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31 de out. de 2011

Assaí

          A rede Assaí (Asahi significa "sol nascente" em japonês) foi fundada em 1974, na cidade de São Paulo, por Rodolfo Jungi Nagai, nascido em 1953. Por volta de 1972, Nagai abriu uma pequena barraca de frutas e bebidas na Vila Carrão, zona leste de São Paulo. Para faturar um pouco mais, decidiu revender mussarela, requeijão, palmito e farinha a amigos que tinham pizzarias e vendiam pasteis em feiras livres.
          Por quase 25 anos, a clientela manteve-se fiel, mas estável, e o desempenho do Assai, modesto. Até o fim dos anos 1990, Nagai continuava na mesma loja da Vila Carrão. Foi quando o consumo explodiu: Nagai foi favorecido diretamente pela injeção de dinheiro recebido pela classe C nos anos que se seguiram ao Plano Real e passou a inaugurar duas lojas por ano.
          O Assaí atua no chamado "atacarejo", com a venda de produtos no atacado para pequenos negócios, como pizzarias e restaurantes. Mas, o consumidor final também está presente frente às suas gôndolas. Além da mussarela, o Assai é especializado na venda de salsichas, hambúrgueres e pães de cachorro-quente.
          Em 2007, o Assaí passou a pertencer, em parte, ao GPA (Grupo Pão de Açúcar), que entrou no segmento de atacarejo ao comprar 60% do capital. No momento do negócio o grupo Pão de Açúcar era o segundo varejista do país, atrás do Carrefour, que havia comprado a rede Atacadão. Por 208 milhões de reais, o negócio fez a rede de Abilio Diniz encostar no grupo francês. Nagai foi escalado para comandar uma brutal expansão planejada pelos novos sócios.
          Em julho de 2009, o GPA comprou os outros 40% do capital do Assaí por 175 milhões de reais. Pouco antes disso, em palestra proferida em São Paulo em 18 de maio de 2009, Abilio Diniz chegou a dizer que atacarejo era "modelo da moda": "O momento é de surfar nesta onda (do atacarejo), que tem mais de dois metros e meio de altura, porque depois o mar vai ficar liso e ninguém mais vai surfar". Abilio não especificou qual seria o possível momento de declínio desse formato de negócio.
          E a realidade se mostrou outra. A partir das 14 lojas iniciais em 2007, todas na cidade de São Paulo, nos anos seguintes, com forte investimento em treinamento, incluindo a criação da Universidade Assaí, 85 lojas foram abertas em 13 estados, período em que o quadro de funcionários da Assaí mais que dobrou, passando para 18.500. Em muitas cidades onde as lojas foram instaladas, o modelo de atacarejo não era sequer conhecido.
          Considerando dados de agosto de 2017, a rede Assaí, cuja razão social é Sendas Distribuidora, tem 112 lojas e é responsável por 39% do segmento alimentar do GPA. Um grande sucesso para um investimento de pouco mais de R$ 400 milhões em 2007.
          Na manhã de 1º de março de 2021, as ações ON do Assaí começam a ser negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. A companhia estreia na B3 após cisão do GPA, dentro do intuito de “destravar” valor para a empresa. O braço de varejo do GPA, dono das redes Pão de Açúcar e Extra, continua a ser negociado na B3. No pregão anterior, em 26 de fevereiro de 2021, após o fechamento do pregão, os acionistas do GPA receberam ações ON do Assaí na mesma proporção da sua participação no GPA, a serem negociadas no Novo Mercado. Serão cerca de 268 milhões de ações de Assaí.
          Em outubro de 2021, o GPA divulga que desistiu de operar com modelo de hipermercados no Brasil e, do total de 103 pontos do Extra, 71 devem ser transformados em lojas da rede de atacarejo Assaí.  28 em supermercados Pão de Açúcar e Mercado Extra — metade para cada bandeira. Quatro lojas restantes devem ser vendidas no mercado. A decisão amadureceu após a separação do Assaí do GPA, em março de 2021.
          A rede Assaí tem um acordo de naming rights com o metro de São Paulo e estampa seu nome na estação Carrão Assaí Atacadista, na linha 3 - Vermelha. Foi próximo à estação Carrão que o Assaí abriu sua primeira loja. O contrato foi firmado em novembro de 2021, com a intermediação da DSM - Digital Sports Multimedia.
          No dia 22 de junho de 2023, o Casino concluiu a venda da participação remanescente de 11,7% no Assaí em um bloco negociado na B3. Com isso, a rede francesa deixa definitivamente a rede brasileira. Esta é a terceira vez em menos de um ano que o Casino vende ações do Assaí. Nas duas ofertas anteriores, em novembro de 2022 e em março de 2023, o Casino levantou um total de R$ 6,6 bilhões. As pressões dos credores do grupo influenciaram as operações. A empresa está em negociações na França para reduzir sua dívida. A participação de 11,7% no Assaí foi reduzida a zero, com o Casino embolsando cerca de R$ 2 bilhões.
(Fonte: Exame.com - 21.11.2007 / 13.09.2016 / Valor - 01.03.2021 / Capital Aberto - 16.10.2021 - CNN - 07.04.2023 / Valor - 23.06.2023 - partes)

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