jornal "Le Parisien" e a marca de moda e perfumes Fenty Beauty, da cantora Rhanna.
          Arnault tem usado as aquisições como forma de expandir-se além das raízes da LVMH e entrar em novos segmentos dentro do mercado de luxo.
          Em 2006, por exemplo, comprou o grupo de hotelaria Hotels Cheval Blanc. Em dezembro de 2018, avançou ainda mais no segmento de "experiências de luxo", com a aquisição, por US$ 3,2 bilhões, do grupo londrino de viagens e hotéis Belmond, dono do Hotel Cipriani, em Veneza, e da empresa ferroviária Venice Simplon-Orient-Express.
          Sua maior derrota foi em 1999, quando o industrial francês François Pinault saiu vitorioso contra ele na longa e amarga batalha pelo controle da marca italiana de luxo Gucci. Pinault usou a Gucci como eixo para construir se próprio império de luxo: a Kering.
          A outra derrota notável de Arnault foi a Hermès, marca francesa famosa, conhecida pelas bolsas Birkin e por seus xales de seda. Por volta de 2009, a LVMH começou secretamente a acumular ações na Hermès, usando contratos de derivativos em diferentes bancos para ficar abaixo dos limites de divulgação obrigatória. Em  2010, veio a lume a notícia que a LVMH era dona de 17% da empresa. A família Dumas, que era dona da Hermès, foi aos tribunais e conseguiu impedir que a LVMH e a família Arnault tentassem uma aquisição do controle.
          Em novembro de 2019, a LVMH adquire a joalheria americana Tiffany & Co. por US$ 16,6 bilhões, incluindo dívidas.
          O império de luxo da LVMH engloba 75 marcas, entre elas algumas referências mundiais como Dior, Louis Vuitton, Givenchy, Fendi, Marc Jacobs, Tag Heuer e Moët Chandon. O grupo atua em três segmentos principais. No varejo, é dona da cadeia Sephora, especializada em perfumes, produtos de beleza e maquiagens, com mais de 500 lojas ao redor do mundo. No setor de joias e relógios, em 1999 o grupo comprou a Tag Heuer, empresa de relógios de 150 anos de história. A marca Zenith e a joalheria De Beers também pertencem ao grupo, assim como Bulgari e Tiffany's. No segmento de bebidas, são mais de 20 empresas entre elas Moët&Chandon, Veuve Clicquot, Dom Pérignon. Uma das mais antigas é a Hennessy, fundada em 1765 e comprada em 1987. Ela é o "H" do grupo LVMH. Outra frente de operação da LVMH é o ramo de hotelaria e experiências, que ganhou força em 2021 com a aquisição do grupo Belmond, que geria 46 hotéis, trens e cruzeiros.
          A Arnault Family Group, empresa gestora da riqueza de Bernard Arnault e de seus familiares (sendo que seus cinco filhos atuam em posições de comando nas empresas da LVMH), detém cerca de 50% das ações da LVMH e mais da metade do capital de voto do grupo.
          A gestão de Arnault transformou o mundo do luxo, deslocando a direção criativa a um plano que equilibra relevância de marca e inovação com gordas receitas. O executivo foi um dos responsáveis por relegar ao passado uma história padrão no mundo da alta costura: grifes consagradas mas financeiramente quebradas. Aliás, foi sobre essas brechas que o grupo cresceu, comprando grandes maisons (caso da Dior) a preço de pechincha.
          Considerando o ano de 2021, o grupo Louis Vuitton teve faturamento de 56,5 bilhões de euros.
          Na sexta-feira, 1 de dezembro de 2023, a Louis Vuitton inaugura uma nova loja no Shops Jardins (grupo JHSF). A abertura será marcada por um show do cantor Silva. Para a Vuitton, esta inauguração marca o retorno da grife à rua onde inaugurou, no final dos anos 1980, sua primeira boutique em solo nacional. Com mais de 330 m² e localizada no térreo do Shops Jardins, a nova Louis Vuitton oferecerá uma seleção de produtos femininos e masculinos, artigos de couro e calçados, além de um espaço dedicado à linha “gifting”, com peças que desembarcam pela primeira vez no Brasil e que incluem itens esportivos e objetos para casa. Além disso, exclusivamente para a inauguração, o novo espaço apresenta uma seleção exclusiva de joias. A maison aposta em uma nova linguagem visual que busca refletir e fortalecer a cultura brasileira nos detalhes da construção, com móveis de designers nacionais, como Sérgio Rodrigues, além de tapeçaria com assinatura de Nani Chinellato.
          Em 2023, o grupo LVMH alcançou 86 bilhões de euros em vendas.
          Em janeiro de 2024, Bernard Arnault, então como o homem mais rico do mundo, anunciou que dois de seus cinco filhos entraram no conselho de administração do grupo.
(Fonte: revista Exame - 17.12.2008 / jornal Valor - 07.11.2019 / 02.01.2020 / 16.12.2022 / Estadão -01.12.2023 / Valor - 29.01.2024 - partes)

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