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6 de out. de 2011

Busca Vida (cachaça)

     Para combater gripe e resfriado, a antiga receita do caderninho da vovó prescrevia uma "marvada" da boa: pinga, limão e mel. Pois a combinação, agora com  registro no Ministério da Agricultura e o espirituoso nome de Busca Vida, provou ser tiro e queda também nos negócios. Feita desde por volta de 1995 em Bragança Paulista, cidade localizada às margens da rodovia Fernão Dias (SP-BH), pouco antes da divisa de Minas Gerais, a bebida passou a ficar conhecida na capital paulista na década de 2010.
     Ela pode ser encontrada do pé-sujo Empanadas, na Vila Madalena, ao boteco chique Vaca Véia, do Itaim. No total, são cerca de 300 casas. São produzidas por mês 12.000 garrafas e 120 reais é o preço médio de uma garrafa nos bares, valor equivalente a uma bebida premium, considerando dados de meados de 2016. A misturinha começou a subir à cabeça do paulistano em 2010, quando a fabricante firmou uma parceria com a importadora e distribuidora Interfood. De lá para cá, ganhou espaço também nas prateleiras de supermercado e de lojinhas duty free nos aeroportos.
     O responsável pelo negócio é Carlos de Oliveira, sujeito com pinta de hippie moderno, nascido em 1960, em Amparo, no interior paulista. Ele foi cozinheiro na Itália e morou na Bahia até pingar de vez no sítio de 25 hectares da família, em Bragança Paulista. Carlão, como é conhecido, montou restaurante, teatro, hospedaria e um galpão que funciona como bar e casa de shows, onde já se apresentaram Tom Zé, Moraes Moreira e Arnaldo Antunes.
     A ideia de produzir uma bebida surgiu em 1996, após uma breve experiência como dono de cachaçaria no Pelourinho, em Salvador e com a sensação de que as pessoas gostam também de tomar algo sem fazer careta. Como metade da área de sua propriedade está sob proteção ambiental, Carlos de Oliveira fechou parceria com um alambique na vizinha Itatiba. Até chegar à fórmula ideal, foram quatro anos de teste.
     A Busca Vida não é a única a explorar o território das aguardentes saborizadas com mel e limão. Depois dela, vieram a pernambucana Santa Dose, a mineira B e até uma versão da popular cearense Ypióca. O empresário planeja a expansão das vendas para os Estados Unidos (Miami), assim como países como Itália, Espanha, Portugal e Alemanha. Pelo menos até agora, Carlão informa que foi tudo sem publicidade, no mais perfeito boca a boca!
(Fonte: revista Veja São Paulo - 06.07.2016 - parte) 

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