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6 de out. de 2011

Jari Celulose

          A Jari Celulose e Papel está instalada na região amazônica, entre os estados do Amapá e do Pará.
          Idealizado pelo magnata americano Daniel Keith Ludwig, o Projeto Jari começou a sair do papel no fim dos anos 1960. O bilionário mandou construir uma fábrica de celulose no Japão, que foi transportada por meio de barcaças até as margens do rio Jari. O empresário deixou o país no início dos anos 1980, após vender a Jari com prejuízo. Faleceu em agosto de 1992.
          O projeto mudou de mãos algumas vezes antes de ser adquirida por Sérgio Amoroso, que era dono do grupo Orsa, no início dos anos 2000. O empresário comprou a empresa por um valor simbólico e assumiu as dívidas, que à época já eram de US$ 400 milhões.
          Instalada em uma área de mais de 1 milhão de hectares, a fábrica inclui uma ferrovia, um terminal portuário e florestas de eucaliptos. Por causa da localização, no entanto, a viabilidade econômica do projeto é questionada.
          Em 2012, Amoroso vendeu a área de embalagens da Jari, para o grupo International Paper. O valor do negócio foi de R$ 1,27 bilhão. A companhia, porém, tinha seis fábricas, não estando concentrada na região amazônica.
          Em 2016, após novos investimentos, a Jari converteu a unidade de celulose tradicional para solúvel, que é destinada para a produção de tecido (viscose) e toda a produção voltada 100% para exportação, sobretudo o mercado chinês. No entanto, os acionistas acumularam mais dívidas desde então e precisam de capital para que a empresa não tenha de recorrer à recuperação judicial.
          Agora, com o aumento do preço da celulose no mercado internacional e o movimento de consolidação do setor – que ganhou força após a fusão entre Suzano e Fibria -, os acionistas da Jari Celulose teriam começado a se articular para buscar um sócio para o negócio e evitar uma recuperação judicial.
          No fim de 2018, a empresa contratou os bancos BTG Pactual e Bradesco BBI para procurar investidores. Os donos – Amoroso tem 75% e o empresário Jorge Henriques, os outros 25% – estão abertos à entrada de um sócio ou à venda de todo o projeto industrial.
          Pessoas próximas às negociações afirmaram que grupos asiáticos estariam interessados, entre eles a RGE (Royal Golden Eagle), que já tem uma unidade de celulose solúvel no Brasil.
          A expectativa dos sócios, seria levantar entre R$ 1,4 bilhão e R$ 1,5 bilhão com a venda da Jari.
          O presidente da companhia, Patrick Nogueira, confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que os controladores estão em conversas para a entrada de um investidor, mas não deu detalhes do negócio.
          Está em negociações com investidores para vender uma parte ou totalidade de seu negócio.
A fábrica da Jari acumula dívidas de R$ 1,2 bilhão. A entrada de um sócio é vital para manter as operações da companhia, especializada em celulose solúvel.
          Os atuais controladores ficariam como proprietários da área florestal e poderiam diluir suas participações. Do total de 1 milhão de hectares sob a gestão do grupo, somente 120 mil hectares são ocupados por florestas de eucalipto que viram matéria-prima para o projeto industrial.
          Uma das maiores dificuldades para a entrada de um sócio é a localização em plena floresta amazônica. A venda do pacote completo do Projeto Jari é considerada complexa. Instalada no meio da floresta, a área agrícola e florestal da companhia não pode ser repassada a investidores estrangeiros, uma vez que o país impõe restrições para aquisição de terras por grupos internacionais.
          A planta da Jari produz 250 mil toneladas por ano de celulose solúvel e fatura cerca de R$ 700 milhões. As dívidas estão nas mãos do BNDES, Banco do Brasil e bancos privados, entre eles o Bradesco. O atual projeto comporta um aumento de 20% da produção e há possibilidade de criação de uma nova linha de celulose para outras 750 mil toneladas.
(Fonte: Estadão conteúdo- 22.02.2019)

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